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Foto URSULA ZANGGER |
COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE
«O que faz no seu dia-a-dia no Governo?»
Curiosa, foi a questão colocada por um aluno presente na Conferência a Isabel Pires de Lima, sobre a sua rotina diária enquanto ministra.
A conferencista e governante queixou-se então das muitas tarefas que se lhe são cometidas, impedindo-a de exercer o seu “direito à preguiça”.
«Eu era professora antes de chegar ao Ministério – contou à jovem assistência, a representante do PS na conferência comemorativa – e, embora tivesse muito que fazer, agora o meu dia – e isso é uma coisa que me agrada – é muito mais livre de rotinas».
Outras questões colocadas pelos alunos incidiram sobre o estado da Cultura antes e depois do 25 de Abril, com Isabel Pires de Lima a responder que nada ficou igual, e que então, não existia a oferta cultural que existe hoje. Por exemplo, havia muito menos espectáculos de teatro e o cinema que cá chegava, vinha tardiamente – quando vinha ou quando não era objecto da intervenção da censura.
Carlos Amador acrescentaria que, de qualquer modo, a esmagadora maioria dos intelectuais e artistas propunha outra sociedade diferente da que vigorava, citando como exemplo de alto valor cultural, figuras do Porto como Rui Luís Gomes, investigador na área da Matemática, Óscar Lopes, cujos trabalhos na área da Linguística «foram, nalguns aspectos, precursores de [Noam] Chomsky, e Armando Castro, investigador na área da Economia.
E hoje, avisou ainda Amador, cresceu o perigo de se entender a Cultura como uma mercadoria. É-se bom se se vende mais...
Por:
LC
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