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    Arquivo: Edição de 15-04-2007

    SECÇÃO: Destaque


    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    MOSTRA DE TEATRO AMADOR DO CONCELHO DE VALONGO

    Grupo Casca de Nós subiu ao palco do Vallis Longus com a nova peça "Conferências"

    A Mostra de Teatro Amador 2007 do Concelho de Valongo prosseguiu neste fim-de-semana com a apresentação de mais duas peças. A primeira ocorreu no dia 13, com o Fórum Cultural de Ermesinde a receber a peça “Os meninos gordos”, levada à cena pelo Grupo de Teatro dos Alunos de Campo. No dia seguinte foi a vez do Grupo Casca de Nós, da Associação Académica e Cultural de Ermesinde, apresentar, no Fórum Vallis Longus, na cidade de Valongo, o seu mais recente trabalho, intitulado de “Conferências”.

    “A Voz de Ermesinde” esteve lá, e nas linhas que se seguem apresenta um pequeno resumo da excelente actuação da companhia ermesindense.

    Não será exagerado da nossa parte se dissermos uma vez mais que o grupo de actores do Casca de Nós continua a subir degraus na arte da bem representar.

    Facto comprovado no passado dia 14 de Abril, na altura em que a companhia de teatro de Ermesinde levou à cena o seu mais recente trabalho, “Conferências”.

    Uma peça construída a partir de monólogos de Anton Tchekov e Raúl Brandão, na qual foram retratadas três histórias de gente vulgar, cuja vida se apresenta “pintada” em tons tristes e cinzentos.

    No primeiro monólogo tivemos a “conferência” de Sarah Bernardt, uma simples e vulgar actriz cujo trabalho na arte de representar só é reconhecido e admirado por ela própria, embora ela esteja ciente do contrário. Uma actriz cujo melhor desempenho nas peças em que participou em toda a sua carreira é morrer. «Morrer é aquilo que eu faço melhor...».

    Dramática foi a história de Nioukhine, um pobre homem submisso à sua terrível mulher. Nioukhine apresentou-se inicialmente ao público para levar a cabo uma “conferência” sobre os malefícios do tabaco «porque a sua mulher mandou», mas acabou por mostrar toda a sua revolta e desespero por ser um «desgraçado, uma nulidade, com uma vida estúpida, um ser ridículo» que vive apavorado e sob as ordens da sua esposa.

    O último monólogo conta-nos a vida de Teles, um sonhador que nunca deixa de sonhar mesmo quando tudo à sua volta se está a desmoronar.

    Perante um texto algo complexo, em nosso entender, os actores do Casca de Nós estiveram brilhantes, facto esse realçado no final da peça pelo encenador José Gonçalinho que após ter recebido os elogios de um dos elementos do grupo, nomeadamente Queijo Barbosa (que não participou na peça) retorquiu dizendo que «sem este grupo de actores eu era um santo, mas com eles eu não o sou, porque o milagre é deles».

    Queijo Barbosa faria ainda agradecimentos muito especiais não só aos criadores dos cenários e figurinos da peça, respectivamente Manuel Carneiro e Fernanda Carneiro, bem como ao Hélder (da companhia profissional de teatro de Valongo ENTREtanto Teatro) pela incansável colaboração técnica para que tudo pudesse correr às mil maravilhas, como na realidade aconteceu.

    Uma última nota para informar que esta peça vai ser reposta no Fórum Cultural de Ermesinde nos dias 19, 20 e 21 de Maio.

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ

    FICHA TÉCNICA

    Elenco: Adelaide Vicente, Frederico Silvestre, Hermínia Carvalho, Marisa Almeida, Paulino Laranjeira e Tiago Oliveira;

    Encenação e adaptação: José Gonçalinho;

    Autoria: Grupo Casca de Nós;

    Textos de apoio: Anton Tchekov e Raúl Brandão;

    Figurinos: Fernanda Carneiro;

    Cenários: Manuel Carneiro;

    Operação de luz e som: Fernando Carvalho.

    Por: Miguel Barros

     

     

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