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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-08-2005

    SECÇÃO: Destaque


    Razões

    O actual flagelo dos incêndios, que tem assolado com particular gravidade a Península Ibérica, poderá ser fenómeno transitório, de ciclo climatológico, mas mais provavelmente é resultado do aquecimento global induzido pela actividade humana.

    No caso português, a substituição da floresta primitiva pelo actual manto florestal, constituído sobretudo pelo pinheiro bravo (uma espécie resinosa, grande combustível do fogo) e pelo eucalipto (grande consumidor de recursos de água), torna muito maior o perigo potencial de incêndio de grandes proporções.

    Por outro lado, a diminuição das explorações agrícolas, verificada nas últimas décadas em Portugal, com a crescente desertificação das regiões rurais, torna o interior muito mais desamparado e habitado sobretudo por populações envelhecidas e que só por si, não terão meios, materiais ou físicos, de interpor barreiras eficazes à propagação dos fogos florestais.

    Também por via disso, o abandono de práticas ancestrais como as queimadas de Inverno, que ajudavam a limpar a mata, ou a falta de interesse económico pela apanha dos subprodutos florestais – lenha, pinhas, carumas, tornou mais grave o que já era inevitável.

    Do ponto de vista da protecção civil e da vigilância, detecção e intervenção imediata de operacionais no combate ao fogo, não parece ter havido grandes avanços, assistindo-se antes a um espartilhar de responsabilidades pouco solidárias.

    Não existe formação militar adequada para a intervenção no combate aos incêndios nem prioridade de equipamento de meios aéreos militares tendo em conta a realidade específica portuguesa contra o que é o principal inimigo.

    Deveria alargar-se o quadro dos bombeiros profissionais e requalificar o estatuto (em termos remuneratórios e do livre licenciamento do trabalho ordinário, sem qualquer penalização ou ameaça de estatuto profissional, mas também das exigências de formação técnica) dos bombeiros voluntários.

    O restante é residual: formar os pequenos proprietários ou castigar mais severamente os autores de fogos intencionais.

    Por: LC

     

     

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