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CORREIO DO LEITOR
O pombal de Ermesinde
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Já ouvi pronunciar “estação ou pombal, deslumbramento para turista apreciar”? Talvez tivesse muita graça, se não estivesse em causa a saúde pública e os encargos monetários que mais tarde surgem para reparação da cobertura da nossa linda estação paga por pelos contribuintes, em especial por quem viaja nos transportes da CP. Não sei se abrangendo também pagantes de impostos, taxas e taxinhas da comunidade nacional. E porquê isto? Porque a cobertura se encontra repleta de excrementos deixados por estas lindas aves, o que mais tarde vai obrigar a reparações ou à substituição da estrutura derivado da corrosão dos ácidos dos excrementos. Tem dúvidas? Não limpe atempadamente a borradela do tejadilho do seu mais que tudo pópó e vai ver o que acontece. Se não tem esta dádiva da modernidade andante pergunte a quem no cemitério tem de limpar os mármores conspurcados sobre a grande dificuldade na limpeza dos mesmos. Esta pandemia de aves, perigosas para a saúde pública, tem aumentado desmesuradamente em pouco tempo. E porquê? Primeiro pela enorme, repito enorme, quantidade de irresponsáveis que aqui no centro de Ermesinde as alimenta, e posso garantir, não caindo no exagero, de grosso modo a pão de ló. Pois, desde arroz cozido, pão fresco e de boa qualidade, pedaços de bolo, biscoitos de gatos, não faltando bom milho, etc. E assim acontece quer por donos de estabelecimentos comerciais, quer por gente de aspeto humilde ou muito bem posicionada economicamente na vida, alguns com conhecimento dos perigos que estas faunas causam na saúde pública, estes que considero negacionistas, outros por desconhecimento, mas que mesmo alertados se estão nas tintas para o sofrimento que a eles ou à sociedade podem vir a causar. Mas a cereja no topo do bolo cai nas entidades municipais, que se não estiver errado se sentem melhor promovendo grandes festarolas a gastar na prevenção a que estão obrigados a bem da saúde pública. Será que as entidades municipais desconhecem os inibidores da reprodução destas aves? Na internet (e IA) informam sobre isso. Pois, uma boa música sempre cai melhor que uma estadia no hospital ou no cemitério. A propósito de cemitério, uma situação caricata: creio que em finais de julho, tempo canicular, funcionários da Junta de Freguesia andaram a semear em quantidades industriais sementes de relva no jardim do cemitério Nº1. Mas sem mexerem um palminho de terra. Resultado: logo cerca de uma vintena de pombinhos durante cerca de duas semanas fizeram a festa, até parece que não ficou uma sementinha para nascer. Acabada a benesse lá voltaram para o pão de ló. É triste mas sintomática a irresponsabilidade reinante. Vai muito tempo ando atento a esta situação. E revoltado por ver tanta gente irresponsável pisando tanto pão nos passeios, viaturas nas baias de estacionamento, e também pombinhos pagando com a vida o atrevimento de tomarem o pequeno almoço nas faixas de rodagem. Custa ver tanta irresponsabilidade à solta.
João Dias Carrilho: C.C. n.º 454502
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