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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2006

    SECÇÃO: Desporto


    Polo Aquático - 5º “Torneio Internacional Cidade de Ermesinde”

    Cidade de Ermesinde viveu grandes momentos de polo aquático

    Durante três dias (14, 15 e 16 de Abril) Ermesinde foi a capital do polo aquático português. Pelo quinto ano consecutivo a cidade recebeu alguns dos melhores jogadores nacionais e internacionais de uma modalidade que vai angariando cada vez mais popularidade um pouco por todo o país. Organizado conjuntamente pelo CPN, Federação Portuguesa de Natação e Associação de Natação do Norte de Portugal, este torneio contou com as presenças das equipas da Irlanda, País Basco, e ainda das Selecções Nacionais de Séniores e de Júniores de Portugal, que proporcionaram aos muitos espectadores que se deslocaram à Piscina do CPN momentos de grande espectacularidade. No final o triunfo pertenceu aos bascos, que bateram a principal equipa portuguesa no encontro decisivo por 12-11, impedindo desta forma os lusos de celebrarem pelo terceiro ano consecutivo a vitória no torneio.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    Se dúvidas ainda houvesse elas ficaram desfeitas entre os passados 14 e 16 de Abril, ou seja, o polo aquático é nos dias de hoje umas das modalidades com maior dimensão em Ermesinde. A prová-lo está o enorme interesse e curiosidade que a edição de 2006 do “Torneio Internacional Cidade de Ermesinde” despertou entre a população local, que durante três dias acorreu em grande número à Piscina do CPN a fim de presenciar grandes momentos de polo aquático.

    O “tiro de partida” para a 5ª edição deste torneio foi dado a 14 de Abril com a realização do jogo entre as Selecções Nacionais de Séniores e de Júniores, a contar para a 1ª jornada da 1ª fase da competição.

    Um encontro que apesar de não ter tido grande espectacularidade, terminou com uma vitória robusta da equipa sénior lusitana por 15-10. Relembre-se que a principal Selecção Nacional partia para este 5º “Cidade de Ermesinde” com o claro objectivo de vencer a prova pela terceira vez consecutiva, visto ter subido ao lugar mais alto do pódio mas edições de 2004 e 2005. A 1ª jornada terminou com um equilibrado e muito emotivo duelo entre o País Basco e a Irlanda, duas equipas muito fortes, quer ofensivamente quer defensivamente, tendo os bascos tido que se aplicar a fundo para bater os bravos irlandeses por 10-7. Selecção da Irlanda que na 2ª jornada rubricou mais uma excelente exibição diante da sua congénere portuguesa (séniores), naquele que terá sido para nós um dos melhores encontros do 1ª fase do torneio. Um jogo onde existiu um pouco de tudo, emoção, vontade de vencer, e claro está polo aquático de grande nível, sendo que o resultado final de 6-6 espelha e bem o equilíbrio que existiu durantes os períodos. Na outra partida da 2ª ronda a equipa basca não teve grandes dificuldades em despachar os júniores portugueses por 13-6. A 3ª e derradeira jornada da 1ª fase decorreu na manhã de 15 de Abril, com o primeiro jogo a colocar frente a frente a Irlanda e Portugal (Júniores). Jogo em que os irlandeses sentiram enormes dificuldades (principalmente nos dois períodos iniciais) para vencer, já que encontraram uma jovem equipa concentrada, atrevida no ataque, e disposta a não terminar esta fase inicial no último lugar da classificação. No entanto, o esforço dos jovens portugueses acabaria por “cair por terra”, já que a equipa comandada por Brian Murphy acabaria por ser mais forte no derradeiro período e vencer então por 15-9, contando para isso, e muito, com a inspiração goleadora de Jonathan Kirk, autor de quatro remates certeiros.

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    O derradeiro jogo desta fase inicial opôs a equipa principal de Portugal ao País Basco, um jogo rodeado de enorme interesse, já que o seu vencedor ficaria colocado na primeira posição. Os lusos acabariam por vencer com alguma facilidade por 14-8, com Rui Moreira a destacar-se no plano individual, graças ao facto de ter apontado mais quatro golos, o que o tornavam no melhor marcador desta fase inicial, com um total de 11 remates certeiros.

    Em termos de classificação, a principal selecção portuguesa ficava em 1º lugar, com oito pontos, logo seguida do País Basco, com sete pontos, da Irlanda com seis pontos e, no último lugar, apareciam os júniores portugueses com apenas três pontos somados.

    SEGUIRAM-SE

    AS MEIAS-FINAIS

    Foi com a Piscina do CPN a registar uma boa casa em termos de público que, na noite de 15 de Abril, se disputaram os dois encontros referentes às meias-finais do torneio. Fase esta que iria opor o 1º classificado ao 4º classificado, nomeadamente a Selecção Nacional Portuguesa de séniores à sua congénere de júniores, e o 2º classificado ao 3º classificado, País Basco e Irlanda respectivamente, da 1ª fase da prova. No duelo entre séniores e júniores lusitanos o equilíbrio começou por ser a nota dominante, mas a maior experiência competitiva do séniores acabou por vir ao de cima nos derradeiros períodos, o que se viria a traduzir numa vitória por 16-10 e consequente passagem ao encontro decisivo da competição. No plano individual dois salgueiristas brilharam neste encontro, do lado dos séniores Rui Moreira, com quatro golos foi o jogador em destaque, ao passo que do lado dos júniores o destaque vai para Miguel Mariani, também ele autor de quatro remates certeiros.

    O adversário de Portugal para o jogo final deste torneio saiu do confronto entre bascos e irlandeses, que disputaram entre si mais um grande e muito equilibrado jogo. Um verdadeiro espectáculo de polo aquático, com jogadas e golos de grande beleza protagonizadas pelas duas equipas. O resultado final só foi carimbado nos últimos segundos do encontro, com os bascos a arrancarem uma difícil vitória por 10-9.

    Estavam assim encontrados os dois finalistas da edição 2006 do torneio, Portugal (séniores) e País Basco, uma final que, curiosamente, se iria disputar pelo segundo ano consecutivo, visto que o jogo decisivo de 2005 também havia sido protagonizado por estas duas equipas.

    O DIA

    DAS DECISÕES

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    E chegávamos assim ao último dia da competição, 16 de Abril, domingo de Páscoa, o dia de todas as decisões. Os primeiros a entrar na piscina foram os júniores portugueses e os irlandeses, que entre si iriam discutir quem ficaria no último lugar do pódio. Para não fugir à regra o encontro foi pautado no seu início pelo equilíbrio, com ambas as equipas a demonstrarem desde cedo que queriam sair de Ermesinde com o 3º lugar no bolso. No entanto, o cansaço acumulado e alguma desconcentração foram fatais para o jovem conjunto português no último período do jogo, factores que aliados ao “espírito guerreiro” irlandês se tornariam na “chave” para a vitória por 11-8 da equipa do norte da Europa, que assim conquistava o último lugar do pódio.

    Seguiu-se o encontro mais aguardado do torneio, a grande final. Uma final muito disputada e com resultado incerto até ao fim, e em que a selecção portuguesa entrou bem melhor, chegando mesmo no 1º período a estar a vencer os bascos por 4-0. Nos dois períodos seguintes a equipa lusa alterou por completo a sua maneira de jogar, passando então a cometer demasiados erros defensivos e ofensivos, permitindo desta forma que o País Basco passasse a dominar em absoluto o encontro e consequentemente que recuperasse a sua desvantagem no marcador, tendo vencido estes 2º e 3º períodos por concludentes 4-0 e 5-2. Para o derradeiro período Portugal entrou disposto a mudar o rumo dos acontecimentos, tendo conseguido novamente superiorizar-se aos bascos em termos de domínio de jogo e de finalização, recuperando da acentuada desvantagem no marcador com que havia terminado o 3º período. A 20 segundos do final, quando o resultado indicava 12-11 a favor dos bascos, a selecção lusa dispôs de uma grande penalidade a seu favor, a castigar uma falta do guarda-redes do País Basco sobre Rui Moreira. Portugal tinha assim uma oportunidade soberana para empatar e levar o jogo para prolongamento. No entanto, quando Gonçalo Abrunhosa se preparava para apontar o castigo máximo, um jogador basco deu um toque no braço do atleta luso, fazendo-o assim falhar o remate. Para espanto de todos os presentes na Piscina do CPN o árbitro principal da partida, o irlandês Conor Sheridan, não assinalou nenhuma infracção do jogador basco e deixou prosseguir a partida. Um erro gravíssimo do árbitro que custou a Portugal uma derrota (a única durante todo o torneio) por 11-12, impedindo desta forma a Selecção Nacional de vencer pelo terceiro ano consecutivo a competição.

    Apesar de não ter vencido o título colectivo, a equipa portuguesa viu um dos seus jogadores – Rui Moreira – a arrecadar o título de melhor marcador da competição, tendo terminado este torneio com 19 remates certeiros, seguido do basco Mikel Artola, com 14 golos, sendo nove deles apontados na final ante Portugal.

    EM JEITO

    DE BALANÇO...

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    ...Podemos dizer que esta 5ª edição do “Cidade de Ermesinde” foi dos melhores torneios realizados até à data, não só em termos de organização, que no nosso entender esteve mais uma vez perfeita, mas sobretudo em termos desportivos, já que quem teve a oportunidade de se deslocar à Piscina do CPN durante os três dias teve o privilégio de assistir a uma série de grandes, e por vezes espectaculares, jogos de polo aquático. Para isso muito contribuíu o facto de este torneio ter tido quatro grandes selecções, que trouxeram até Ermesinde os seus melhores intérpretes.

    Em termos negativos é de frisar algumas arbitragens menos conseguidas de alguns árbitros presentes na prova, em especial o irlandês Conor Sheridan, que para além de ter feito uma péssima arbitragem na final (prejudicando seriamente a equipa portuguesa, como já vimos) esteve muito mal em mais dois ou três jogos na fase inicial do torneio, provando desta forma que nem sempre o que vem de fora é bom. Uma palavra de descontentamento também para a Câmara Municipal de Valongo (de quem se esperava um maior apoio – diga-se monetário) para pôr em andamento este acontecimento desportivo de grande importância para a nossa cidade. Uma situação que deixou alarmados os elementos da organização, que devido à falta do importante subsídio camarário chegaram a pôr em dúvida a realização desta prova. Em suma, e tirando estas pequenas notas negativas, tudo correu pelo melhor, a organização está de parabéns, pois a pouco e pouco este torneio vai começando a ganhar uma notoriedade enorme junto da comunidade internacional desta modalidade.

    Por: Miguel Barros

     

     

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