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    Arquivo: Edição de 15-05-2009

    SECÇÃO: Gestão


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    Os Super-Bancos e a função Capital (1)

    Antes de qualquer conclusão sobre o papel dos bancos na Economia e na Sociedade, convém recuar uns séculos atrás e compreender a génese das suas fundações.

    Antes de mais há que entender que esta problemática assenta, acima de tudo em questões éticas e teológicas, numa concepção de Bem e de Mal, e numa interpretação bíblica dos Valores.

    Pois tal aconteceu no início do século XVI, com o movimento da Reforma, e a nova ética protestante e as lutas ideológicas, no seio da Igreja, que nessa altura detinha um Poder que atravessava as várias nacionalidades do mundo Ocidental …e ainda detém.

    Numa altura de prosperidade Mundial, com o florescimento dos descobrimentos, das trocas e os novos mercados internacionais, reinava por cá D. Manuel I e D. João III, as condições estavam criadas para o aparecimento destas correntes reformistas, donde se salientou o teólogo francês João Calvino, que nas suas interpretações defende que os negócios de dinheiro, que tivessem por princípio estar ao serviço do próximo e da comunidade em geral [eram bons], ou seja, a noção de que o dinheiro deixava de ser “Pecado”.

    Calvino, de facto, interessou-se vivamente por questões económicas e existem elementos na sua teologia que certamente contribuíram para uma nova atitude em relação ao trabalho e aos bens materiais. A sua aceitação da posse de riquezas e da propriedade privada, a sua doutrina da vocação e a sua insistência no trabalho e na frugalidade foram alguns dos factores que colaboraram para o eventual surgimento do capitalismo. Todavia, autores têm ressaltado como a ética e a teologia do reformador divergem radicalmente dos excessos do capitalismo moderno.

    Ele condenou a usura e procurou limitar as taxas de juros, insistindo que os empréstimos aos pobres fossem isentos de qualquer encargo. Ele defendeu a justa remuneração dos trabalhadores e combateu a especulação financeira e a manipulação dos preços, principalmente de alimentos. Embora considerasse a prosperidade um sinal da bondade de Deus, ele valorizou a pessoa do pobre, considerando-o um instrumento de Deus para estimular os mais afortunados à prática da generosidade.

    A tese de que as riquezas são sinais de eleição e a pobreza é sinal de reprovação é uma caricatura da ética calvinista. Para Calvino, a propriedade, o lucro e o trabalho deviam ser utilizados para o bem comum e para o serviço ao próximo.

    Por: José Quintanilha

     

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