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Foto MANUEL VALDREZ |
NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL
A capa de S.Martinho
Reza a lenda que, numa ronda a cavalo, em dia de frio e borrasca, Martinho – soldado das legiões romanas – encontrou na berma do caminho um velho andrajoso, que tiritando de frio, estendia a mão a pedir auxílio. Condoído, com a espada, cortou a meio a sua capa e deu-a ao pobre. E subitamente a tempestade desfez-se e veio o bom tempo.
Este Outono, o sol brilhou no Dia de S. Martinho, acolhendo de bom grado as barraquinhas e as bancas de feira solidárias que povoaram de vida o velho e arborizado espaço da antiga feira de Ermesinde.
Os convivas, acolhidos debaixo da capa acolhedora do santo – a grande tenda sob a qual se serviram o jantar de sexta-feira, dia 11 de Novembro, e o almoço e jantar de sábado, dia 12 – degustaram os variados manjares preparados para a ocasião na cozinha do Lar de S. Lourenço e, mais uma vez, dessa forma prazenteira e festiva, deram uma mãozinha ao santo Martinho, ajudando assim a concretizar os projectos que vão germinando no Centro Social de Ermesinde.
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Foto URSULA ZANGGER |
Além do serviço de restaurante, que incluiu na sua ementa pratos variados (este ano serviam-se cabrito, pá assada, tripas, e rojões; e acompanhados de um belo arroz de grelos, havia ainda fêvera e entrecosto, alheira e pataniscas).
FESTA DE BOA VONTADE
E qual o interesse de dizermos isto agora, perguntará o leitor. Pois bem, para que a saliva que lhe acudiu à boca se conserve na memória e o faça comparecer a próximos eventos de idêntico recorte que o Centro Social leve a cabo.
É que – haverá que dizê-lo – o apetite não esmoreceu às provas do paladar. E os risos cruzavam as mesas, e está tudo dito.
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Foto URSULA ZANGGER |
Os vinhos ajudaram, é verdade, quer os de marca (a escolha era criteriosa), quer aqueles que «feitos com muito amor» eram também ali oferecidos em tão boa hora docemente sacrificial.
E como se não bastasse, para os mais gulosos, havia também rabanadas, leite-creme, bolos variados e fruta da época e, evidentemente, castanhas. Ai!, ai!, a falta destas é que nem o santo perdoava...
Mas o S. Martinho Gastronómico do Centro Social de Ermesinde, sendo essencialmente um magusto solene e melhorado, não se ficou pelas mesas de refeições.
Ao mesmo tempo, e juntando os esforços dos meninos do jardim e ATL (de todas as valências do Centro Social), e dos utentes do Lar de S. Lourenço, com a ajuda dos profissionais que os acompanham, amigos e família, todos dando o melhor de si, havia uma feira de artesanato e produtos caseiros. À disposição dos visitantes e convivas, estavam à venda compotas, trabalhos manuais realizados nas salas, mas também – com o apoio da comunidade –, enchidos, pão, bolos, bola de carne. E alguns produtos hortícolas, como couves fresquinhas, por exemplo.
Festa de boa vontade, na melhor inspiração martiniana, contou com a presença e o trabalho voluntário de muitos funcionários do Centro Social, dos principais responsáveis técnicos pelas várias valências, dos membros dos corpos sociais e a imprescindível e muito preciosa ajuda dos Escuteiros de Ermesinde, inexcedíveis de zelo e amoroso (ou amador) “profissionalismo”.
E já que falamos de boa vontade, vem ao caso contar que os rotários realizaram também, na tarde do mesmo dia 12, sábado, o seu magusto de confraternização no Centro Social de Ermesinde.
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Foto MANUEL VALDREZ |
ANIMAÇÃO SEM CONCORRÊNCIA
Como se não bastasse, e voltando ao assunto, o S. Martinho Gastronómico do CSE contou com a animação de vários artistas, de vários palmos e de palmo e meio, tendo estes – os meninos dos 5 anos – aberto os espectáculos desta iniciativa com uma dança típica da época, na tarde de sexta-feira. Os pais, esses mesmo estando já longe o Verão, derreteram.
Também a Silvina Martins, ajudante de lar e a Olga Filipa, estagiária, animaram a festa, cantando o fado.
A festa, que não contou, este ano, com a concorrência desleal de um Benfica-FC Porto em futebol, era esperado que fosse coroada de um muito maior êxito no plano da esmola recolhida, era esta sólida expectativa de Anabela Sousa, a directora do Lar.
Porque noutro plano, o convivial, decorreu com amizade e boa disposição.
Para exemplo – feliz – recorde-se apenas aquela tirada em que, despedindo-se dos outros convivas numa mesa ao lado, no fim do almoço de sábado, o padre Maia, acompanhado do cónego Peixoto, avisava, com bonomia e humor, que despencaram, de imediato as gargalhadas: – Agora, digam mal dos padres!
Por:
LC
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