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    Arquivo: Edição de 10-09-2011

    SECÇÃO: Cultura


    Cabeças no Ar e Pés na Terra levam à cena “2 Perdidos” com espetáculos no Porto

    Foto LUNO LOOP
    Foto LUNO LOOP
    Os Cabeças no Ar estreiam esta semana, no Porto, na Fábrica da Rua da Alegria, o espetáculo “2 Perdidos”.

    Numa casa ocupada, vivem no meio da lixeira, dois rapazes com trabalhos precários. Sobrevivem através de biscates em obras de construção civil. A sua relação evidencia diferentes ideologias e posturas de vida. Um, sonha apenas com um trabalho na sua área de formação superior que é a informática, o outro, embora reprima o seu sonho, confidencia-nos que gostaria de ser jogador de futebol.

    Nunca é dito o nome próprio, nem interessa saber os nomes deles, interessa perceber a situação em que estão, interessa tentar descobrir qual é a saída, interessa perceber o que os levou a construir a sua atitude. Já não interessa de quem é a culpa, interessa saber qual o caminho a seguir. Duas personagens que esticam e encolhem a esperança, manipulam constantemente o outro, e ao sobreviverem na escassez de meios, aprendem a viver num constante excesso emotivo.

    Inspirado em “2 Perdidos numa Noite Suja”, de Plínio Marcos, com texto dos Cabeças no Ar e Pés na Terra, encenação e espaço cénico de Hugo Sousa, interpretação de André Santos e Diana Barnabé, cenografia e figurinos de Sandra Silva e Cabeças no Ar e Pés na Terra, design gráfico de André Santos, fotografia de Luno Loop, vídeo de Catarina David, música de cena de Paulo Coelho de Castro e música original de Paulo Oliveira tem entrada com bilhetes a 5 euros (estudante 3 euros), mais alimentos não perecíveis para o Banco Alimentar contra a Fome.

    Num texto assinado por Hugo Sousa, fala-se do espetáculo, que «vive do excesso. Excedemos os limites porque estamos fartos. Já perdemos a paciência do teatro educado. Excedemo-nos nos palavrões, enchemos o texto destas palavras em excesso de emoção. Excedemos em violência, em sexo, em injustiça. Este espetáculo pede sangue, suor e carne, e está apoiado única e exclusivamente no trabalho de ator. A exploração do grotesco da máscara, da voz e da fisicalidade, implica um trabalho de direção de actores bastante mais apurado do que de o da encenação. A encenação despe a cena, deixa a cena desprovida de efeitos. Não é para nos apaixonarmos pela cena, é para questionarmos tudo a todo o momento.

    O texto inspirado no “2 Perdidos numa Noite Suja, foi manipulado para servir a frustração e desespero que o nosso país atravessa. A temática do futebol que premeia a rivalidade e o fanatismo, a temática da religião que nos pede para obedecer sem questionar, a temática do ensino superior como promessa de um futuro assegurado, a temática do consumo e da não satisfação.

    Achamos de extrema importância abordar as questões do desemprego crescente, da precariedade do trabalho e da precariedade das ligações afectivas.

    Numa sociedade desperta para a reciclagem, os seres humanos são deitados ao lixo. Não são recicláveis, são objetos com uma cruz em cima. Depois de usados são postos de lado, “já não tem idade para trabalhar”, “não confio no aspeto dele”, “não tenho tempo para te dar atenção”, “já não preciso mais de ti”.

    Somos produtos mais ou menos apelativos, conforme a roupa que usamos, o perfume, os gadgets, a idade, o sexo, o penteado, os adereços, etc.. Se não somos um produto apelativo somos excluídos.

    Qual é a saída disto?».

    CABEÇAS NO AR

    APRESENTARAM

    DOIS ESPETÁCULOS

    EM ALFENA

    Também nos passados dias 26 e 27 de agosto, sexta e sábado, a companhia de teatro Cabeças no Ar e Pés na Terra, apresentou, no Centro Cultural de Alfena, respetivamente, as peças “Doente Imaginário” de Moliére e “As Personagens dos meus Sonhos” de Francisca Marinheira e Juliana Rodrigues. Ambos os espetáculos tiveram entrada livre.

    “Doente Imaginário” teve encenação de Hugo Sousa, interpretação de Diana Barnabé, Hugo Sousa, Luís Sousa, Jorge Neto, Juliana Rodrigues, Jaime Pacheco, Vânia Mendes, figurinos do Teatro Nacional de S. João, adereços José Pinto, design de André Santos e apoio do Teatro Latino e Teatro Nacional de S. João.

    Quanto à segunda peça, teve interpretação das autoras, apoio à encenação de Hugo Sousa, figurinos de O Grupo, cenografia de Inês Merino e Sandra Silva, execução cenográfica de Grupo dos 3 M’s, design de André Santos e bonecos produzidos nas salas dos 5 anos e primeiros anos das escolas do Agrupamento de Escolas de Campo, que deu apoio.

    Os espetáculos inseriam-se no Enfesta, uma organização da Câmara Municipal de Valongo

    CASTING

    Os Cabeças no Ar e Pés Na Terra anunciaram também a abertura das inscrições para casting do espetáculo do grupo de crianças e jovens Batatas com Salsichas.

    O casting é aberto apenas aos participantes das atividades “Férias Artísticas” e “Oficinas de Iniciação ao Teatro” e consiste na memorização e encenação de um texto e na apresentação de uma música à escolha.

    Os castings serão realizados hoje e amanhã (isto é sábado e domingo, 10 e 11 de setembro, no Auditório António Macedo (junto à Sala das Artes, Fórum Vallis Longus).

    Os selecionados terão direito a dois convites por apresentação e um DVD final com filmagens dos ensaios e do espetáculo e deverão ter disponibilidade para os ensaios, a realizar de segunda a sexta (diariamente de 12 a 22 de setembro).

    Os espetáculos terão lugar nos dia 23, 24 e 25 de setembro.

     

     

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