Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 30-05-2006

    SECÇÃO: Destaque


    Despedimento colectivo é o cenário mais provável para trabalhadores da Lear

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    Apesar de, até ao dia de hoje, tal não ser um dado adquirido, paira no ar a ideia de que a Administração da Lear de Valongo procederá ao despedimento colectivo.

    O prazo – inicial – dado aos trabalhadores pela multinacional americana para estes decidirem se queriam ou não aceitar a rescisão amigável terminou na passada sexta-feira, pelo que caso estes não aceitem os termos de rescisão impostos pela Administração da empresa, a mesma avançará com o processo de despedimento colectivo.

    Relembre-se que, no início da semana passada, a Administração da empresa de cablagens para automóveis apresentou junto da Comissão de Trabalhadores uma proposta final de indemnização de 1,85 salários por casa ano de serviço aos 285 trabalhadores que pretende dispensar. Recorde-se também que os critérios a ter em conta na dispensa deste número de funcionários passam pela antiguidade na empresa, por casos sociais complicados, e pela vontade manifestada pelos próprios trabalhadores em sair.

    Perante isto, a Lear começou então, no início da semana transacta, a ouvir os funcionários no sentido de saber se estes aceitavam ou não os termos com vista a uma rescisão por mútuo acordo. Negociações essas que tiveram como prazo o dia 26 de Maio. Este prazo foi entretanto prorrogado até ao dia 31 de Maio (amanhã).

    Até ao dia de hoje, e segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (SINDEL), 103 trabalhadores serão alvo de despedimento colectivo caso não aceitem as contrapartidas propostas pela empresa quanto à rescisão por mútuo acordo. Pelo contrário, 182 funcionários aceitaram já a proposta avançada pela Lear quando a uma rescisão amigável.

    INDEMNIZAÇÕES

    PODERÃO VIR A SER

    MENORES QUE AS ANTES

    PROPOSTAS EM CASO

    DE MÚTUO ACORDO

    Caso o despedimento colectivo seja a solução final, os termos de indemnização serão bem inferiores à proposta de 1,85 salários por cada ano de serviço avançado pela empresa, ou seja, os trabalhadores levarão para casa apenas um salário por cada ano de serviço.

    No entanto, o SINDEL tem ainda esperança que a hipótese de despedimento colectivo seja evitada, estando para o dia de amanhã marcada então uma decisiva reunião entre a Comissão de Trabalhadores e os representantes da empresa, com o intuito de ouvir os trabalhadores que ainda se encontrem indecisos quanto à oferta de rescisão amigável.

    Incerto está também o futuro dos restantes 589 funcionários que permanecerão a laborar na empresa, uma vez que após as muitas e longas reuniões que foram acontecendo ao longo de todo o mês entre trabalhadores e empresa, não foram dadas quaisquer garantias de que a Lear possa permanecer em Valongo após o fim do acordo com o Estado Português (relativo a incentivos fiscais), que termina no final do presente ano.

    Recorde-se que todo este drama social, que está a ser vivido pelos 880 trabalhadores da Lear de Valongo, teve início no principio deste mês, altura em que a empresa tornou pública a sua intenção de dispensar 285 funcionários com a justificação de que o número de encomendas do seu único cliente – a Jaguar – tinha diminuído, argumentando ainda ser necessário esta redução do quadro operário de modo a evitar o encerramento imediato da unidade de Valongo.

    A ver vamos qual irá ser então o desfecho final, não só para estes 285 trabalhadores que irão começar em breve a ser dispensados, como para os restantes 589 que continuarão – sem saber até quando – a laborar na empresa.

    Por: Miguel Barros

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].