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    Arquivo: Edição de 30-04-2006

    SECÇÃO: Destaque


    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER
    COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE

    Artur Pais: «Novos 25 de Abril se impõem»

    A Junta e a Assembleia de Freguesia de Ermesinde comemoraram com uma sessão solene realizada na manhã da data festiva, pela primeira vez no edifício da nova Junta de Freguesia, o 32º aniversário do 25 de Abril. A cerimónia antecedeu uma corrida juvenil.

    Mais uma vez as intervenções estiveram a cargo de um elemento de cada um dos partidos ou coligações representados na Assembleia de Freguesia (BE – Luís Santos, PCP – Carlos Coutinho, PS – Manuel Costa, e PSD/PP – Angelina Ramalho), do presidente da Mesa deste órgão, Antonino Leite, e do presidente do Executivo ermesindense, Artur Pais.

    Artur Pais, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, foi o primeiro orador da sessão solene com que os órgãos autárquicos de Ermesinde comemoraram o 32º aniversário do 25 de Abril.

    O autarca recordou que trabalhava, por essa época, em S. João da Madeira e, depois de elogiar as conquistas democráticas, insistiu que é necessário hoje realizar um novo 25 de Abril.

    «Os recursos naturais não são inesgotáveis e vamos alterando os nossos hábitos muito lentamente», considerou o presidente da Junta de Freguesia. «Todos os dias vemos atentados à liberdade», acusou Artur Pais, referindo-se ao aumento do despercício, ao gasto exagerado de água, à utilização abusiva dos automóveis, à acumulação do lixo.

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ

    INTERVENÇÕES

    DO BLOCO DE ESQUERDA

    E DO PARTIDO COMUNISTA

    Luís Santos, do Bloco de Esquerda, o orador que se seguiu, considerou o antigo regime «obsoleto» e saudou a restauração das liberdades, o fim da guerra colonial, a «aprovação de uma das constituições mais progressistas da Europa. Ganhou-se direito à educação, à saúde, à habitação, à justiça, à igualdade de oportunidades, à liberdade de expressão e reunião, à liberdade religiosa».

    Referiu depois as organizações laborais (sindicatos e comissões de trabalhadores) e, nos bairros, as comissões de moradores.

    E traçou um paralelo com a evolução actual no domínio da política social – agravamento do custo de vida, desemprego e uma «globalização neoliberal que promove o fútil em prejuízo do útil».

    Luís Santos terminou a sua intervenção declarando que o 25 de Abril ainda só foi há 32 anos. «Há muito caminho para andar».

    O PCP, através de Carlos Coutinho, após saudar o facto de se comemorar no novo edifício da Junta este aniversário do 25 de Abril, conduziu a sua intervenção pelo elogio da Constituição aprovada em Abril e que «apesar de já ter sido alvo de sete revisões, na sua maior parte negativas e descaracterizadoras», continuava como uma das mais importantes conquistas e garantes do 25 de Abril. Carlos Coutinho referiu então o progresso económico, «com a repartição mais justa e fraterna dos bens produzidos», o progresso social, «com a garantia de coisas tão essenciais como os cuidados de saúde ou a aposentação digna no fim de uma vida de trabalho», o progresso cultural, «com o ensino público gratuito e universal».

    Lamentando que sucessivos governos se tenham afastado deste “programa” que, em si, a Constituição apresenta, o militante comunista passou depois ao plano internacional, afirmando:

    «(...) Diz a Constituição que Portugal se rege pelos princípios da independência nacional, do respeito pelos direitos humanos, dos direitos dos outros povos, da igualdade entre os Estados. Diz também que as normas e princípios do direito internacional fazem parte integrante do direito português. Que bom seria que este princípio fosse respeitado (...). Não continuaríamos envolvidos numa guerra de agressão, de completa destruição e saque de um país e de um povo que construiu as primeiras grandes cidades do mundo, quando por vastíssimas regiões da Europa e da América apenas se passeavam ainda manadas de bisontes e de mamutes».

    Carlos Coutinho terminou elogiando o poder autárquico e afirmando a disposição do seu partido em defender os valores que ali tinha enunciado.

    INTERVENÇÃO

    DO PARTIDO SOCIALISTA

    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER

    Seguiu-se Manuel Costa, do PS, que duramente afirmou: «A democracia debate-se com muitas dificuldades, porque se evoluiu para uma sociedade menos democrática». E de forma ainda mais explícita e surpreendente para um partido no poder: «Está na hora de acabar com a demagogia».

    Manuel Costa considerou ainda que «a grande conquista do 25 de Abril foi o poder ter passado a ser controlado democraticamente». E comentando as últimas vicissitudes da vida parlamentar, comentou ainda: «Deve defender-se o poder político e não o seu enfraquecimento».

    O militante socialista denunciou ainda a existência de gritantes injustiças sociais e defendeu a necessidade de pôr as Finanças em ordem.

    «Despejar dinheiro em cima dos problemas não é solução. A solução é sermos cada vez mais exigentes com o que fazemos», concluiu.

    INTERVENÇÃO

    DO PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (COLIGAÇÃO COM PP)

    Angelina Ramalho, do PSD, concluiu a ronda dos partidos, admitindo que não tinha uma memória sensível do 25 de Abril, idade em que tinha apenas 5 anos, mas que é «inquestionável a importância da celebração». «O 25 de Abril renova-se sempre que se comemora», declarou ainda.

    E contou depois, como foi o seu percurso, com a sensibilização familiar, escolar, profissional e finalmente partidária, que a fez tomar a consciência do 25 de Abril.

    A militante social-democrata fez depois o elogio do pluralismo ideológico e político. Defendeu o desafio do desenvolvimento. E salientou a importância da proximidades dos órgãos do poder local às pessoas.

    Preocupada particularmente com a questão social, declarou-se a favor de uma actuação proactiva, em que se envolvam os próprios destinatários das medidas de intervenção social, que devem ser chamados a pronunciar--se sobre as políticas que lhes digam respeito.

    Angelina Ramalho terminou a sua intervenção, defendendo como exigência da democracia «representar melhor as pessoas».

    INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA MESA

    DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

    Finalmente usou da palavra o presidente da Mesa da Assembleia, Antonino Leite. O autarca começou por considerar o 25 de Abril como «uma grande promessa para o Povo Português».

    Sublinhou a conquista de direitos elementares, à saúde, ao trabalho, à educação, às convicções ideológicas e religiosas.

    Defendeu depois uma política de atenção e integração dos mais fragilizados.

    «Em casa, na escola, nos locais de trabalho e de lazer, temos que trabalhar para defender os direitos, mas pelo exercício de direitos responsáveis», concluiu.

    O presidente da Junta de Freguesia, Artur Pais, acrescentou no fim umas breves palavras para agradecer a algumas instituições o apoio dado a estas comemorações.

    Com o risco do esquecimento de alguma destas instituições por parte de “A Voz de Ermesinde”, referiu, com certeza o Clube de Atletismo de Ermesinde, os Bombeiros Voluntários, a Câmara Municipal de Valongo, a Escola Secundária de Ermesinde e as Forças de Segurança.

    E incluiu até neste agradecimento os «senhores jornalistas».

    Por: LC

     

     

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