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ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2025
PS aguenta a Câmara de Valongo mas com a AD nos calcanhares
Um novo ciclo político tem agora início na Câmara Municipal de Valongo (CMV). Finda a era de José Manuel Ribeiro, começa a era de Paulo Esteves Ferreira ao leme da autarquia. O candidato do PS venceu as eleições para a Câmara, mas de forma renhida com a candidatura da AD liderada por Hélio Rebelo. Em termos numéricos os socialistas obtiveram 18.507 votos (o equivalente a 38,16%) enquanto a coligação de direita registou 16.836 votos (o equivalente a 34,71%). Conclusão, a CMV foi segurada pelo PS por 1671 votos de diferença! Quer isto dizer que os socialistas vão continuar a governar a Câmara, mas sem a maioria absoluta conquistada nos dois últimos mandatos. Para vermos um cenário idêntico temos de recuar até ao primeiro mandato de José Manuel Ribeiro (2013-2017), altura em que o PS venceu, mas sem maioria.
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| PAULO ESTEVES FERREIRA É O NOVO PRESIDENTE DA CÂMARA DE VALONGO |
Nestas eleições, e no que toca à votação nas freguesias para a Câmara, o PS apenas venceu em Ermesinde e em Alfena, tendo sido na nossa cidade onde registou a melhor votação (41,18%). A AD levou a melhor nas restantes freguesias, inclusive em Campo e Valongo, localidades onde a esquerda tradicionalmente predomina em atos eleitorais.
No próximo executivo camarário (ver constituição na página 7), PS e AD surgem empatados em número de vereadores, quatro para cada lado.
A tarefa de desempatar, ou não, este (futuro) braço de ferro cabe ao Chega, um dos grandes vencedores da noite eleitoral no nosso concelho. Os 13,67% de votos garantiram ao Chega a eleição de um vereador, algo que acontece pela primeira vez na história do partido a nível concelhio. Quando compararmos com as últimas Eleições Autárquicas, o Chega foi o partido que mais cresceu em 2025, mais que duplicou o número de votos para a CMV. O Chega foi o terceiro partido mais votado na corrida à Câmara em todas as cinco freguesias do concelho, tendo em Ermesinde obtido a sua melhor votação (14,37%).
Voltamos a recuar até ao primeiro mandato de José Manuel Ribeiro à frente da CMV para vermos um cenário semelhante ao que temos pela frente nos próximos quatro anos, ou seja, na altura, quatro eleitos para o PS, outros tantos para o PSD (agora na condição de AD), e um eleito da CDU, o fiel da balança, digamos, e que agora pode ser o Chega a desempenhar esse papel.
Fora dos lugares de vereação, mas à frente de partidos mais experientes a nível de Eleições Autárquicas em Valongo ficou a IL. Os liberais, que pela primeira vez foram a votos em Autárquicas no concelho, foram o quarto partido mais votado, com 3,33%, sendo que na votação das freguesias apenas foram superados em Campo (pela CDU) e em Sobrado (pela CDU e pelo PAN).
Quem não repetiu o bom resultado de há quatro anos foi o PAN, que teve menos cerca de um ponto percentual face a 2021, 1,96% agora contra os 2,98% das eleições anteriores. Em queda continua a CDU, que falhou por larga distância a reconquista de um vereador. Na eleição para a CMV os comunistas tiveram o pior resultado desde milénio: 3,03%. Pior, só o Bloco de Esquerda (BE), que foi o partido menos votado para a autarquia: 1,66%. Para vermos um resultado pior dos bloquistas só recuando a 2001, altura em que pela primeira vez se apresentaram a votos em Valongo, tendo então obtido 1,18%. A taxa de abstenção na votação para a CMV foi de 42,81%, bem inferior à que foi registada há quatro anos (52,21%), mas ainda assim ligeiramente superior se compararmos com a média nacional nestas eleições.
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O PS foi também o partido mais votado para a Assembleia Municipal de Valongo (AMV), com 37,49%. No entanto, e tal como na Câmara, os socialistas perderam a maioria que detinham, conquistando 12 mandatos, menos dois que há quatro anos. Ermesinde foi a freguesia onde o PS maior percentagem de votos teve para a AMV: 40,10%. A AD surge logo atrás dos socialistas nas intenções de voto, a pouco mais de seis pontos percentuais, o que se traduz na eleição de nove deputados, mais um do que em 2021. A coligação de direita apenas superou o PS na votação para a assembleia em Sobrado, onde foi o partido mais votado.
O cenário não foi mais negro para a CDU no nosso concelho porque apesar de terem descido em termos de percentagem de votos face às últimas eleições (3,68% em 2025 contra 5,79% em 2021) conseguiram segurar o único eleito que detinham na assembleia municipal.
Foi precisamente na AMV que a IL teve uma das suas vitórias da noite eleitoral do passado dia 12 ao eleger um deputado para a nova AMV. Os liberais ficaram à frente, com 4,01%, de três forças partidárias que no anterior mandato tinham representação na assembleia. Isto é, para além da CDU, o BE e o PAN. Estes dois últimos partidos perderam mesmo o seu eleito naquele órgão, sendo que para os bloquistas isto já não acontecia desde 2001, altura em que não elegeram quaisquer elementos para todos os órgãos autárquicos do concelho. E foi na AMV que o Chega foi, quiçá, o grande vencedor. O PS foi o partido mais votado, é certo, mas perdeu a maioria, ao passo que o Chega quadruplicou a sua presença na AMV, passando de um para quatro deputados, graças aos 15,37% dos votos.
A abstenção na votação para a AMV cifrou-se nos 42,83%, praticamente igual à votação para a CMV.
Por:
MB
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