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    Arquivo: Edição de 30-05-2006

    SECÇÃO: Destaque


    Foto MIGUEL BARROS
    Foto MIGUEL BARROS
    ENTRETANTO MTN VALONGO 2006 • 1ª MOSTRA DE TEATRO NACIONAL

    As hilariantes peripécias de um morgado da província em Lisboa

    Não poderia ter tido melhor desfecho esta 1ª Mostra de Teatro Nacional. No derradeiro dia do certame cultural (27 de Maio) foi a vez da companhia Jangada Teatro – de Lousada – subir ao palco do Centro Cultural de Campo para levar à cena a peça “O Morgado de Fafe em Lisboa”. Com encenação de Jorge Pinto, este espectáculo retrata uma das maiores comédias do grande escritor português Camilo Castelo Branco. Uma peça onde pudemos contemplar toda a extravagância e o aguçado sentido de humor, e ao mesmo tempo crítico, que caracterizaram parte da obra deste autor. Uma hilariante comédia que nos conta a história de um aristocrata provinciano, o tal Morgado de Fafe, que na companhia do seu amigo e conterrâneo João Leite, se desloca a Lisboa pela primeira vez. Como genuíno habitante da província o Morgado de Fafe é uma pessoa simples, de pouca cultura, sem os tiques e manias que caracterizavam a nobreza daquela altura. Nesta sua primeira ida à capital o sempre bem disposto Morgado de Fafe visita, sempre na companhia de João Leite, o Palácio do Barão de Cassurrães, local onde se desenrola toda a acção. Aqui fica a conhecer a alta sociedade típica daquela época, caracterizada pela fachada, pela hipocrisia, pela boémia e sobretudo pelos interesses. Uma classe social que faz troça do estilo provinciano e popular do morgado quando com este trava conhecimento. No entanto, não é por isso que o ilustre provinciano irá mudar a sua maneira de ser e ao longo da história vai divertir todos os habitantes do Palácio do Barão de Cassurrães com a sua simples e boa disposição. Morgado que sem querer se vê envolvido num sarilho de todo o tamanho quando se torna num dos quatro pretendentes a casar com a formosa filha do Barão de Cassurrães, de seu nome Leucácia, juntamente com Luís Pessanha, António Soares e João Leite. Contudo, depois o Barão ter deserdado a sua estimada filha estes três últimos pretendentes perdem o interesse em casar com a donzela mostrando claramente que apenas o iriam fazer pelo dinheiro desta. Perante esta fuga dos três pretendentes à mão de Leucácia o Barão acaba surpreendentemente por anunciar que o morgado irá ser o marido de sua filha. Meio assustado e meio surpreso com este anúncio também o fanfarrão morgado, que afinal de pacóvio nada tinha, acaba por fugir a “sete pés” desta tremenda confusão para desespero do Barão de Cassurrães.

    Não há duvidas de que a Mostra de Teatro Nacional acabou em alta com o sempre contagiante humor satírico de Camilo Castelo Branco.

    Por: Miguel Barros

     

     

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