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    Arquivo: Edição de 30-03-2010

    SECÇÃO: Destaque


    Quercus questiona a Junta sobre o abate de árvores no largo da feira velha

    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER
    A associação ambientalista Quercus, na sequência das notícias acerca de um processo de abate de cerca de duas dezenas de árvores no largo da feira velha, questionou a Junta de Freguesia de Ermesinde, pedindo esclarecimentos em relação ao abate planeado e os seus motivos. Começando por se apresentar como «Associação Nacional de Conservação da Natureza, uma organização não-governamental portuguesa de ambiente, sem fins lucrativos, que é Prémio Global 500 das Nações Unidas», aquela associação referia ter tido conhecimento de se estar «a planear ou já a proceder ao abate indiscriminado de árvores de grande porte no largo da antiga feira (Largo António da Silva Moreira Canório). Este facto, a confirmar-se», continuava a Quercus, tal seria motivo de tristeza e indignação, «pois os serviços ambientais prestados por essas árvores são demasiado importantes. As árvores purificam o ar e a água, absorvem carbono (que tem implicações na saúde pública e nas alterações climáticas), abrandam o vento, fixam o solo e ajudam na absorção da água pelo solo, as árvores fazem sombra, aumentam a humidade do ar e refrescam o ambiente envolvente, são o habitat e refúgio de muitas espécies e são elementos substanciais numa paisagem de interesse. Acresce ainda a escassez de espaços verdes». E terminava a sua carta pedindo um esclarecimento e que a Junta de Freguesia de Ermesinde considerasse «as árvores (…) como essenciais ao bem-estar da população local», e que cessassem os abates.

    A Junta de Freguesia de Ermesinde, em resposta, remeteu a associação ambientalista para o esclarecimento publicado no site da Junta e que publicamos acima.

    O Núcleo Regional do Porto da Quercus, em resposta, volta, contudo ao assunto, e em texto que fez chegar a “A Voz de Ermesinde” considera que «faz bem esta Junta em abater as árvores que representam um risco para a população», no entanto, coloca as seguintes questões à autarquia:

    1. De que forma é que a queda de folhas está a provocar estragos?

    2. É possível consultar os relatórios fitossanitários das árvores que dizem estar doentes? Estão disponíveis na página da Junta de Freguesia? Estão disponíveis na sede da junta? Podem-nos enviar esses relatórios?

    3. Onde e que árvores vão ser plantadas em substituição destas?

    E insiste o referido comunicado, assinado pelo presidente do Núcleo Regional do Porto, Ricardo Marques, que «as árvores têm uma relação directa e positiva com a qualidade de vida das pessoas. Os automóveis pelo contrário, são factores de insustentabilidade, poluição, alterações climáticas, ruído e ocupação urbana. A aposta em aumentar as condições de estacionamento automóvel através da subtracção de árvores, não é apostar na qualidade de vida das pessoas como se lê no comunicado. Acresce que o Largo António Silva Moreira contém já muitos lugares de estacionamento, tornando difícil simpatizar com o objectivo de os multiplicar».

    A associação de conservação da natureza aborda depois questões mais abrangentes divulgando que «tem recebido bastantes denúncias de abates de árvores de grande porte na região, sendo que tal tem uma influência local mas também uma influência cumulativa a nível regional. Lembramos que o distrito do Porto tem-se deparado com algumas situações de má qualidade do ar. O automóvel é um elemento urbano insaciável, exige perpetuamente mais estradas, estacionamento e outras infra-estruturas, pelo que se deve gerir esse problema pelo lado da procura e não pelo da oferta, não deixando subjugar o bem-estar das populações à voracidade do automóvel. Acresce ainda que no processo que está em curso de Agenda 21 de Maia, MAIA21, tem sido notória a primazia dada pela maioria às árvores e aos jardins de proximidade».

    Finalmente, a Quercus contrapõe que «plantar 20 árvores noutro local não terá com certeza o mesmo impacte benéfico que ter as árvores naquele local, a purificar e refrescar o ar, a embelezar a paisagem, entre muitos outros serviços essenciais ao bem-estar».

    E termina: «Relembramos que há muitas espécies de árvores e que, para cada situação específica, é possível escolher uma árvore com a dimensão adequada, com folhas caducas ou perenes, propensa ou não a transmitir alergias, entre outros factores que servem muitas vezes de argumento para as abater.

    Assim, o Núcleo Regional do Porto da Quercus, apela para que, verificando-se a necessidade de abater algumas árvores devido a doença, que se proceda à plantação de novas árvores no local das abatidas».

    Por: AVE

     

     

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