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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2013

    SECÇÃO: Destaque


    PROTOCOLO ENTRE CÂMARA DE VALONGO E EDC

    Câmara de Valongo celebra protocolo com empresa tecnológica holandesa que se vai instalar no Faria Sampaio

    Um importante protocolo de cooperação, pelo qual a empresa holandesa European Design Center (EDC), se irá instalar em Ermesinde, no até agora abandonado Edifício Faria Sampaio, foi assinado no passado dia 31 de maio, trazendo muitas expetativas de abertura de trabalho jovem e qualificado para o concelho. Numa fase inicial fala-se em quase 100 postos de trabalho, mas estima-se que possam vir a chegar a cerca de 800 diretos e sensivelmente o dobro de indiretos.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    João Paulo Baltazar (pela Câmara Municipal de Valongo, que lidera), e João Mena de Matos (pela European Design Center, a que surpreendentemente preside), assinaram um protocolo pelo qual se dá início à instalação desta empresa holandesa em Ermesinde. A cerimónia teve lugar no corpon B do Edifício Faria Sampaio, precisamente aquele que vai ser ocupado e requalificado pela EDC.

    Além das mais valias tecnológicas trazidas pelo projeto da EDC, e das boas perspetivas que abre para o trabalho qualificado jovem, o acordo agora celebrado vem resolver a situação lamentável de oito anos de abandono e inutilidade a que esteve sujeito o Edifício Faria Sampaio, um autêntico “elefante branco” que muitos reconhecem, fruto de tempos de abundância e do financiamento do Programa Polis, em que foi construído, embora não tivesse nenhum projeto a ele associado.

    À cerimónia da assinatura deste protocolo quiseram associar-se o atual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Neves, e o presidente da Associação Portuguesa de Designers, (APD), Nuno Sá Leal.

    INTERVENÇÃO DE

    CARLOS NEVES

    Foi Carlos Neves o primeiro dos oradores a intervir, tendo elogiado a vontade concretizada quer do município de Valongo, quer da EDC, em avançar com o empreendimento.

    Carlos Neves chamou depois a atenção para a importância de bem utilizar os fundos estruturais nos anos que se avizinham, já que quer o investimento público, quer o investimento privado não deverão com certreza, crescer nos próximos tempos.

    Carlos Neves elencou depois um conjunto de valores que orientam a ação da CCDRN, a saber a valorização (englobando os recursos endógenos e aas pessoas), a capacitação (certo investimento, público ou privado, torna mais capazes os recursos que se têm), a internacionalização (com base numa experiência portuguesa de mais de 500 anos de globalização), a especialização (ter clareza no investimento – saber onde vamos ter pesca, agricultura ou ciências da saúde, por exemplo), a industrialização (temos que voltar a produzir e voltar à fábrica, à terra e ao mar), a cooperação (aproveitar os recursos em rede e as parcerias como resposta à carência de acesso a capitais) e, finalmente, a comunicação (ter capacidade de marketing territorial, em articulação com os planos operacionais.

    No projeto em concreto, Carlos Neves destacou a expetativa de mais emprego e de crescimento económico.

    INTERVENÇÃO

    DE JOÃO MENA DE MATOS

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    O presidente da EDC começou por apresentar a sua história. Tendo ido estudar para a Holanda nos anos 80, por lá ficou. Por isso além do interesse estratégico e racional da empresa em investir em Portugal, é também para ele um prazer poder fazê-lo.

    João Mena de Matos apresentou depois a EDC, uma empresa com o foco na inovação e na interseção entre design e tecnologia.

    Deu depois algumas ideias das atividades em que esta empresa está envolvida, como a da produção de moda sustentável, das ferramentas para a influência no processo de design de habitações a custos controlados, ou como o dos simuladores destinados às equipas médicas (num processo semelhante ao dos simuladores de voo que tanto têm contribuído para melhorar os níveis de segurança).

    Neste domínio entram os Serious Games, jogos de adestramento profissional.

    João Mena de Matos descreveu a experiência dos quadros holandeses como muita dificuldade de comunicação com o tecido empresarial brasileiros e destacou as potencialidades de Portugal, onde é vulgar a existência de facilidade de comunicação em várias línguas.

    Anunciou depois, para uma primeira fase, a criação de 50 a 100 novos postos de trabalho qualificados, sendo o preço da mão de obra qualificada em Portugal substancialmente mais atrativo do que no mercado holandês ou noutros europeus. Para uma segunda fase podere-se-iam vir a criar quase um milhar de postos de trabalho diretos, e umas ou três vezes mais, de postos de trabalho indiretos.

    Nuno Sá Leal fez uma brevíssima intervenção a pedido e no meio da comunicação de João Mena de Matos, para destacar o interesse da criação de um Museu Português do Design, para o qual era necessário um grande trabalho prévio de catalogação visando a abertura ao público.

    O presidente da Associação Portuguesa de Designers deixou, por fim, no ar, a ideia de que iriam brevemente seguir-se várias iniciativas, nas quais a EDC teria um papel importante.

    INTERVENÇÃO DE

    JOÃO PAULO BALTAZAR

    Interveio, por fim, o presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, que agradeceu aos elementos com assento na mesa e demais personalidades presentes (, como por exemplo o vice-reitor da Universidade do Porto.

    Apontou depois a necessidade do concelho reforçar os seus fatores de competitividade e, passando ao caso concreto da EDC, narrou que logo desde os primeiros contactos, se identificaram interesses mútuos e condições de atratividade para a empresa (acessibilidade ao aeroporto, disponibilidade de recursos humanos, situação charneira entre litoral e interior). A proximidade das universidades do Porto, Aveiro e Minho era outro fator favorável ao recrutamento de jovens licenciados.

    Falando depois das capacidades e da imagem do concelho, João Paulo Baltazar referiu que este precisa de ser positivamente agressivo, e numa alegoria futebolística, apontou que não se esperando muitos passes a rasgar a área, «teremos que ser bons pontas de lança».

    Apontou depois que tanto a EDC como a Câmara de Valongo têm largas margens de progressão. «A marca Valongo não tem sido bem tratada ao longo dos anos», reconheceu. Por isso seria agora urgente, depois de credibilizada, que ela possa começar a ser projetada.

    Referiu a necessidade de ser criativo, a importância de criar emprego no concelho, com os ganhos de tempo e de qualidade de vida daí advindos.

    E terminou apontando que esperava que a EDC fosse um farol de competitividade e inovação no concelho, com o Edifício Faria Sampaio, a partir de agora, uma referência, mas por valores positivos.

    O RESTANTE PROGRAMA

    Após a intervenção do presidente da Câmara de Valongo seguiu-se uma apresentação digital, com vários exemplo da atividade e projetos da EDC, como nos materiais ecológicos para a indústria de vestuário, a produção de simuladores para atividades médicas ou de jogos.

    Abordada nesa apresentação foi também o modelo de negócio da empresa, que assenta não sobretudo na oferta de produtos, mas antes na de soluções e serviços.

    A sessão protocolar teve o seu encerramento com uma passagem de modelos no exterior do Edifício Faria Sampaio, modelos estes que refletiam alguns dos projetos da EDC, como a título de exemplo, entre muitos, o vestido feito a partir de carvalho.

    Por: LC

     

     

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