Batalha entre os sindicatos dos professores e Ministério da Educação sem fim à vista
Professores protestaram em Ermesinde
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Fotos URSULA ZANGGER |
O dia começou chuvoso e frio mas nem isso impediu de mais de meia centena de professores se manifestarem em frente à Escola Secundária de Ermesinde (ESE), no passado dia 3 de Dezembro, logo pela manhã. A empunhar cartazes com palavras de protesto estavam constantemente a chegar docentes que se juntavam à manifestação e davam força à reivindicação.
À conversa com alguns dos professores presentes no local, pudemos constatar que estariam presentes docentes do Agrupamento Vertical das Escolas de S. Lourenço e da Escla Secundária D.António Ferreira Gomes. Ana Virgínia, professora na ESE, declarou que «entraram muito poucos professores na escola». A professora acrescentou que os motivos que levaram a este protesto não dizem apenas respeito ao modelo de avaliação de desempenho que o Governo quer aplicar, mas prendem-se com factores relacionados com o estatuto da carreira de docente. No que diz respeito à avaliação a opinião é unânime: «queremos ser avaliados mas não queremos esta avaliação porque é absurda» (ver caixa de texto, ao lado).
«Apesar de tudo o que nos está a ser imposto nós procuramos protestar sem prejudicar os alunos. Estamos a lutar por um ensino público de qualidade, porque o nosso principal interesse são os alunos», explicou Ana Virgínia.
Alfredo Caseiro, também docente na Escola Secundária de Ermesinde, referiu que a manifestação seguiria para a Câmara Municipal de Valongo, onde juntamente com professores de todas as escolas do concelho se levaria a cabo o protesto.
Foi mais um dia sem aulas, não só na Escola Secundária de Ermesinde, mas também por todo o País. Segundo dados dos sindicatos dos professores, esta foi uma greve «histórica», com uma adesão de 94%. Já o Ministério da Educação admitiu que a paralisação teve uma participação «significativa», mas falou numa adesão de 61%.
O protesto surgiu após várias tentativas de negociação entre sindicatos dos professores e Ministério da Educação para implementar medidas de simplificação do processo de avaliação de desempenho. Mário Nogueira, líder sindical dos professores chegou mesmo a pedir a demissão da ministra, após reunião tensa no Ministério da Educação.
No dia 10 de Dezembro o Ministério da Educação convocou as associações da Plataforma Sindical dos Professores para uma reunião. Ficou decidido que a apresentação da proposta do modelo transitório de avaliação pela plataforma dos docentes seria no dia 11 e não no dia 15, como estava agendado.
Mário Nogueira referiu que em cima da mesa para a reunião do dia 11 estariam dois pontos essenciais: «A solução para este ano da avaliação em regime transitório e a abertura de um calendário de negociações que vise rever o estatuto da carreira docente».
Por:
Teresa Afonso
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