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    Arquivo: Edição de 30-05-2006

    SECÇÃO: Crónicas


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    A Europa e a expansão islâmica

    Tal como Cristo, Maomé convenceu os árabes de que eram todos irmãos, mas ficou por aí. A diferença é que Cristo pregou que os homens, a Humanidade, eram todos irmãos e não apenas os convertidos à sua religião. Tal como Hitler, Maomé fez crer aos árabes na missão divina da raça, que era a conquista do mundo. O Hitler não prometia o Céu, era mais terreno, apenas um novo mundo dominado pela superioridade germânica, mas Maomé, com a mesma finalidade, prometia o Céu a quem morresse na batalha, criando um grande espírito guerreiro, à custa da crença, que levou a criar um grande império que uniu o Oriente ao Ocidente mas também motivo de guerras sangrentas que duraram séculos. Depois o anti-semitismo uniu os muçulmanos da Europa e África aos nazis, durante a II Guerra Mundial e está a alastrar novamente.

    A espada, diz o Corão, é a chave do Céu; quem morre na batalha fica perdoado dos seus pecados e alcançará o Paraíso de Mafoma. Com esta doutrina, não admira nada o fanatismo religioso que leva ao suicídio, principalmente de muitos jovens e mulheres. É a Fé imposta pela espada que levou o poder dos califas do Islão a dominar o Médio Oriente até à Índia, o Norte de África, a Península Ibérica e parte do sul da França, no espaço apenas de pouco mais de 80 anos! É uma religião expansiva e globalizante, que forma uma nação universal de vários povos, unidos pela religião, que denominam Umma. Um muçulmano nascido ou radicado em França ou na Inglaterra, não se sente francês nem inglês mas antes árabe muçulmano da Umma e, nas suas lutas, brande a bandeira verde do Profeta e queima a do país estrangeiro em que nasceu. Isto é que os liberais europeus parece não compreenderem.

    PALESTINA

    E ISRAEL

    A Palestina era um país judeu que foi convertido ao Islamismo no começo da expansão árabe, no século VII e muitos palestinianos actuais descendem dos antigos judeus, embora muitos emigrassem, fazendo parte da Diáspora. Os actuais israelitas são os descendentes dos antigos palestinianos, regressados à Pátria. Por isso, não se compreende tanta rivalidade entre irmãos. O problema acaba por ser apenas de intolerância religiosa dos radicais islamitas, senão já estaria resolvido.

    Pelo contrário, o Cristianismo, sem qualquer poder temporal, seguido apenas por gente humilde, durante os primeiros séculos, expandiu-se pela palavra dos apóstolos e seus seguidores, segundo o exemplo espiritual de Jesus Cristo, de forma pacífica, apenas pela pregação, pela argumentação, pelos exemplos de humildade e sacrifício e principalmente por considerar os homens todos iguais e irmãos duma forma universal (antecipou-se muitos séculos aos iluministas do Séc. XVIII que pregaram a Igualdade e a Fraternidade, mas sem o Pai celeste). Por isso, foi lenta a sua expansão. E doutrina que pregava a igualdade, num império como o romano, cuja base económica era a escravatura e a exploração dos povos conquistados, era altamente subversiva e os primeiros cristãos foram perseguidos e martirizados pelo poder imperial romano, durante mais de três séculos. Só com a conversão dos imperadores, no Séc. IV, o Cristianismo subiu ao poder e os desvios começaram com as instituições religiosas cristãs a iniciarem o seu domínio espiritual e temporal que até chegou a superar a realeza.

    Assim, as pretensões expansionistas dos árabes já não encontraram pela frente as organizadas legiões romanas senão teriam sucumbido mas, antes, os chefes bárbaros dos novos países europeus, entretanto convertidos ao Cristianismo mas que não eram nenhuns santinhos e reagiram também de forma violenta, caso contrário teriam sido dominados e absorvidos, como foram os povos do Oriente Médio e Norte de África. Mas a expulsão dos muçulmanos do ocidente europeu demorou séculos e foi seguida logo duma nova invasão muçulmana pelo oriente com os turcos otomanos, que submeteram o império árabe excepto a Pérsia, e também o império bizantino com a tomada de Bizâncio ou Constantinopla, estendendo o seu império pelos Balcãs até ao Danúbio, onde permaneceram mais de quatro séculos.

    O FANATISMO

    No entanto, o conservadorismo e fanatismo religioso fez estagnar o mundo árabe que não acompanhou as reformas sócio-políticas e económicas nem a expansão industrial e tecnológica do Ocidente que se processou durante o decorrer dos últimos séculos. E o impacto acabou por vir quando o Ocidente, industrializado e motorizado, precisou dos produtos energéticos fósseis (petróleo e gás natural), que abundavam nos países industrialmente pouco desenvolvidos do Islão que, dado o seu atraso tecnológico, se deslocavam ainda em camelos, cavalos e jericos e pouco necessitavam desses produtos. Hoje, assistimos ao impacto dum mundo tecnologicamente avançado, com um mundo retrógrado, de gente altamente conservadora que vive ainda em plena Idade Média, unidos pelo fanatismo político-religioso e manipulados por chefes reaccionários que tudo fazem para resistir ao progresso e ao laicismo do modelo ocidental globalizante que consideram, com certa razão, pecaminoso e degradante. A verdade é que os ocidentais, dentro dos princípios que adoptaram, que incluem a liberdade religiosa e de expressão, ajudam, embora de boa fé, a manter este fanatismo que é incitado em muitas mesquitas que eles erigiram nos países que os acolhem. E uma mesquita não é um simples templo onde se reza, é também uma embaixada, uma feitoria do Islão. É que os ocidentais não têm tido em conta que o Islamismo não é apenas uma religião, mas também uma política expansionista muito activa. O Islamismo encerra uma carga política muito forte que se confunde com patriotismo e que, só por si, pode servir de base à Constituição de qualquer país teocrático. E isto dificulta a integração dos imigrantes muçulmanos, levando à constituição de autênticas nações dentro de outras, como o Schroeder chegou a reconhecer na Alemanha. E esta situação é altamente explosiva, podendo arrastar a graves conflitos interculturais nas nações com grandes comunidades muçulmanas, cuja incompatibilidade com outras crenças, nomeadamente a cristã, já está mais que testada ao longo da História.

    Assim, chegámos a esta situação: ou os ocidentais se submetem às pretensões islamitas ou, por dá cá aquela palha, como as caricaturas de Maomé, temos graves e perigosos conflitos de consequências imprevisíveis numa Europa que se pretende pacífica e progressiva. E já se registaram muitas ameaças e atentados intoleráveis, que provocaram muitas mortes e genocídios de gente inocente e pacífica e a Europa deve, antes de tudo, garantir a segurança, bem-estar e tranquilidade das suas populações, defendendo as suas vidas sem complexos nem tibiezas, mesmo que, para isso e para sua defesa, tenha que prescindir temporariamente de certos princípios fundamentais que a fragilizam nesta luta. E isto não está a acontecer, o que é tragicamente grave.

    Por: Reinaldo Beça

     

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