SECÇÃO: Destaque

Fotos: Manuel Valdrez

Colectividades da Cidade prometem avançar juntas para uma federação

Pode ser uma espécie de grito do Ipiranga à escala local. E isto, bem longe de ser uma ameaça, é o sentimento claramente manifestado no jantar que, ao apelo do Ágora, juntou à mesa, no passado dia 21 de Abril, as colectividades de desporto, cultura e recreio da cidade de Ermesinde.

Bem longe de ser uma interpretação do jornalista, os dirigentes associativos de uma dúzia de colectividades de Ermesinde manifestaram claramente neste jantar o seu desencanto pela forma como o poder autárquico as tem tratado ultimamente.

O sentimento é de tal ordem generalizado que todos manifestaram de imediato a disposição de aderiram a uma proposta lançada pelos Amigos de Ermesinde para a constituição de uma Federação de Associações. Foi Diomar Santos que, apresentando a sua associação autonomista, e na sequência de uma proposta do Ágora para a realização de umas conferências precisamente sobre o tema do Associativismo, em Ermesinde, apoiou esta ideia e a complementou com a proposta da Federação. Lembrou também uma velha aspiração desta associação, a realização de umas Ermesindíadas.

A ideia da federação foi acolhida de imediato, pondo Raul Santos, presidente do CPN, à disposição as instalações do clube, fosse para as conferências, fosse para eventuais reuniões no sentido de constituição de uma federação de colectividades de Ermesinde. Este movimento de aproximação das colectividades, sublinhado pelo facto de elas não se sentirem concorrentes umas das outras, pode assim gerar um movimento genuíno, que parta delas próprias para o reforço da sua cooperação e organização.

José Araújo, presidente da Comissão Administrativa do Ermesinde foi mesmo mais longe, por um lado secundando as várias ideias de colaboração entre associações e, por outro, tendo em conta o fraco apoio camarário, desafiando até os Amigos de Ermesinde a colocar no Estádio de Sonhos uma faixa “Ermesinde a Concelho!”.

Alberto Mateus, da Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE), lançou o apelo para que, de futuro, também pudessem vir a integrar estes encontros outras associações de carácter humanitário e social.

O apoio a esta aproximação entre associações estendeu-se a outras das que estiveram presentes, como os Magriços, a Comissão de Festas de S. Silvestre, a delegação local da Associação de Veteranos de Guerra, a Casa do Benfica em Ermesinde.

O evento foi também ocasião do lançamento de vários apelos, quer para os importantes jogos em agenda do Ermesinde SC e do CPN, que foram saudados pelos êxitos desportivos desta época, quer para a série de espectáculos que então iriam decorrer, do grupo de teatro Casca de Nós, da AACE.

O papel de “A Voz de Ermesinde” como instrumento de informação e aproximação ao serviço da cidade foi também sublinhado no jantar.

A POESIA

É PARA COMER

O apelo do Ágora foi assim largamente correspondido, tendo comparecido ao jantar as mais importantes associações e colectividades na área do desporto e da cultura na cidade. E outras, se não estiveram, foi por motivos de agenda incontornável, por incidentes dolorosos de natureza inesperada, ou por outros motivos igualmente ponderosos.

No jantar, alguns dos elementos do Ágora (agora oficialmente Ágorarte), entre eles o seu presidente, Carlos José Faria – que aliás, abriu o jantar com uma breve saudação aos presentes e apresentou, mais tarde, o projecto das conferências –, e Álvaro Mendonça, leram com agrado dos presentes, poemas que haviam seleccionado para o evento, da autoria de Camilo Castelo Branco, Fernando Namora, Eugénio de Andrade, João Pedro Grabato Dias e, naturalmente, de Fernando Alvarenga, referência poética incontornável da cidade de Ermesinde.

Por: LC