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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-09-2005

    SECÇÃO: Destaque


    Ainda em relação às obras junto ao Parque Urbano...

    Resposta da Câmara não esclarece a questão da Junta

    O assunto das construções junto ao Parque Urbano conheceu novos desenvolvimentos na reunião pública da Junta de Freguesia de Ermesinde, realizada no passado dia 7 de Setembro. À moção enviada pelo Executivo da Junta, em 4 de Agosto, a Câmara respondeu com um ofício, que acabou, no entanto, por não esclarecer a principal questão colocada desde o início deste caso pela Junta, mais concretamente saber o que vai ali ser construído.

    Foto MIGUEL BARROS
    Foto MIGUEL BARROS
    Com mais público a assistir do que é habitual, a última reunião da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) voltou a ter como principal assunto de discussão as construções que estão a ser realizadas junto ao Parque Urbano de Ermesinde. Um tema que já se vem desenrolando há cerca de três meses e que na sessão de 7 de Setembro conheceu novos contornos. Depois de várias tentativas levadas a cabo com o intuito de obter uma resposta oficial sobre o que na realidade vai ser construído no terreno junto ao Parque Urbano, eis que a JFE recebeu no passado dia 24 de Agosto a tão aguardada explicação vinda da Câmara Municipal de Valongo (CMV). Uma resposta que, no entanto, acabou por não satisfazer o Executivo da Junta, visto que o ofício emitido pela Câmara (o qual pode ser lido na integra na caixa ao lado) contorna a principal questão colocada pela JFE desde o início de todo este processo, ou seja, o que vai ser ali construído. Relembre-se que estas questões integraram uma moção que o Executivo da Junta enviou no passado dia 4 de Agosto à autarquia, dando conta da sua profunda insatisfação e preocupação para com este caso. Na resposta a esta moção a autarquia emitiu, como já referimos, um ofício em que abordou essencialmente factos passados, nomeadamente o facto de o terreno em causa ter sido em tempos pertença da Junta, e que esta pretendia construír no local a sua futura sede. Este documento relembra também que na altura a JFE pretendia que a Câmara cedesse um acesso através do Parque Urbano, uma vez que o terreno que era pertença da Junta não tinha acessos. Proposta esta que foi de imediato negada pela CMV, que argumentou que o tal acesso pretendido pela Junta – uma rua de 9 metros de cumprimento e 15 metros de largura – iria mutilar gravemente o parque, retirando-lhe uma área considerável, algo que no entender da autarquia iria retirar qualidade ao recinto. Neste documento pode-se ler ainda que a CMV, após ter feito a permuta do terreno com a Junta, lançou um concurso para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo e uma alameda de acesso à Rua Joaquim Ribeiro Teles, ao passo que no terreno sobrante iria ser construído algo que fosse possível face à legislação do PDM (Plano Director Municipal), sem estragar o actual parque, situação esta que no entender da CMV está a ser rigorosamente cumprido. Este ofício, assinado por Fernando Melo, diz ainda que é falso que a CMV tenha dito que o terreno em questão seria para aumentar o actual Parque Urbano, frisando que o que sempre se pretendeu foi aumentar a área circundante ao parque. Perante este documento o Executivo da JFE voltou a mostrar toda a sua profunda indignação para com a postura da CMV. O representante do PCP, Belmiro Magalhães, foi o primeiro a manifestar-se ao sublinhar que, com este ofício, a CMV não só não respondeu às questões colocadas pela Junta, como também demonstra toda a ironia e provocação que a Câmara teve para com a JFE em relação a este caso.

    Opinião semelhante teve o presidente da Junta, Casimiro Gonçalves, que criticou a autarquia por continuar a fugir à questão colocada há três meses pelo Executivo por si liderado. «Não compreendo porque é que a Câmara não diz de uma vez por todas o que vai funcionar nos prédios que estão a ser construídos no terreno. É isso o que a Junta quer saber. Certamente que não é o parque radical que prometeu na altura em que fez a permuta de terrenos com a JFE. Infra-estrutura essa que na época foi referenciada pelo senhor Fernando Melo como uma forma de alargar o Parque Urbano, planeando ali construir uma área verde e livre de construções, algo que na realidade não se está a verificar. Eu posso comprovar estas minhas palavras com dois ofícios emitidos pela CMV, um datado de 1998 e outro de 2000, em que o senhor Fernando Melo dava conta da sua intenção de precisamente alargar o actual Parque Urbano para o terreno em causa, construindo para isso o tal parque radical destinado à juventude. Volto a dizer que não compreendo porque é que agora o presidente da Câmara vem dizer que não se comprometeu com nada disto, assim como não compreendo o porquê de continuar a esconder à Junta o que vai ser ali construído na realidade. Pelo que vejo não vale a pena insistir mais com a Câmara nesta questão, uma vez que é chover em chão molhado».

    OUTROS ASSUNTOS

    DA ORDEM DO DIA

    O início daquela que viria a ser a derradeira sessão pública da Junta realizada nas suas antigas instalações – a partir do próximo dia 19 de Setembro a sede da JFE irá funcionar na Rua D. António Ferreira Gomes – ficou marcado pela intervenção do público. Período este aproveitado por Luis Ramalho, o número três da lista de canditatura do PSD à Assembleia de Freguesia de Ermesinde, que se fazia acompanhar pelo seu cabeça--de-lista, Artur Pais, para elogiar o trabalho e o esforço que o Executivo liderado por Casimiro Gonçalves realizou para levar a cabo a construção da nova sede da JFE. Um novo espaço que para Luís Ramalho é muito bonito e digno de acolher a JFE, propondo em seguida que no próximo dia 19, altura em que a nova sede abre oficialmente as suas portas ao público, se celebrasse através de uma cerimónia oficial essa mudança de instalações. A resposta de Casimiro não se fez esperar, frisando que cabe ao Executivo da Junta definir essa situação, sendo que a mesma já há muito está definida e que não haverá lugar para festejos ou qualquer aparato do género, informando ainda que a inauguração da nova sede da JFE será marcada pela realização da próxima Assembleia de Freguesia, no próximo dia 23 de Setembro. Nas intervenções dos partidos, o destaque vai, mais uma vez, para algumas questões que continuam a afectar a cidade de Ermesinde e a sua população. A socialista Esmeralda Carvalho voltou a ser a principal porta-voz dessas questões antigas, como a cobertura da paragem do autocarro junto ao Cemitério da Costa, que continua por ser colocada, ou ainda a falta de limpeza que se tem verificado nas ruas da cidade. Questões estas a que Casimiro Gonçalves respondeu de uma forma algo resignada: «Se até este momento nada foi feito na tentativa de resolver esses problemas, não vai ser a esta altura do campeonato que isso vai acontecer». Belmiro Magalhães alertou ainda para a lixeira que se está a formar na rotunda da auto-estrada em Ermesinde, mais concretamente junto à sua saída, um local que de há uns tempos para cá tem sido “invadido” por placards publicitários que, uma vez degradados, provocam um acumular de lixo no local.

    E assim se passou aquela que foi a última reunião pública liderada por Casimiro Gonçalves, sendo por isso que a próxima sessão irá ser já dirigida pelo novo presidente da Junta.

    Por: Miguel Barros

     

     

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