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    Arquivo: Edição de 10-07-2010

    SECÇÃO: Cultura


    Ágorarte realizou a IV Conferência de Ermesinde que dedicou a Sophia de Mello Breyner

    Teve lugar no Fórum Cultural de Ermesinde, durante a tarde de sábado, dia 3, a realização da IV Conferência de Ermesinde, que após homenagear Eça de Queirós, D. António Ferreira Gomes e Camilo Castelo Branco, foi desta vez realizada em homenagem de Sophia de Mello Breyner.

    Maria do Carmo Castelo Branco Sequeira foi a conferencista que abordou a obra e a vida da autora homenageada. Não pôde estar presente, tal como tinha sido anunciado, o poeta e editor José Carlos de Vasconcelos.

    A sessão foi aberta com uma pequena apresentação de Sophia de Mello Breyner e da conferencista convidada por parte de Carlos José Faria, presidente da Direcção da Ágorarte.

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    Estiveram presentes na Conferência, em lugar de honra, Fernanda Lage, directora do jornal “A Voz de Ermesinde”, Raul Santos, presidente da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, e Queijo Barbosa, em representação da Associação Académica e Cultural de Ermesinde.

    No átrio da sala de espectáculos do Fórum Cultural de Ermesinde, estavam expostos vários trabalhos gráficos executados por alunos do Secundário e por alunos da Universidade Sénior de Ermesinde, todos relativos à obra de Sophia de Mello Breyner.

    Maria do Carmo Castello Branco de Sequeira intitulou a sua conferência de “Histórias da Terra e do Mar – Ética e Estética”, e para apoiar a sua dissertação sobre a obra da grande poetisa, trouxe ali intervenções a propósito, de Eduardo Prado Coelho, Eduardo Lourenço, do próprio José Carlos de Vasconcelos (uma brilhante entrevista), de quem lamentou a ausência, de Oscar Wilde, de Jorge Luis Borges e outros autores, de que falou com fluência, facilidade e elegância.

    A autora destacou então o lugar do mar na obra de Sophia, de que foi apontando em trechos de várias obras, em títulos, em entrevistas, esse surgir constante.

    Mas nem só do mar se revelava essa presença constante na obra da poetisa. Maria do Carmo apontou, por exemplo, também o lugar da casa, essa outra vertente sempre a surgir, «entre o dito e o não dito, o expresso e o implícito, a ausência e a presença. À casa pertencem, por exemplo, aquelas mulheres de idade que tudo vêem através das vidraças das suas janelas, e a propósito citou Jacques Prévert. E apontou também a luz como um desses lugares a que Sophia volta sempre.

    Há uma «ruptura poética na direcção do silêncio ou de um sofrimento profundo, digamos trágico, da condição humana».

    E chamou atmbém a atenção para as histórias familiares inscritas em muitas das suas obras, à maneira de uma saga. Talvez não fosse alheio a isso a própria ascendência nórdica de Sophia, cuja família é de origem dinamarquesa.

    Por fim abordou um outro aspecto importante da obra de Sophia de Mello Breyner, a forma como esta é perturbada e perturba vários textos-matrizes, que acabam por ser recriados, por vezes com epílogos em direcções opostas às do original.

    Entre esses textos e personagens que Sophia de Mello Breyner desviou, Maria do Carmo citou, por exemplo, “A Gata Borralheira”, ou “Alice do Outro Lado do Espelho”.

    Por: LC

     

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