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    Arquivo: Edição de 30-04-2009

    SECÇÃO: Cultura


    Reviver a História

    Ágorarte organizou visita ao Museu Militar do Porto

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    A exposição temporária sobre a segunda invasão francesa que viria a dar origem a um dos episódios mais terríveis vivido pela população da Cidade Invicta, o desastre da Ponte das Barcas foi um dos temas centrais que, pelo seu pendor histórico, mereceu a atenção dos participantes numa visita guiada ao Museu Militar do Porto promovida pela associação Ágorarte, de Ermesinde.

    Recebidos e acompanhados pela furriel Mariana Teixeira, licenciada em Arqueologia e mestranda em Museologia, os visitantes ouviram as suas explicações acerca de alguns dos factos mais relevantes da incursão das tropas francesas que, comandadas pelo general Soult, entraram por Chaves, com o objectivo de atingirem o sul do país.

    Não conseguindo atravessar o rio Vouga, por força de resistências várias, as famélicas tropas de Soult foram obrigadas a retirar para o Norte, tendo-se acantonado na cidade do Porto. Em 29 de Março de 1809, a investida dos franceses terá causado a morte a mais de quatro mil pessoas, afogadas nas águas do Rio Douro quando, em pânico, fugiam do invasor para o lado de Gaia onde na véspera se havia já refugiado o bispo do Porto.

    Duzentos anos depois, essa memória tem sido objecto de múltiplas evocações como a que está temporariamente patente no Museu Militar.

    FERIDAS

    QUE AINDA

    DOEM

    Os relatos desta tragédia variam. Há quem diga que a ponte, constituída por 20 barcaças cedeu ao peso da multidão. Outros defendem que do lado de Gaia alguém terá aberto um alçapão na ponte para impedir a progressão dos franceses. Foi então que os perseguidos, empurrados para a frente, se precipitaram no rio que ficou pejado de cadáveres.

    Mas para além desta mostra temática, muito mais há para descobrir neste edifício do século XIX que só a partir de 1980 abriu as portas ao público para expor um importante espólio constituído por equipamentos e artefactos militares e ainda por várias colecções de armas ligeiras e de artilharia usadas desde a Idade Média até aos nossos dias.

    Uma outra marca que distingue – pelas piores razões – este edifício que começou por servir de habitação familiar foi a sua posterior adaptação a estabelecimento prisional para nele se instalar a tristemente célebre PVDE, mais tarde denominada de PIDE e finalmente PIDE/DGS, que ali encarcerou, interrogou e torturou centenas, se não milhares de cidadãos que ousavam pensar de maneira diferente do poder instituído até ao libertador 25 de Abril de 1974. As celas, que ainda lá estão, servem agora de alojamento aos militares encarregados de zelar pela manutenção e preservação do museu.

    Para que a memória não se apague.

    Por: Álvaro Mendonça

     

     

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