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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 15-05-2005

    SECÇÃO: Crónicas


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    Um parque emparedado

    Se o povo pensa que vive numa democracia autêntica, que tire daí a ideia, pois os interesses económicos estão acima de tudo. Já não temos Salazar a ditar, mas temos o grande capital financeiro através das suas “imobiliárias” cujos interesses passam por cima da vontade popular e do bom senso. Todos os grupos económicos têm uma.

    UM PARQUE DA CIDADE

    SEM NENHUM HORIZONTE

    Ilustração Rui Laginha
    Ilustração Rui Laginha
    Assim, vamos ter um parque da cidade sem largos horizontes, ensombrado pelo betão que o vai emparedar. Um espaço verde enclausurado em muralhas de cimento armado e devassado por milhares de olhos que, das janelas dos prédios, vão retirar aos seus utentes, a privacidade ansiada. E a visão do mar que, vista daquele espaço, devia ser livre, ampla e luminosa, passa a ser filtrada e obscurecida por inestéticas bancadas, viadutos e hotéis que, mais uma vez, vão privatizar e rentabilizar a paisagem que é de todos. Um espaço que se manteve durante tantos anos impoluto, entregue agora à paranóia arquitectónica, ao mau gosto e à especulação imobiliária.

    A INTERVENÇÃO

    Esqueceram os senhores arquitectos e paisagistas que nos locais plenos de beleza natural, a melhor arquitectura é não fazer nada. É a simplicidade, a arquitectura da Natureza que deve ser libertada e preservada.

    A intervenção humana, se necessária, deverá ser dissimulada em toda ambiência envolvente. É dos cânones.

    Por: Reinaldo Beça

     

     

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