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    Arquivo: Edição de 30-04-2009

    SECÇÃO: Destaque


    ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE JOVENS

    Uma assembleia muito a sério!...

    Pelo terceiro ano consecutivo, o município de Valongo levou a cabo a já aguardada Assembleia Municipal de Jovens, mais uma vez realizada na véspera do 25 de Abril e imbuída do seu significado.

    Tratou-se de uma importante sessão pública, também de carácter pedagógico, realizada no auditório António Macedo do Fórum Vallis Longus, e que movimentou a comunidade escolar na inventariação de questões a merecer a intervenção pública, apresentando ela própria, através dos alunos envolvidos, algumas propostas de solução, que debateram, aliás, com os principais responsáveis da autarquia.

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    Sofia de Freitas começa por reconhecer o trabalho dos professores envolvidos na preparação da Assembleia, que assim põe em prática, ao nível juvenil, o princípio da democracia representativa. E Fernando Melo, também presente no início da sessão, incentiva os jovens contra o “medo” que neles pressentiu. Combatido o “nervoso” informa que vai ter que se ausentar, pois na Bibliotca Municipal «tem cinco escritores à espera (quatro do concelho) e tem que ir lá recebê-los». as intervenções dos deputados municipais presentes e do representante da DREN (Direcção Regional de Educação do Norte), Carlos Sousa. Este considera que «o furturo está garantido», como se pode deduzir do olhar crítico dos jovens, «exercício salutar de democracia». E também ele (ver texto noutra página) considera que o 25 de Abril foi «golpe de Estado que rapidamente se transformou numa revolução».

    Outras saudações aos jovens vêm de Arnaldo Soares, presidente da Junta de Alfena («é um privilégio estar aqui ... e dirigir palavras aos jovens»), António Monteiro, do Bloco de Esquerda (saudação aos jovens e regozijo pela comemoração do 25 de Abril), Alexandre Teixeira, do CDS/PP, saudando igualmente os jovens e recomendando: «Para ouvir e tomar nota dos reparos [dos jovens]».

    Daniel Torres, do PSD, fez uma intervenção igualmente curta mas brilhante, quando tentando mostrar que a política não tem de ser chata, afirmou: «A política pode ser sexo!», e questionou os jovens quanto às questões da Educação Sexual. «A política pode ser gay!» e questionou os jovens quanto às questões que se prendem com a orientação sexual. «A política pode ser charro!», e questionou os jovens sobre a questão da despenalização das drogas leves. «A política pode ser torrent!». E questionou os jovens sobre as questões da propriedade intelectual no mundo da sociedade de informação.

    Após um breve período destinado ao público, em que se recordou um poema de Ary dos Santos – “As Portas que Abril Abriu”, passou-se ao período de intervenções antes da Ordem do Dia, com um protesto dos alunos da EB 2,3 de Campo pela falta de transportes na freguesia, crítico da autarquia municipal, apresentado sob a forma de moção, e que viria a ser aprovado por 38 votos a favor, com 2 abstenções.

    Ainda neste período a Secundária de Alfena apresentou um voto de protesto pela distribuição de água em garrafas na sessão, aprovado por unanimidade, e a Secundária de Valongo um voto de pesar pelo falecimento de um professor da escola, tendo uma aluna lido um texto em sua honra.

    ORDEM DO DIA

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    Seguidamente entrou-se na Ordem do Dia, com os alunos das várias escolas envolvidas – oito, a saber escolas EB2,3 de Campo, Valongo, Alfena e D. António Ferreira Gomes (Ermesinde), CENFIM Ermesinde, e Secundárias de Alfena, Valongo e Ermesinde – a apresentarem os problemas detectados e as suas propostas.

    Por exemplo, a EB2,3 de Campo apresentou um conjunto de problemas, como a falta de transportes na freguesia, a existência de casa abandonadas constituindo locais propícios à delinquência, a poluição do rio Ferreira e a falta de espaço para as actividades dos jovens.

    E propôs várias medidas, a partir das sugestões dos jovens: criação de um espaço de cinema ao ar livre, espaços para a prática de várias modalidades desportivas, clubes de dança, realização de passeios, espaço digital e de internet.

    Propôs ainda a limpeza das ruas envolventes das habitações abandonadas, o combate ao abate ilegal de árvores, a criação de canis e a construção de uma escola secundária em Campo.

    Também a EB2,3 de Valongo inventariou alguns pontos negros, como o facto de a Biblioteca Municipal não estar bem servida de transportes, o Parque da Cidade de Valongo ter as suas actividades dependentes das condições climatéricas, da esquadra de polócia estar situada num local longe o centro da cidade e ainda o mau estado de alguns arruamentos, de que é exemplo a Rua Fonseca Dias.

    A EB2,3 de Alfena concentrou-se na defesa da necessidade de zonas verdes, o que fundamentou de forma meticulosa.

    A EB2,3 D. António Ferreira Gomes, em Ermesinde, escolheu três situações, que apresentou de uma forma muito interessante, pois escolheu, com felicidade, o humor como veículo adequado à sua intervenção. Isso mesmo reconheceu o próprio vereador Mário Duarte, que ali representou a Câmara após a saída de Fernando Melo, que deu os parabéns aos jovens pela sua apresentação que pôs o auditório a rir.

    Os casos escolhidos foram a situação da Rua Elias Garcia nas proximidades da escola – nomeadamente o seu estreitamento no troço junto à via férrea –, as condições lastimosas em que se encontra o viaduto sobre o caminho-de-ferro junto à igreja de Ermesinde, e a circulação pedestre muito perigosa na Rua da Costa, resultante do facto de ser uma rua muito estreita e sem passeios.

    Os alunos do CENFIM abordaram também várias questões relacionadas com, primeiro, o perigo de circulação na Avenida Duarte Pacheco, propondo a colocação de semáforos com radar, passadeiras com reflectores e leds, lombas e uma ponte pedonal. Segundo, com a falta de um pavilhão desportivo próximo, sugerindo ou a construção de um pavilhão para os alunos do CENFIM ou a celebração de um acordo para a utilização de um pavilhão privado existente em frente desta escola profissional. Terceiro, queixaram-se dos constantes assaltos de que são vítimas, sendo as zonas mais afectadas, as imediações de um café próximo, o apeadeiro da Palmilheira e estação de Ermesinde e junto do pavilhão gimno-desportivo de Ermesinde.

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    A Escola Secundária de Alfena desenvolveu um trabalho centrado na.resolução do problema da faltas de acessibilidade à escoola, que é longe do centro e cujo caminho é longo, íngreme e constituído por ruas estreitas. Os alunos propuseram a alteração de percursos por parte de vários operadores, no sentido de poderem servir a escola, de acesso muito difícil sobretudo em tempos de invernia.

    A Escola Secundária de Ermesinde defendeu a criação de uma Casa da Juventude de Ermesinde, a ser instalada num dos novos edifícios na parte nascente do Parque Urbano de Ermesinde, o que constituiria um investimento inicial da ordem dos 150 mil euros e uma despesa anual de 100 mil euros, uma ninharia relativamente ao orçamento camarário.

    Por fim, a Escola Secundária de Valongo fundamentou uma proposta de criação de ciclovias na cidade de Valongo, enumerando as vantagens do uso da bicicleta e respondendo às razões geralmente apontadas em seu desfavor.

    Outro assunto abordado foi a falta de informação sobre os eventos culturais na cidade, propondo-se a criação de painéis informativos colocados nos locais de maior visibilidade, caso da Fonte da Senhora, saída da A4, Câmara e Biblioteca Municipal, e Parque da Cidade. Os pedidos de subsídios pontuais e questões referentes a obras (pavimentações e marcações) em algumas artérias do concelho foram também incluídos na longa mas rapidamente cumprida Ordem de Trabalhos.

    A todas as críticas e sugestões procurou responder Mário Duarte, ora rejeitando responsabilidades – que nalguns casos seriam da Administração Central, ora respondendo às sugestões com alternativas já discutidas pela Câmara, ora tomando nota de algumas das propostas.

    O tempo não foi perdido.

    Por: LC

     

     

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