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Escutas: 6000 jovens no Seminário do Bom Pastor

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Logo pela manhã, a cidade viu-se “invadida” por centenas de indivíduos uniformizados ou não, que carregavam caixas de cartão. O espírito daquilo que iriam viver era, então, reanimado na medida em que, durante o decorrer do ano, foram feitas algumas sessões de preparação entre os jovens de cada paróquia. Constituídas maioritariamente por momentos de reflexão, as sessões, para além de promoverem o relacionamento inter-grupos, visaram o incentivo da procura da resposta à temática central da actividade, um convite de Jesus Cristo: « Se quiseres vir comigo...». A caixa de cartão que cada um levava era, portanto, o símbolo do tesouro individual, o qual continha no seu interior uma pegada representativa do caminho a seguir. Para além disso, cada um levava uma cruz, símbolo da fé.

A aplicação do espírito incutido anteriormente foi posto à prova em vários jogos, que remontavam tanto à época medieval, como ao que, na actualidade, os jovens praticam. Entre eles temos o lançamento da bota, pinturas faciais, escalada, rappel e slide, o derrubar do tronco, os trajes medievais, etc.. Para aceder ao torneio medieval (uma competição com base em jogos medievais), foi anunciado que era necessário executar cinco destas provas até ao tempo limite.

E o limite foi a Eucaristia, que pedia a reunião de todos no recinto principal. Este estava enfeitado por um muro enorme constituído pelas caixas que cada um trouxe, empilhadas até ao altar. A celebração contando com tantos participantes, foi animada por um grupo coral e presidida pelo bispo do Porto, D. Armindo. Durante a Eucaristia, deu-se um momento simbólico de troca das cruzes que cada um levava, com outra pessoa qualquer. Assim que se deu o fim desta pausa reflectiva, o altar foi transformado num palco para jovens cantores, no que constituiu o festival da canção. Paralelamente, o centro das atenções era repartido com o torneio medieval que, por fim, ganhava forma com a inscrição dos seus participantes. A luta de cotonetes ou o lançamento por catapulta são exemplos dos jogos realizados.

O ponto mais alto do dia foi o encerramento da actividade, onde os 6 000 jovens se reuniram de novo no recinto principal. Foram apresentados os vencedores do festival da canção e a equipa vencedora do torneio medieval. Os lobitos, os escuteiros mais novos, mostraram também o seu trabalho de casa, no desfile de dragões que eram encenados por eles próprios. Mas, como não poderia faltar num dia de S. Jorge, era necessário matar o dragão. Esta tarefa coube aos exploradores, os escuteiros distinguidos por lenço verde. O dragão era um grande plástico cheio de balões brancos e outros vermelhos, que os verdes encheram durante o dia. Os balões brancos eram-lhes dados quando eles conseguiam realizar a prova, pelo que simbolizavam o bem e os objectivos alcançados. Por outro lado, os balões vermelhos correspondiam às provas não superadas e ao mal que carregamos nos corações. A morte do dragão foi, então, o arrebentar do plástico que só libertou os balões brancos, enquanto os vermelhos ficaram retidos. O céu de Ermesinde ficou repleto de bondade, segundo esta mística. Um concerto de folk, da banda “Polk” foi o final escolhido, para terminar este encontro de confraternização.

Na mistura de jovens com vários interesses, o Seminário do Bom Pastor abarcou um evento especial que permitiu a celebração de duas actividades diferentes numa só.

Por: Ana Pedro*

* Pioneira dos Escutas de Ermesinde