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    Arquivo: Edição de 30-09-2005

    SECÇÃO: Destaque


    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    REUNIÃO DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

    Uma reunião de Assembleia de Freguesia... para mais tarde recordar

    A Junta de Freguesia de Ermesinde viveu no passado dia 23 de Setembro um dia histórico na sua já longa vida, com a realização da primeira reunião de Assembleia de Freguesia nas instalações da sua nova sede. Uma sessão marcada essencialmente pelas intervenções dos deputados de freguesia das três forças políticas residentes, assinalando a abertura do novo edífico da sede da Junta e fazendo os elogios e as despedidas a um mandato que está a chegar ao fim.

    Foi envolta num clima festivo que se desenrolou a última reunião da Assembleia de Freguesia de Ermesinde. A ocasião não era para menos, já que esta era a primeira vez que a Assembleia de Freguesia (AF) se reunia na nova sede da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) – que abriu as suas portas ao público no passado dia 19 – tendo esta reunião sido uma espécie de cerimónia oficial de abertura. Talvez por isso as intervenções dos partidos com assento nesta AF se tenham pautado essencialmente por discursos de rigozijo e de parabéns pela abertura desta obra que enaltece a JFE e a própria cidade de Ermesinde, como assim foi descrito pela maioria dos deputados nas suas intervenções.

    Esta reunião será igualmente recordada por outro facto bem vincado nas diversas intervenções que os deputados foram fazendo ao longo da noite, mais concretamente nos inúmeros elogios que foram dirigidos a Casimiro Gonçalves, que fez nesta reunião as suas despedidas do cargo de presidente da JFE. No entanto, nem tudo foram rosas nesta sessão, e por falar nesta bonita flôr, há que referir que o partido da rosa, vulgo PS, iníciou a noite com algumas críticas à CDU, em particular ao presidente da Mesa da AF, José Caetano, uma figura que também fez nesta reunião as suas despedidas enquanto membro da AF.

    Foi através da voz de Manuel Costa que o PS mostrou toda a sua indignação face às palavras proferidas por José Caetano - e publicadas pel’ A Voz de Ermesinde - durante a apresentação da lista de candidatura da CDU à AF de Ermesinde, em 26 de Agosto passado, onde o comunista acusou os socialistas de nada terem feito durante o último mandato, a não ser reprovar todas as propostas apresentadas pela CDU. Palavras estas que, segundo Manuel Costa, são de pura campanha eleitoral da parte dos comunistas, referindo ainda que esperava um pedido de desculpas público apresentado por José Caetano, algo que na verdade não aconteceu. O socialista terminou a sua intervenção lançando uma última farpa ao comunista, dizendo que os lugares devem ser ocupados por quem ganha e não por quem fica em último. O também socialista Almiro Guimarães atirou mais algumas achas para a fogueira, ao dizer que ao ler o artigo d’ A Voz de Ermesinde, onde foram publicadas as palavras de Caetano, ficou com a sensação de que o comunista esteve ausente da AF durante os últimos quatro anos.

    TRÊS FORÇAS POLÍTICAS TECEM RASGADOS

    ELOGIOS A CASIMIRO GONÇALVES

    Findas estas primeiras intervenções de alguma crispação, a reunião entrou num período de troca de elogios, acompanhados de algumas palavras de despedida, entre os deputados.

    O “alvo” principal desta onda de elogios foi Casimiro Gonçalves, uma das figuras presentes no salão nobre da nova sede da JFE que não irá fazer parte do novo elenco da freguesia. Para o socialista Manuel Costa, Casimiro foi uma agradável surpresa, pela isenção que sempre pautou o seu mandato, um homem com “H” grande, que realizou um grande e sério trabalho, terminado a intervenção referindo que a cidade de Ermesinde perde um grande presidente mas ganha um amigão. Do lado da bancada do PSD surgiram também rasgados elogios para com a figura que esteve à frente dos destinos da JFE nos últimos quatro anos. Manuel Sousa sublinhou então a admiração que nutre por Casimiro, pela dedicação, pelo amor à cidade, pela dinâmica e pela forte capacidade de liderança que este impôs durante o seu mandato. Por seu turno, José Caetano começou por admitir que errou ao ter dito no início do mandato que agora conhece o seu fim que Casimiro não iria aguentar muito tempo como presidente da JFE. «Este homem foi para mim uma agradável surpresa, quer enquanto presidente, quer como pessoa, pois confesso que não o conhecia muito bem antes de ele ter assumido a presidência da Junta. Por norma costumo ser um bom observador, quando conheço uma pessoa formo desde logo uma opinião sobre ela, e geralmente não me costumo enganar. Mas com o presidente Casimiro Gonçalves, admito que errei, pois inicialmente tracei uma opinião negativa sobre a sua pessoa. Quero dizer também que não acredito que o senhor Casimiro vá deixar a política de vez, pois ele demonstrou nestes últimos quatro anos que é um grande político, embora ele sempre tenha dito o contrário, é uma pessoa que ainda tem muito a dar à política. Foi um grande presidente e foi igualmente um enorme prazer ter trabalhado com ele». Caetano aproveitou ainda a ocasião para fazer também ele as suas despedidas da AF, passando em breve revista os 23 anos em que fez parte deste organismo, Também os socialistas Artur Costa e Esmeralda Carvalho – que também fez as suas despedidas enquanto membro da Junta –, duas figuras que fizeram parte do Executivo da JFE no mandato que agora termina, lançaram alguns elogios a Casimiro, tendo ambos sublinhado a sua profunda satisfação em ter trabalhado a seu lado, «um presidente que deve servir de exemplo aos futuros elementos desta Junta», frisou Costa. Concluídas todas estas palavras de apreço para com Casimiro, foi então a vez de este tomar a palavra para começar por agradecer todos estes elogios, referindo, no entanto, que não é merecedor deles, pois «eu estive aqui apenas para servir a cidade, esse foi o meu dever. Tudo isto foi uma experiência nova para mim, levo daqui muitos amigos, e podem querer que vou continuar a intervir em todas questões relacionadas com esta cidade, só que na qualidade de seu habitante. No entanto, não saiu daqui totalmente satisfeito, pois a minha equipa não conseguiu cumprir alguns dos objectivos que traçou no início, como por exemplo, a construção de um novo Mercado, a extensão do Centro de Saúde, a construção de uma nova escola EB 2,3, ou ainda resolver o problema da Rua Simões Lopes, que continua uma miséria. Apesar disto, quero dizer que sempre dei o melhor para tentar resolver os problemas desta cidade, saio de cabeça erguida, e saio sobretudo com muitas amizades que aqui criei ao longo destes anos, pessoas de todos os partidos, pessoas essas que ficarão guardadas no meu coração para sempre. Infelizmente, saio também desiludido com algumas pessoas de quem esperava mais. Quero aqui destacar o momento em que fui julgado há uns meses atrás pelo caso do “ar condicionado” – Casimiro foi a julgamento a 30 de Junho passado e mandado em paz pelo juíz – em que relembro o facto dessas pessoas, que se diziam minhas amigas, apenas me terem telefonado a dar os parabéns pela minha absolvição muito depois de o veredicto do juíz ter sido conhecido publicamente.

    Porque antes de eu ir a julgamento, essas pessoas nem sequer um telefonema de apoio me fizeram, ao contrário de outras, que desde o primeiro momento de todo este caso me deram todo o apoio possível, pessoas essas que eu levo no coração, que considero meus amigos para o resto da vida. Os outros que se diziam meus amigos inicialmente, só tenho a dizer que a partir de hoje nada quero com eles», desabafou.

    Antes de se entrar no período da Ordem de Trabalhos, a ocasião foi aproveitada por outros membros da AF para deixaram publicamente as suas mensagens de despedida e de balanço destes últimos quatro anos em que integraram os quadros a JFE.

    UM DIA HISTÓRICO PARA A CIDADE DE ERMESINDE

    O único ponto que constava na Ordem de Trabalhos era relativo à nova sede da Junta, no qual indicava as intervenções dos deputados e do presidente da JFE acerca da abertura desta obra que assinala um novo capítulo na história de Ermesinde. Todos os deputados demonstraram publicamente o seu contentamento e orgulho perante esta obra que nas diversas palavras que foram surgindo no decorrer desta AF enaltece não apenas a JFE como a também a cidade de Ermesinde. Houve quem atribuísse – os deputados do PS – esta obra à persistência e ao trabalho dos dois últimos Executivos da JFE, liderados por Jorge Videira e por Casimiro Gonçalves, respectivamente. Outros houveram – deputados do PSD – que não deixaram de agradecer a ajuda da Câmara Municipal de Valongo (CMV) na concretização deste projecto. Mas todos, sem excepção, consideraram este um dia histórico para Ermesinde, uma cidade que há muitos anos carecia de um edifício grandioso como é o caso deste. Casimiro Gonçalves, começou relembrar que no momento em que tomou posse enquanto presidente da Junta, este projecto estava parado por motivos de ordem técnica, problemas estes que foram, no entanto, resolvidos, sendo que a primeira fase da obra foi concluída. A segunda fase está mais complicada, houve a troca de empreiteiro, existem falta de verbas, entre outros problemas, que impedem que a obra esteja completamente finalizada. Por isso, o presidente da JFE lembrou que não existe motivos para comemorações oficiais, como haviam sugerido algumas pessoas – ligadas ao PSD –, pois «eu não gosto de inaugurar obras que ainda estão por acabar como muitos fazem», referiu num tom claramente irónico para com o Executivo da CMV que nos últimos tempos tem sido acusado de inaugurar infraestruturas que ainda se encontram por concluir. E assim foi, aquela que foi a primeira reunião da AF no novo edifício da sede da Junta, uma dia que irá ficar, por certo, gravado na história da cidade, um dia para mais tarde recordar.

    Por: Miguel Barros

     

     

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