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    Arquivo: Edição de 20-12-2006

    SECÇÃO: Editorial


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    Um Hino à Vida

    Foto sobre escultura de Gustav Vigeland
    Foto sobre escultura de Gustav Vigeland
    Há lugares que nos marcam profundamente para toda a vida. A Noruega é um desses locais, por muitas razões: afectivas, beleza natural dos seus fiordes, pela paz que nos transmitem aqueles vales imensos, em que de onde a onde existem pequenas terras. Apetece ficar, ver e ouvir, sentir toda aquela beleza natural, compreender a ternura com que tratam os seus semelhantes, respeito pela vida, e em especial pela diferença. Deficientes profundos passeiam nos jardins, outros – com mais possibilidades – executam pequenas tarefas pela cidade, sempre acompanhados por alguém que os ajuda e controla, a uma certa distância, como quem não quer interferir, mas que está ali, a cumprir um trabalho sério e atento. Por vezes nem damos conta, a não ser quando o diálogo se estabelece, e pode assumir actos físicos, como me aconteceu com uma senhora que queria tomar o meu café. A companheira pediu um igual para ela, mas ela insistia e eu ofereci-lhe o meu..., não percebi se fiz bem ou mal, mas foi a forma que encontrámos para comunicar.

    As crianças estão presentes em todo o lado, acompanham os pais para todos os sítios, restaurantes, bancos, supermercados, brincam nos sítios mais inconcebíveis, com os familiares sempre por perto, e não incomodam ninguém. Muitas vezes me tenho interrogado porque será. Os dias são curtos e as crianças e toda a família regressam cedo a casa, talvez! …

    Mas o grande Hino à Vida existe em Oslo, no Parque Vigeland, nas centenas de esculturas que Gustav Vigeland legou à cidade, àquele país, ao mundo.

    O ciclo da vida humana assume naquelas imagens todo o afecto, toda a ternura, toda a alegria, todo o sofrimento, desde o nascimento à separação pela morte de dois amantes, à ternura com que os velhos se abraçam, ao carinho com que se ajudam.

    Estas são as imagens e os sentimentos que escolhi para este Natal.

    A vida no seu esplendor, todos despidos de preconceitos, de luxos, de ódios, de trapos que nos pretendem tornar diferentes, de poderes passageiros, a vida no que ela tem de mais pura e de bela.

    Este jardim visitado por gente de todo o mundo e de todas as condições foi para mim sempre uma referência e, por isso, visitei-o várias vezes, quer fisicamente quer através das imagens que tenho guardadas na minha mente e jamais esquecerei.

    Nestas imagens não há lugar para a fome ou a guerra, os corpos são bem constituídos, de acordo com a idade.

    Que melhor Natal se pode desejar?

    Por: Fernanda Lage

     

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