Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-10-2025
Jornal Online

SECÇÃO: Crónicas


foto
ENCONTRO DE CULTURAS (6)

Justo Takayama Ukon: primeiro Samurai beatificado, no Japão (parte 2)

Na edição anterior, evocámos a beatificação do primeiro samurai japonês, em 2017 – o daimio de Takatsuki, figura nobre do século XVII que abraçou o Cristianismo e, por se recusar a renegar a fé, foi exilado nas Filipinas, onde viria a falecer pouco depois. Símbolo de fidelidade e resistência espiritual, a sua elevação aos altares foi celebrada numa impressionante cerimónia em Osaka. Nesta segunda parte, aprofundamos a vida deste mártir e o contexto histórico da perseguição aos cristãos no Japão.

foto
A beatificação de Justo Takayama Ukon assume contornos originais, pois, ele foi apresentado como confessor da fé, embora não tivesse sofrido o martírio de sangue ao contrário dos outros 42 santos e 393 beatos japoneses, mas o exílio nas Filipinas, que o levou à morte, pouco depois de lá chegar.

Ele foi um nobre japonês leigo, homem de espada (samurai), é certo, mas que escolheu deixar tudo para confiar a sua vida a Cristo e que veio a falecer em Manila (Filipinas), devido à debilidade física causada pelos maus tratos, que sofreu durante a perseguição e subsequente desterro. A sua história foi recolhida pelos bispos japoneses em 1965, apesar da sua fama de santidade ser do século XVII.

Takayama Ukon nasceu em 1552, três anos depois de S. Francisco Xavier ter introduzido a fé cristã no Japão. Um dos primeiros convertidos foi seu pai Dario, que o batizou quando ele tinha apenas 12 anos com o nome de Justo. Os Takayama eram dáimio, isto é, membros da classe governante dos senhores feudais japoneses, possuindo bastas propriedades e castelos, tendo direito a formar exércitos e a contratar samurais. A família Takayama dedicou-se, porém, depois da conversão e com os seus bens a ajudar as atividades missionárias no Japão e era protetora dos cristãos e dos missionários jesuítas.

foto
Em 1587, quando Takayama Ukon completou 35 anos, o Chanceler do Japão, Toyotomi Hideyoshi, começou uma grande perseguição contra os cristãos: expulsou os missionários e obrigou os católicos japoneses a renunciar à fé cristã. Enquanto muitos dáimio optaram por renunciar e abandonar o catolicismo, Justo Takayama Ukon e seu pai preferiram abandonar as suas terras e os seus títulos de honra e de nobreza para permanecerem firmes na fé e viverem pobres como Jesus Cristo. Na verdade, muita gente tentou convencê-lo a renunciar à fé cristã, apostatando, mas ele recusou e optou por viver como cristão até à morte.

Quando o shogun Tokugawa proibiu definitivamente o cristianismo em 1614, Takayama foi desterrado e liderou um grupo de 300 católicos japoneses que com ele foram para o exílio; Tendo chegado a Manila em dezembro de 1614, veio o novo beato a falecer, debilitado pela perseguição na noite de 3 de fevereiro de 1615.

foto

UMA BEATIFICAÇÃO MUITO SIGNIFICATIVA PARA A IGREJA E PARA A SOCIEDADE JAPONESA

A Igreja Católica do país do Sol Nascente com cerca de 500 mil batizados japoneses e outros tantos católicos emigrantes, no contexto de uma população de cerca de 128 milhões de habitantes, é uma comunidade que não chega a ser 1% da população (cerca de 0,33%) e conta com 600 padres japoneses e cerca de 900 missionários e religiosos estrangeiros, empenhados no Apostolado e cerca de 5.000 religiosas.

A cento e cinquenta anos do fim das perseguições, os cristãos japoneses vivem numa sociedade moderna e rica, mas completamente afastada dos valores cristãos. Exemplo disso foi o que aconteceu em julho do ano passado em Sagamihara, onde foram eliminados 19 deficientes, por não serem úteis nem produtivos. É um caso típico da perceção da vida humana, na sociedade japonesa atual: são improdutivos, devem ser suprimidos! Muitas vezes, se arroga o direito de julgar o valor da vida humana, colocando-se no lugar de Deus. Por esse motivo, a pequena comunidade católica, sobretudo, depois

(...)

leia este artigo na íntegra na edição impressa.

Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,50 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.

Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 13,00 euros.

Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62

Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.

Por: P. Domingos Areais

 

 

este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
© 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
Comentários sobre o site: [email protected].