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    Arquivo: Edição de 15-05-2009

    SECÇÃO: Destaque


    REUNIÃO DA JUNTA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

    Acção social esteve no centro das atenções

    Dividida em dois actos (6 e 14 de Maio), a última reunião pública da Junta de Freguesia de Ermesinde viria a ser dominada pela temática da acção social. Inúmeras questões foram colocadas em torno deste assunto que para a edilidade ermesindense, continua a trazer grandes dores de cabeça.

    Problemas familiares como a ausência de limpeza em diversos locais da freguesia, falta de passadeiras em arruamentos deveras movimentados e a preocupante insegurança que se continua a viver em Ermesinde mereceram igualmente uma atenção redobrada nesta sessão.

    Fotos MIGUEL BARROS
    Fotos MIGUEL BARROS
    Foi com o tesoureiro Américo Silva ao leme – Artur Pais encontrava-se na altura a gozar um período de férias – que se desenrolaram os trabalhos da sessão ordinária da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) do passado 6 de Maio. Como habitualmente acontece coube ao público o direito de encetar a primeira intervenção da noite, tendo José Martins usado da palavra. O paroquiano voltou a alertar para um problema que já havia colocado ao executivo da Junta há dois meses atrás – o socialista Artur Costa também já o havia feito em sessões anteriores –, relembrando que uma parte da Rua Elias Garcia (junto à Padaria Lino) permanece sem passadeira. Uma zona onde diariamente transitam largas centenas de pessoas e onde a circulação de veículos é intensa. «Este é um assunto grave. Recordo que aquando da tragédia da passagem de nível da Palmilheira – a morte recente de duas jovens – esta Junta elaborou um abaixo-assinado para tomar precauções futuras. Agora pergunto, será que se está à espera de uma tragédia nesta rua para ser feito um abaixo-assinado em relação a este caso? Digam-me como se faz um abaixo--assinado e eu faço-o. Ou então arranjem-me tinta que eu próprio pinto a passadeira», sugeriu.

    Seguiu-se um período de informações fornecidas pelo presidente em exercício, com o destaque a ir para o facto de o Ministério da Administração Interna (MAI) ter recentemente anunciado um elavado investimento para o sector da segurança, sem que no entanto o Concelho de Valongo tenha sido contemplado com qualquer verba. Isto, e no caso concreto de Ermesinde, quando a esquadra da PSP continua a cair aos pedaços e os assaltos são cada vez mais! Neste ponto Luís Ramalho não pouparia críticas ao MAI pela ausência de respostas em relação a Ermesinde.

    Sónia Sousa abriria mais tarde o período destinado às intervenções dos membros do executivo, trazendo para cima da mesa primeiramente a questão do mau estado (paredes pintadas, corrimões partidos, abundância de lixo) do antigo túnel da estação de Ermesinde, pretendendo saber quem é o responsável pela manutenção do local, se a Câmara de Valongo ou a REFER. Criticaria ainda o licenciamento do Pingo Doce da Gandra, sustentado com o facto da Rua da Índia Portuguesa se ter transformado num local caótico desde a abertura do citado espaço comercial. Neste caso a autarca comunista pretendia somente que a Câmara reconhecesse o erro que foi o licenciamento daquela obra, uma vez que esta já está erguida e agora pouco mais há a fazer.

    Por seu turno Alcina Meireles alertou, entre outros casos, para a ausência de limpeza – de há uns tempos a esta parte – no largo da antiga feira de Ermesinde, para o facto de as plantas da casa – que se encontra inabitável – do falecido Brigadeiro Aires Martins estarem a “invadir” o passeio daquele local específico, impedindo desta forma as pessoas de ali circularem, e ainda o caso da Rua do Calvário, onde é permitido o estacionamento em ambas as faixas de rodagem, isto numa artéria já de si estreita, o que tem provocado uma enorme confusão ao nível de trânsito, querendo pois a socialista saber o que se passa em torno desta questão.

    Artur Costa subscreveu a preocupação do paroquiano José Martins na questão da passadeira da Elias Garcia, dando em seguida conta de um caso insólito, ou seja, o facto de a Rua Maria Rosa Espinheiro ter passado a denominar-se de travessa, isto depois de os moradores do local terem tirado documentos indicando o nome de rua e não de travessa. Costa lembraria ainda que para existir uma travessa tem de haver primeiramente uma rua, o que não é o caso, mas «se calhar as pessoas da Câmara de Valongo que tratam destes assuntos não têm inteligência para perceber isto».

    A LONGA ORDEM

    DE TRABALHOS...

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    Posteriormente dar-se-ia então entrada na longa Ordem de Trabalhos com o destaque a ir inteiramente para o Gabinete da Acção Social da JFE. Antes, porém, foram limadas algumas arestas referentes à festa da Santa Rita e aprovado um subsídio pontual (de 600 euros) à Àgorarte com vista à realização – sob a batuta desta associação – da 3ª edição das Conferências de Ermesinde, este ano dedicadas a Camilo Castelo Branco. Dado o avançar da hora ficaria decidido que a Ordem de Trabalhos iria prosseguir no dia 14 – numa reunião extraordinária –, sendo que posteriormente Américo Silva voltaria a dar a palavra ao público. Foi então que o paroquiano José Fernando questionou a JFE sobre as respostas que esta teria, ou não, para com a área da acção social. Outro paroquiano, de seu nome Carlos Silva, faria a mesma pergunta, dando conta em seguida de um projecto pessoal, já em andamento, que visa distribuir refeições durante o fim-de-semana a pessoas carenciadas da freguesia, informando ter já o apoio de algumas entidades para levar avante este seu “sonho”, mais precisamente o da Escola Secundária. Segundo o paroquiano, a necessidade mais urgente deste projecto é a obtenção – por empréstimo – de uma carrinha, de modo a efectuar a tal distribuição de refeições, tendo o mesmo lamentado que a JFE não possua nenhum equipamento deste género, dando o exemplo da Junta de Freguesia da Madalena, a qual não só tem uma carrinha para este tipo de apoio social como também tem ao dispor da população um gabinete de enfermagem. «É lamentável que Ermesinde não tenha nada disto quando tem um papel tão importante na eleição dos órgãos autárquicos para a Câmara Municipal de Valongo».

    A resposta de Américo Silva não se fez esperar: «Sabe porque é que a Madalena tem tudo isto? Porque tem o apoio da Câmara de Gaia, ao passo que nós não temos apoio nenhum».

    Uma semana mais tarde e já com Artur Pais a dirigir os trabalhos, a temática da acção social voltou a estar na berlinda. Desta feita na sequência de uma proposta para um protocolo de colaboração a ser elaborado entre a JFE e uma associação de apoio social intitulada de ADRA. Associação esta que recentemente auxiliou a Junta na distribuição de cabazes de géneros alimentícios a famílias carenciadas de Ermesinde. Dizia, entre outros aspectos, a proposta de protocolo que a JFE se comprometeria a dar a apoio à dita associação, cedendo as suas instalações para armaze-namento de géneros alimentícios a ser futuramente recolhidos, ou na aquisição de uma viatura para efeito de trabalho social. À excepção de Artur Pais todo o restante executivo – menos Sónia Sousa, que não esteve presente nesta sessão – se manifestou contra a proposta.

    Sem colocar em causa o trabalho realizado pela referida associação, Alcina Meireles manifestou--se contra, por exemplo, ceder as instalações da Junta para armazenar os alimentos e outros “donativos” angariados, questionando em seguida, caso se viesse a adquirir a tal viatura, se esta seria pertença da Junta ou da ADRA? A socialista opinaria ainda que a fazer protocolos de cariz social estes deveriam ser elaborados com instituições da freguesia, como por exemplo o Centro Social de Ermesinde, a ADICE, ou a Casa do Povo. Tal como Artur Costa a autarca socialista frisaria que não achava correcto estarem a ser realizados protocolos de longa duração, como este, quando faltam somente 5 meses para o actual mandato chegar ao final, cabendo uma decisão como esta ao próximo executivo.

    Luís Ramalho subscreveria algumas das palavras de Alcina Meireles, mais concretamente no facto de que seria mais correcto e aceitável elaborar protocolos de colaboração no âmbito social com as instituições da freguesia, acrescentando ainda não ter encontrado qualquer indicação do trabalho da ADRA realizado no nosso país. Na sequência desta longa discussão a proposta seria recusada.

    Aceite, embora com algumas vozes do contra, seria uma outra proposta saída do recém-criado Gabinete de Acção Social (GAS) da JFE, o de proporcionar um dia festivo (com uma série de actividades, entre as quais um parque com insufláveis) a 1945 crianças oriundas de diversos establecimentos de ensino da nossa freguesia durante o Dia Mundial da Criança. Proposta esta orçada em 7500 euros. Luís Ramalho mostrou-se totalmente contra pelos valores mencionados, classificando-os de exagerados para uma acção como esta, sustentando a sua opinião com o exemplo de que existem agrupamentos escolares que não têm verbas sequer para a limpeza das escolas. Já os elementos do PS dariam o seu voto favorável, pois uma vez que a JFE tem uma margem de manobra em termos de dinheiros considerável é de bom tom proporcionar-se um dia diferente e único aos meninos e meninas da freguesia. Neste ponto o GAS seria alvo de reparos, levando mesmo Artur Costa a dizer que as dúvidas que colocou em torno deste serviço aquando da sua proposta estão agora totalmente dissipadas. «É como mandar fazer um fato por medida, o qual quando está pronto vem-se a constatar que afinal não serve ao cliente». Não parecem haver dúvidas de que ainda existem muitas arestas a limar em torno do tão badalado gabinete.

    Por: Miguel Barros

     

     

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