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    Arquivo: Edição de 30-04-2010

    SECÇÃO: Cultura


    O Canto de Intervenção recordado na Junta de Freguesia de Ermesinde

    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER
    A delegação do Norte da Associação José Afonso (AJA--Norte) levou a cabo no auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, no passado dia 17 de Abril, um espectáculo que cantou com a presença do cantor Tino Flores (um dos cantautores exilados antes do 25 de Abril) e em que recordou numa apresentação multimédia acompanhada de texto, os caminhos do Canto de Intervenção, recordando nomes como Zeca Afonso, Luís Cília, Sérgio Godinho, o próprio Tino Flores, Francisco Fanhais, Vitorino, Adriano Correia de Oliveira, Fausto e outros.

    A excelente apresentação da AJA-Norte recordou também algumas das influências ou alguns dos cantores que à semelhança dos cantautores portugueses referidos trilharam caminhos paralelos – como Serge Reggiani, Boris Vian, Léo Ferré, Bob Dylan, Victor Jara e outros.

    Ainda recordados nesta apresentação, com texto de Paulo Esperança, que também deu a voz, foram os poetas e cantores africanos da resistência anti-colonial, como António Jacinto, José Craveirinha, Rui Mingas, o próprio Amílcar Cabral.

    Apresentando os antecessores do Canto de Intervenção, Paulo Esperança recordou o fado operário, ou fado libertário, o cante alentejano e, mais recentemente, num plano mais erudito, as Canções Heróicas de Fernando Lopes-Graça, antes de referir o percurso de Zeca Afonso desde o fado de Coimbra até à sua ruptura formal e conceptual, com que irá dar origem ao Canto de Intervenção em Portugal. Surge também aí a contribuição de poetas como Manuel Alegre, Reinaldo Ferreira, António Gedeão, e muitos outros, como a poetisa galega Rosalia de Castro. É referido também o triângulo mágico de influências de Zeca Afonso, Coimbra, África e Galiza. Depois do 25 de Abril surgem grupos como o GAC, e muitos deste cantautores multiplicam-se em concertos de viola às costas, «sem condições e sem cachet».

    A AJA-Norte insistiu também na actualidade do Zeca e das causas que o mobilizaram, chamando a atenção, por exemplo, no plano internacional, para a luta dos palestinianos, dos sahauris e dos povos do Médio Oriente.

    As canções recordadas e os textos foram interpretados por Ana Afonso, Ana Ribeiro, Fernando Lacerda, Miguel Marinho e Paulo Veloso.

    A segunda parte do espectáculo foi inteiramente preenchida com a actuação do cantor Tino Flores, que surgiu acompanhado de Luís Almeida que, a solo, também interpretou alguns temas de Zeca Afonso.

    Por: LC

     

     

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