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    Arquivo: Edição de 15-04-2005

    SECÇÃO: Destaque


    REUNIÃO PÚBLICA DA CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

    «Está a parecer-lhe que vamos ganhar outra vez as eleições»!

    Um involuntário deslize verbal de José Manuel Ribeiro acabou por ser o mais curioso incidente político da última reunião pública da Câmara Municipal de Valongo, realizada no passado dia 4 de Abril. Querendo acusar a maioria do Executivo de falta de seriedade no respeito da vontade dos munícipes – que aquele tinha invocado para proceder a alterações na taxação do parqueamento nas cidades de Ermesinde e Valongo – o autarca socialista pareceu deixar no ar a ideia de que o PSD iria manter a liderança da Câmara. Tal não passou despercebido a José Luís Pinto que, de imediato aproveitou para picar o líder do PS com uma pretendida falta de confiança política.

    A reunião começou com José Manuel Ribeiro, no período antes da Ordem do Dia, a acusar a Câmara de ter adiado uma intervenção no centro de Sobrado – construção de rotunda no Largo do Passal – a pedido do presidente da Junta, depois de a ter decidido... a seu pedido.

    «Muito mau sinal», comentou o autarca socialista, «que a Câmara recue numa intervenção deste género por pressão das pessoas».

    O líder da vereação socialista recordou depois um idêntico caso com o Largo Machado dos Santos, em que a Câmara «avançou teimosamente» dessa vez contra a vontade das pessoas.

    Só mais tarde, depois da «intervenção ter tido efeitos negativos», é que a Câmara, apontou o autarca, «reconheceu os erros, tendo reposto, há pouco tempo, e bem, o corredor bus». Para evitar os «inúmeros acidentes» os vereadores do PS pouco mais puderam fazer do que alertar, reclamou ainda o líder socialista.

    Maria Trindade Vale anunciou a realização de uma sessão plenária do CLAS – Centro Local de Acção Social de Valongo, para discutir o Diagnóstico Social do Concelho e definir as prioridades de intervenção.

    José Luís Pinto referiu a existência de uma sondagem na área do Grande Porto, segundo a qual, na área da limpeza, Valongo seria o concelho mais positivamente avaliado pelos munícipes. O vereador esclareceu ainda as condições em que a Câmara tinha procedido à introdução de alterações no regulamento dos parquímetros – já anunciadas em “A Voz de Ermesinde”.

    Fernando Melo, respondendo a José Manuel Ribeiro, esclareceu que a alteração proposta para a implantação da rotunda no centro de Sobrado tinha que ver com o reconhecimento de implicações negativas que daí poderiam advir relativamente à organização da festa das Bugiadas, que são uma expressão cultural muito marcante das gentes de Sobrado, parecendo razoável atender-se a essas razões, aliás de acordo com o parecer do próprio presidente da Junta. Por isso estavam agora a estudar-se alternativas.

    ORDEM

    DO DIA

    Na discussão dos pontos agendados, o PS anunciou que se abstinha na aprovação das alterações a introduzir no regulamento de parquímetros: «Outro exemplo absolutamente negativo. A pedido de alguém faz-se algo, a pedido de alguém desfaz-se» (José Manuel Ribeiro). A Câmara só teria alterado a situação, confrontada com um generalizado descontentamento dos munícipes. «Uma sondagem sobre os parquímetros daria lugar a um estado de choque».

    O vereador acusou ainda o Executivo de só ter procedido a alterações devido ao calendário eleitoral que se avizinha. E adiantou as suas dúvidas quanto ao relacionamento da Câmara com as empresas a quem foi concessionada a exploração do parqueamento pago.

    Fernando Melo respondeu a José Manuel Ribeiro: «Estamos perfeitamente receptivos a que os senhores negoceiem directamente com as empresas», e lembrou que o sistema de parqueamento fora aprovado em Setembro de 2002 com o apoio do PS. E garantiu ainda: «O pagamento dos parquímetros vai ser feito rigorosamente no cumprimento dos acordos que vieram à Câmara». José Luís Pinto também respondeu ao vereador do PS: «Regemo-nos pelo que é importante para os munícipes» e, pegando numa frase de José Manuel Ribeiro, que comentara que depois das eleições, os munícipes iam ver qual era afinal a boa vontade do Executivo, desferiu ainda: «Está a parecer-lhe que vamos ganhar outra vez as eleições».

    INTERVENÇÕES

    DO PÚBLICO

    De novo na reunião apresentou-se (pela terceira vez consecutiva) o munícipe António da Silva Correia, reclamando para si tratamento idêntico ao que tinha sido usado para com outros munícipes de uma urbanização em Ermesinde, na qual se verificavam numerosas alterações aos loteamentos aprovados. O munícipe acusava a Câmara de manifesta má vontade. Carlos Teixeira respondeu, declarando que assistindo legitimidade ao munícipe para ir ali todas as reuniões expor o seu caso, não podia a Câmara proceder de outra forma senão confirmar o embargo, dado que a obra pretendida pelo munícipe lesava os interesses de um vizinho, que aliás tinha feito uma exposição nesse sentido.

    O autarca apresentou ainda na reunião duas fotografias que pretendiam precisamente confirmar aquela situação. O munícipe contestou a validade das fotografias.

    Foi ainda aprovado na reunião um voto de pesar pela morte do papa João Paulo II.

    Por: LC

     

     

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