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    Arquivo: Edição de 30-04-2011

    SECÇÃO: Destaque


    AACE celebrou o seu 12º aniversário

    A Associação Académica de Ermesinde (AACE) celebrou no passado dia 15 de abril, no Fórum Cultural de Ermesinde, o seu 12º aniversário, com um espectáculo de teatro da sua companhia Casca de Nós – “O Dia em que me Queres - Viagem pelo País da Poesia” (com encenação de Hugo Sousa) e um porto de honra que foi acompanhado pelo seu Grupo de Música Tradicional Portuguesa, servido no andar superior do Fórum.

    No evento estiveram presentes, além naturalmente de muitos associados, artistas, amigos e membros dos corpos sociais da AACE, diversas individualidades, tais como o vice--presidente da Câmara de Valongo (também vereador da Cultura) João Paulo Baltazar, a vereadora com o pelouro da Ação Social, Maria Trindade Vale, e o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho.

    Pela AACE Queijo Barbosa apresentou uma saudação da associação, com referência à sua história.

    Pela autarquia, João Paulo Baltazar brindou aos 12 anos desta dinâmica e incontornável instituição cultural da Cidade.

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    Comecemos então pela Casca de Nós e o espetáculo apresentado no início da celebração do 12º aniversário – “O Dia em que me Queres...”, isto é precisamente a mesma peça apresentada durante a Mostra de Teatro Amador, em março, na mesma sala.

    Peça muito exigente e ao alcance de não muitos grupos amadores de teatro, o próprio facto de a ela se ter abalançado é já uma demonstração da capacidade da companhia Casca de Nós.

    Trata-se de um espetáculo de teatro que consiste na encenação de um vasto número de poemas que vão colocando questões essenciais da existência humana e de que foram autores criadores tão importantes da literatura mundial como William Shakeaspeare ou Bertolt Brecht ou portugueses como Agostinho da Silva, Fernando Pessoa, Manuel Alegre, Mário de Sá-Carneiro.

    Ou o próprio Deus em pessoa, já que um dos textos encenados é um trecho do próprio Génesis, livro primeiro da Bíblia.

    16 figuras de branco começam por povoar a cena, murmurando e depois, a pouco e pouco, cada vez mais alto, introduzir-nos no desafio de escolher, frente à árvore dourada da vida e do conhecimento.

    Os atores vão dizendo os poemas como se estes fossem uma trama, um texto único, um enredo, digamos assim, e a encenação de Hugo Sousa CE) que a resolve, também como um desafio [«transformar num espectáculo com o meu cunho pessoal e linguagem um projecto em que as bases (o texto, a distribuição, a sinopse) tinham sido já idealizadas por outra pessoa»] ajuda a emprestar-lhe essa mesma sensação de continuum.

    O elenco é, naturalmente, desigual, aqui e ali com uma pequena fragilidade das vozes, mas em que também se destacam uma ou outra sedutora figura feminina ou o trabalho – já num patamar superior, achamos – dos “velhos” da companhia.

    A peça pecará talvez, por na sua necessidade de criar o tal texto contínuo, assentar numa estrutura musical muito horizontal, quando em vez da planície que proporciona, fosse talvez mais frutuoso pôr aqui e ali uma rugosidade, um pico, uma saliência, mas – repetimos – esta peça é outro grande passo em frente da Casca de Nós.

    Com momentos muito belos – por exemplo quando se repete «eu esqueci-me, eu não me lembro... eu esqueci-me, eu não me lembro...», ou quando se canta (muito bem) «quem mais ama mais padece/ eu hei de amar poucochinho...».

    E depois vem o grande final, na plateia.

    AS PALAVRAS

    DE QUEIJO BARBOSA

    E JOÃO PAULO BALTAZAR

    foto
    Quem melhor do que o próprio Queijo Barbosa, elemento essencial da logística (e não só) da Casca de Nós para recordar ao público o percurso da Associação Académica, e da sua atividade incansável de ensino da música, do canto, etc..

    História que passa pela criação do orfeão da AACE, do coral juvenil, do grupo de música tradicional, do grupo de teatro, do grupo de fados, do grupo vozes ligeiras, do grupo de cavaquinhos e de tantos mais projetos a brotar incessantemente da fonte copiosa que é a Associação Académica, uma «referência incontornável» da cultura do concelho, como muito bem a apresentou o anfitrião da cerimónia.

    E terminou com votos que arrancaram alguns sorrisos à plateia, de que «daqui a 88 anos se possa comemorar o centenário desta associação», da qual destacaria ainda o trabalho dos que foram seus dirigentes – alguns já ausentes – como Faria Sampaio e Joaquim Teixeira – mas outros ainda bem presentes e ativos como Agostinho Gomes, Domingos Lima e Alberto Mateus, o atual presidente da Direção.

    Solicitado, foi a vez de João Paulo Baltazar proferir algumas palavras, começando por dar os parabéns à «grande instituição», e brincar dizendo que «fomos convidados para vir a um aniversário e quem levou a prenda fomos nós». Fez depois o elogio do trabalho das sucessivas direções da AACE, e de todos quantos a têm apoiado, e «ao forte impulso que a Associação tem dado ao património cultural de Ermesinde».

    Foi então a vez de se subir ao andar de cima, onde o Grupo de Música Tradicional Portuguesa interpretou mais uns temas instrumentais enquanto os seus companheiros da Casca de Nós se descaracterizavam.

    Depois, então, já na presença destes, e enquanto se servia um porto de honra e se partia o bolo comemorativo do 12º Aniversário (tarefa que coube – a quatro mãos – a Queijo Barbosa, João Paulo Baltazar, Maria Trindade Vale e Luís Ramalho), o Grupo interpretou algumas canções do seu reportório popular, antes de, por sua vez, se juntar à bem merecida festa.

    Por: LC

     

     

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