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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 10-09-2011

    SECÇÃO: Arte Nona


    XVII Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu (1)

    O GICAV (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu) organiza entre 10 e 21 de setembro de 2011, na Feira de São Mateus, o XVII Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu, cujo tema central aborda a temática "Cidades na BD". Neste número resumimos o enquadramento das exposições, todas dedicadas ao grande tema “Cidades na BD”. Mas só no próximo número será possível concluir essa apresentação.

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    A exposição está dividida em oito temas, sempre com o fio condutor "Cidades na BD":

    • As Cidades do Velho Oeste (Tex);

    • Cenários intemporais – Portugal;

    • Fábula de Veneza - Cenários urbanos, mistérios e segredos;

    • As cidades nas aventuras de Alix;

    • Tintin – Hergé;

    • Cidades da ambição – Cenários intemporais;

    • 2º Centenário do historiador e escritor Alexandre Herculano;

    • As Cidades dos Sonhos - (em redor das obras de Schuiten e Peeters.

    Presença em destaque da personagem Tex Willer, não só pela exposição associada ao Ranger (As Cidades do Velho Oeste), mas também pela presença do conceituado desenhador italiano Fabio Civitelli (um dos dois premiados dos Prémios Anim' Arte 2010), um dos mais importantes desenhadores de Tex, personagem na qual trabalha até hoje com um estilo caracterizado por um grande cuidado nos mínimos detalhes, por um hábil uso do preto e branco e pelo extremo asseio do seu traço, sendo a sua versão de Tex, uma das mais apreciadas pelos leitores, respeitando a tradição, mas sendo ao mesmo tempo, moderna e cativante.

    O outro autor premiado é Eugénio Silva, autor com uma lista de trabalhos curta, em parte devido ao seu caráter meticuloso de investigação histórica e documentação confirmada com que sustenta a sua obra. Expôs em variadíssimos salões e festivais, nomeadamente na Sobreda, Lisboa, Barreiro, Viseu, Amadora, Moura, Ourique, Porto, Viana do Castelo, Castelo Branco, e também no estrangeiro: Japão e Roménia. Organizou o 1.º salão de BD do Barreiro em 1986. Publicou “Amoni” (Nau Catrineta); “A Gruta dos Três Irmãos”, no Pisca Pisca; “História Pequena do Vidro” (Espiral/Covina); “Matias Sandor” – álbum (Ed. Publica); “Eusébio, o Pantera Negra” (Meribérica/Liber); “On a retrouvé la forêt perdue” (Narration/Marselha); “O Coelho Branco” (Ed. Asa) e “Inês de Castro” (Meriberica Liber – 1994), provavelmente o seu melhor trabalho.

    Quanto às exposições, destaque para Tex – a personagem vive as suas aventuras principalmente na segunda metade do século XIX, tendo por base de ação a reserva Navajo situada entre o Arizona, o Novo México, o Utah e o Colorado, um território em grande parte desértico que inclui o Monument Valley, parte do Deserto Pintado e parte da Floresta Petrificada, onde o inimigo não é representado apenas pelo homem, mas também pela própria natureza dura e hostil, mas como um verdadeiro herói, Tex está sempre pronto a acorrer em socorro dos amigos, seja sobretudo nas cidades do velho Oeste, que deste modo ainda hoje habitam a nossa imaginação, com as suas peculiares cadeias, barbearias, armazéns, saloons, hotéis, ferreiros, xerifes, pistoleiros e cheias de incríveis perseguições a cavalo e de duelos, seja inclusive nas principais cidades dos Estados Unidos da América como São Francisco, Nova Iorque, Boston, Nova Orleães, Washington, ou até mesmo em cidades canadianas e mexicanas ou ainda em terras mais distantes como a Oceania.

    Muitas das cidades onde Tex comparece ao longo da saga, são caracterizadas por uma “main street” (rua principal) delineada por duas filas de construções dispostas paralelamente, única barreira entre o homem e os vastos espaços desabitados que as circundavam e que se tornaram célebres como teatros de duelos sanguinários, encontros mortais e desafios infernais, mas também convém dizer que por norma os fãs de Tex podem considerar-se afortunados, porque os ambientes citadinos das suas histórias revelam sempre um surpreendente recheio de elementos dramáticos, em grado de oferecer um bom campo de ação a quem, como Tex Willer, tenha a vocação de reparador de injustiças e é impossível não recordar também as histórias de Tex acontecidas em inquietantes e melancólicas “ghost towns”, pequenas cidades “fantasmas”, nascidas nas vizinhanças de minas no decurso de poucos meses e depois entretanto rapidamente abandonadas quando a veia aurífera se esgotava ou se tornava uma trágica ilusão, ou nos pitorescos e misteriosos pueblos, aldeias índias construídas com pedras e tijolos de barro, no flanco de uma montanha, ou ainda nas perigosas e inacessíveis robber towns, inteiramente geridas por bandos de ladrões, assassinos e criminosos de todos os tipos, mas também nas fantásticas e improváveis cidades “esquecidas pelo tempo”, habitadas por comunidades de espanhóis, vikings, egípcios, astecas ou russos.

    CENÁRIOS INTEMPORAIS

    – PORTUGAL

    A exposição “Cenários intemporais – Portugal” é uma homenagem do GICAV a alguns dos nossos grandes desenhadores que procuraram nas suas histórias aos quadradinhos perpetuar imagens e cenários do nosso património edificado, espaços de eleição e memória por onde se passeiam, meditam, viajam, vivem, crescem e morrem os heróis da histórias ou as vidas de insignificância daqueles que nunca alcançam esse estatuto especial mas que imprescindíveis são na construção da narrativa. Nomes como Eugénio Silva, José Garcês, Luís Diferr, Luis Louro, Vítor Mesquita, José Ruy, José Pires, Filipe Andrade e Filipe Pina, Luis Correia, ilustram esta mostra de cenários de Portugal, muitos deles presença habitual no salão internacional de BD de Viseu.

    O GICAV destaca também um nome estrangeiro, em jeito de homenagem, que partilhou trabalho com Luis Diferr – Jacques Martin (Portugal – ASA) , recordando a sua obra e a sua recente partida do mundo dos vivos (também dele se destaca a exposição ALIX, baseada num dos seus mais conhecidos heróis).

    FÁBULA DE VENEZA

    – CENÁRIOS URBANOS,

    MISTÉRIOS E SEGREDOS

    «Acontecem coisas inacreditáveis nesta cidade», diz Corto Maltese sobre Veneza, tão bela e encantada que gera todas as preguiças, deleites e sortilégios. Um desses sortilégios é possibilitar a existência de lugares mágicos, secretos, portas que se abrem a mundos fantásticos e histórias eternas.

    As cidades são espaços de memórias , vivências e cenários que fazem delas especiais, eternas. É o caso de Veneza, visitada por Corto Maltese na obra “Fábula de Veneza”, e que nesta exposição se pretende revelar em alguns dos seus percursos e ambientes, a partir da obra referida e uma referência no conjunto da obra de Hugo Pratt.

    Por: AVE/José Carlos Francisco

     

     

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