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    Arquivo: Edição de 30-08-2005

    SECÇÃO: Destaque


    COMUNICADO DA CDU/VALONGO

    A propósito dos incêndios que recentemente fustigaram o concelho de Valongo

    Os incêndios florestais do passado fim-de-semana, que afectaram vastas áreas do concelho de Valongo, designadamente nas zonas da Outrela, Lagoela, Suzão e Quinta da Lousa, vêm colocar de novo na ordem do dia a problemática do ordenamento do território e da situação florestal e ambiental do concelho. Os fogos florestais que, este Verão, têm fustigado o país – e aos quais o concelho de Valongo não conseguiu, infelizmente, escapar – põem a nu as debilidades das políticas de ordenamento florestal e de prevenção de fogos de sucessivos governos, apesar das permanentes declarações de intenção e dos anúncios mais ou menos pomposos que raramente ou nunca são colocados em prática.

    A incapacidade do governo PS e, no passado, dos governos do PSD para resolver os problemas das florestas portuguesas é muitas vezes acompanhada e agravada pela incapacidade das autarquias locais em promover um correcto planeamento do seu território e das suas áreas verdes, frequentemente deixadas ao abandono ou destruídas para dar lugar a operações imobiliárias. Em concelhos com elevados índices de área construída, como é o caso de Valongo, a defesa das áreas florestais impõe-se como garante do desenvolvimento sustentável e da promoção da qualidade de vida das populações.

    É nesse sentido que os incêndios florestais do passado fim-de-semana podem e devem ser analisados, como um desafio à ruptura com as inércias instaladas e com as práticas contrárias aos interesses das populações. Mais do que nunca, impõe-se o aprofundamento do debate sobre a situação das áreas florestais e outros espaços verdes do concelho, no quadro do debate mais amplo sobre a política de planeamento e ordenamento do território danosa seguida pela Câmara do PSD nos últimos anos. Impõe-se a defesa incondicional da reflorestação das áreas ardidas e de todas as áreas em processo de desflorestação, em articulação com o ICN e com as entidades públicas responsáveis pela gestão das áreas florestais, evitando a monocultura do eucalipto e apostando nas espécies autóctones e na conservação dos ecossistemas locais. Impõe-se o combate às operações de especulação imobiliária e a defesa da criação de mais espaços verdes e parques naturais colocados à disposição das populações. Impõe-se a defesa da aprovação dos Projectos-Lei do PCP tendentes à criação do Parque Natural da Serra de Santa Justa, meio fundamental à defesa e regeneração daquele que é considerado o “pulmão” da Área Metropolitana do Porto. Impõe-se a constituição de um novo plano estratégico capaz de fazer actualizar o diagnóstico da situação das áreas florestais do concelho, no sentido da sua preservação e alargamento. Importa esquecer megalomanias como a “Nova Valongo” e defender a proposta de fundo da CDU para essa área, que vai no sentido da sua reflorestação e transformação em grande espaço de equipamentos e de lazer, deixando de lado o betão, que já temos a mais. Se não se avançar claramente [com as soluções] que a CDU aqui brevemente esboça, corremos o risco de, a curto prazo, hipotecar todas as hipóteses de desenvolvimento sustentável e de promoção da qualidade ambiental e de vida no concelho de Valongo, sem dúvida um dos principais desafios que se colocam ao futuro do concelho.

    Valongo, 25 de Agosto de 2005,

    A Coordenadora da CDU/Valongo

     

     

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