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    Arquivo: Edição de 30-06-2007

    SECÇÃO: Destaque


    Biblioteca Municipal festejou 2º aniversário com a presença do escritor Mário Cláudio

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    No dia (19 de Junho) em que comemorou dois anos de existência a Biblioteca Municipal de Valongo abriu as suas portas ao ilustre escritor Mário Cláudio. Uma visita enquadrada na actividade de extensão cultural que a biblioteca municipal tem vindo a dinamizar intitulada de “Os Escritores Visitam a Biblioteca”.

    A receber a conceituada personalidade do mundo das letras estiveram não só diversas figuras públicas do concelho de Valongo, entre as quais o presidente da autarquia Fernando Melo, como também inúmeros fãs anónimos que não perderam a oportunidade para contactar de perto com o seu escritor de eleição.

    No diálogo que durante aproximadamente uma hora manteve com a assistência - que lotou o auditório da biblioteca municipal - Mário Cláudio saciou a curiosidade de um público que procurou conhecer um pouco mais a fundo as características, as sensações e as opiniões de um escritor que em 2004 foi galardoado com o Prémio Pessoa. Aliás, foi o próprio Mário Cláudio que no início desta conversa desafiou a assistência a “bombardeá-lo”, por assim dizer, com as todas questões que quisessem colocar, pois deixou claro que não gostava de monólogos, «prefiro que seja o público a falar, a colocar questões, do que eu estar aqui tomar o tempo todo com o meu discurso».

    Frontal, o escritor avisou desde logo os seus interlocutores que se encontrava numa fase difícil da sua vida, já que havia recentemente terminado o seu último livro – sobre o qual não quis adiantar muito, dizendo apenas que será publicado em breve -, «e quando acabo de escrever um livro sinto uma espécie de vazio dentro de mim. Como tal, hoje não estou nos melhores dos astrais». Um estado de espírito que, e diga-se em abono da verdade, pouco ou nada se fez notar, já que Mário Cláudio mostrou-se sempre muito afável para com o público.

    Fez saber, por exemplo, que escrever é uma actividade difícil, por vezes absolutamente dolorosa e liquidante. Uma actividade onde as alegrias podem ser muito passageiras, provenientes da publicação de um livro ou de uma crítica positiva. Deixou aliás um conselho a todos aqueles que um dia aspiram a ser escritores, dizendo que «um escritor é alguém que não sobrevive sem escrever. Não se é escritor só quando escrevemos uns versos de vez em quando. Quem não encarar a escrita nesta perspectiva nunca conseguirá ser escritor». Apesar desta visão um tanto ao quanto negativa da actividade de escritor, Mário Cláudio deixou facilmente transparecer ao longo deste diálogo que é um homem que ama a escrita, que como o próprio disse não consegue sobreviver sem ela, «a escrita é uma terapia». E por falar em jovens escritores, Mário Cláudio voltou de novo a usar da sua implacável frontalidade para frisar que a maior parte da nova vaga de jovens escritores que vai desabrochando cada vez com maior intensidade no nosso país é de má qualidade. Neste ponto deu o exemplo dos escritores (jornalistas) provenientes da TV, opinando que a maioria deles apenas escreve pelo simples facto de ser uma vedeta televisiva e não pela qualidade da sua escrita.

    Frisaria ainda, por exemplo, que a maior parte dos jovens de hoje em dia não sabe ler, uma conclusão extraída da sua actividade enquanto docente na Escola Superior de Jornalismo.

    Após responder, e opinar, sobre outras questões relacionadas com a mundo da escrita Mário Cláudio terminou a sua visita à Biblioteca Municipal de Valongo com uma sessão de autógrafos.

    Por: MB

     

     

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