SECÇÃO: Destaque

Fotos RUI LAIGINHA

O artesão de Campanhã e a artista de Ermesinde

Ao longo do período em que acompanhámos de perto o certame tivemos o privilégio de ver in loco alguns artesãos trabalharem as suas peças. Na tentativa de ficar a conhecer um pouco melhor a arte de cada um, “A Voz de Ermesinde” resolveu meter conversa com dois destes artistas das artes populares, se assim os podemos chamar. A representar a Junta de Freguesia de Campanhã, do Porto, estava José Agostinho Marquês. Uma figura simpática que, ao ver a equipa de reportagem do nosso jornal aproximar-se do stand onde se encontrava instalado, fez de imediato questão de nos mandar entrar, de modo a dar-nos a conhecer mais de perto a arte que tanto prazer lhe dá criar, como o próprio frisou. Artesão este que tem dedicado grande parte da sua vida à confecção de barros decorativos, peças de marfinite pintadas à mão, além das peças que o tornaram famoso nos meandros do artesanato, nomeadamente os brasões de família pintados sobre uma pedra de ardósia. «Fazer este tipo de trabalho requer não só muita atenção como também paciência. Por norma, demoro sempre entre três a cinco horas a pintar um brasão de família, mas isso depende um pouco não só da minha disposição, como também do facto de existirem brasões mais difíceis do que outros de ser pintados. Mas, sem dúvida que tenho um prazer enorme em fazer este trabalho, pois se assim não fosse não perdia tanto tempo da minha vida com isto como perco». Pela primeira vez a participar na feira estava Susana F. Barbosa, uma jovem artesã ermesindense que se dedica à elaboração de jóias artesanais. Com um design moderno e de grande beleza, era impossível não ficarmos rendidos à arte produzida pela artista de Ermesinde. Susana F. Barbosa que, nas breves palavras que trocou com o nosso jornal, se mostrou semi-satisfeita com esta sua estreia na Feira de Artes Populares. Os únicos senãos prenderam-se com os fracos índices de vendas e com a falta de sensibilidade de algum público para com este género de ourivesaria artesanal. Confidenciou-nos ainda que é seu objectivo começar a participar com mais frequência não só nas feiras artesanais que se vão fazendo em Portugal como noutras a nível internacional, de forma a divulgar não só a sua arte como também o nome da Cidade de Ermesinde.

Por: Miguel Barros