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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-07-2010

    SECÇÃO: Desporto


    Com poucos anos de vida Clube de Ténis de Ermesinde é já um dos actores principais da cena desportiva local

    Numa curta mas deveras interessante conversa com o jovem Clube de Ténis de Ermesinde o nosso jornal ficou a conhecer de perto a realidade daquele que é já um dos emblemas com maior peso no quotidiano desportivo da nossa cidade.

    E a prová-lo está não só o considerável número de atletas inscritos na escola do clube, como também aqueles que engrossam de momento a lista de espera para nele ingressar, mas sobretudo a ambição em abraçar novos objectivos capazes de fazer do ténis uma modalidade de eleição entre a população ermesindense.

    Factos recolhidos através dos depoimentos de Sérgio Perestrelo (presidente da Direcção) e de Inês Morais (treinadora), dois dos rostos mais activos do clube.

    Foto CTE
    Foto CTE
    Descontentes com os clubes aos quais se encontravam ligados, um grupo de jovens da nossa freguesia decide dar asas ao sonho de criar um novo emblema dedicado à sua paixão desportiva. E assim nascia oficialmente em Setembro de 2006 o Clube de Ténis de Ermesinde (CTE). Desde logo a preocupação principal foi tratar de arranjar uns courts de ténis para passar do papel à prática, tendo então surgido no pensamento dos fundadores do jovem clube a existência do complexo de ténis situado na Vila Beatriz. Infraestrutura essa que na época estava um pouco vetada ao abandono, diga-se de passagem. Seguiu--se então o contacto com o proprietário do recinto, no caso a Câmara de Valongo, entidade que de pronto acedeu celebrar um protocolo com o CTE para a utilização dos courts. Assim sendo Abril de 2007 ficou na história do recém-nascido emblema, altura em que a escola de ténis começou finalmente a funcionar. E se este é um passado sempre agradável de ser recordado – para os mentores do projecto, é claro – o presente tem sido adornado com não menos motivos de orgulho e satisfação. «Estes primeiros anos de vida têm sido muito positivos, têm corrido melhor do que inicialmente estaríamos à espera. A procura do nosso clube por parte de novos atletas tem sido boa, tão boa que neste momento queremos alargar o protocolo que temos com a autarquia para aumentar o número de horas de treinos, já que as que dispomos actualmente são insuficientes para o número de alunos que temos», sublinha Sérgio Perestrelo.

    Mais de 70 alunos evoluem diariamente – de forma alternada – nos dois courts do complexo durante três horas, o período de tempo de utilização autorizado neste momento pela edilidade ao abrigo do protocolo celebrado. Alunos cujas idades flutuam entre os 5 e os 60 e muitos anos, numa prova clara de que o ténis é uma modalidade sem idade definida para ser praticada.

    O ensino do ténis é pois a principal razão de ser actual do CTE, pese embora a vertente da competição seja encarada com elevado interesse. «Temos equipas a participar em campeonatos inter-regionais, mais precisamente no escalão de seniores, e em termos desportivos a última época até correu muito bem, foi aliás o nosso melhor ano, já que ficámos em 3º lugar no campeonato e a escassos pontos do apuramento para os Nacionais», recordam os nossos interlocutores. Os restantes escalões participam essencialmente em torneios internos disputados com diversas equipas da região, servindo desta forma como uma espécie de rampa de lançamento para a competição a “doer”, digamos assim.

    LONGA LISTA

    DE ESPERA

    PARA ENTRAR

    NO CLUBE

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    Apesar de muito jovem, o CTE é já por esta altura muito requisitado por inúmeros interessados em fazer do ténis a sua modalidade de eleição, tão requisitado que neste momento existem já listas de espera para entrar na escola do clube.

    E isso deve-se em parte às acções de promoção – da modalidade –, por assim dizer, que o CTE tem vindo a fazer junto de algumas escolas da região. O ano passado, por exemplo, foram até à Escola do Carvalhal e a coisa correu tão bem que pouco tempo depois inúmeras crianças do citado estabelecimento de ensino entraram para a escolinha de ténis do emblema ermesindense.

    Como tal, outro dos objectivos a cumprir a curto prazo é continuar a divulgar a modalidade, e o próprio clube, junto de mais escolas da nossa freguesia.

    Ténis que em Portugal não goza de uma popularidade extrema junto dos mais novos, como acontece por exemplo com o futebol, o andebol, ou o basquetebol, e isso tem-se reflectido no facto de termos tido poucos tenistas de topo a competir nos grandes torneios internacionais. «Há pouca gente a jogar ténis no nosso país, digamos que é preciso ter cerca de 10 000 alunos a praticar a modalidade para poder “fabricar” um campeão de topo mundial, e nós em Portugal temos somente 2 000 miúdos a jogar neste momento.

    São precisos muitos mais a praticar para poder aparecer o tal campeão de topo, algo que não acontece em Espanha, por exemplo, onde são milhares a jogar e é muito fácil aparecer com frequência um Rafael Nadal», opina o presidente da Direcção.

    Desenvolvimento da modalidade no nosso país que para Inês Morais passa também por inseri-la no mundo do Desporto Escolar, um plano que na sua voz até nem era muito complicado de colocar em prática, até porque esta, ao contrário do que muitos possam julgar, não é uma modalidade cara.

    UM MUNDO

    DE SONHOS

    (OBJECTIVOS)…

    foto
    Para já são seis os rostos que entre dirigentes e treinadores trabalham no clube, muito poucos, é evidente, dai que outra meta passa por trazer mais técnicos para o CTE, pois não esqueçamos que a procura pelo jovem emblema tem ultrapassado as expectativas.

    Mas como qualquer outro jovem, os sonhos, neste caso objectivos, povoam o imaginário do dia-a-dia do CTE, dai que quando se fala em novos passos a dar no futuro imediato a conversa se estenda bem mais do que o inicialmente previsto. Claro que o orçamento limitado do CTE faz com que do sonho à realidade o caminho seja longo, pois não podemos esquecer que o clube vive apenas da cota dos seus atletas, a qual até nem é muito alta, aliás Sérgio Perestrelo diz meio a brincar meio a sério que é a mais baixa do país. Mas a longo prazo o CTE gostaria de trazer até Ermesinde um torneio de nível nacional, já que até agora apenas realizou uma prova de âmbito interno, por alturas do último Natal, a qual reuniu alguns clubes da zona e que teve um êxito bastante assinalável. Mas claro que para trazer até à nossa terra um torneio nacional o dinheiro não é o único entrave, a falta de infraestruturas é também uma dura barreira a ultrapassar.

    E neste aspecto cobrir os actuais courts da Vila Beatriz seria um primeiro grande passo, já que ali poderiam evoluir um maior número de jogos e treinos durante os invernos mais rigorosos, como foi o caso deste último que passou.

    Mas continuando com o orçamento do CTE e caso este fosse bem maior do que aquilo que é poderia permitir «patrocinar a ida dos nossos alunos a mais torneios fora de portas, uma vez que é de referir que são os próprios alunos que pagam a sua inscrição sempre que vão jogar a torneios de fora. E digamos que pagar uma inscrição de 15 euros todos os fins-de--semana fica caro para eles. É o dobro da mensalidade aqui na escola. De maneira que gostaríamos de ter um orçamento maior para os incentivar a participar em mais torneios de fora».

    A terminar esta pequena conversa com o nosso jornal Sérgio Perestrelo e Inês Morais fazem um convite à população da cidade: «Apareçam, venham praticar ténis pois não é assim tão complicado nem elitista como possam pensar». Fica pois aqui o convite.

    Por: Miguel Barros

     

     

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