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Edição de 30-06-2025
Jornal Online

SECÇÃO: História


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O TRAJE REGIONAL PORTUGUÊS (2)

O TRAJE DE VIANA DO CASTELO

Parte 1 - generalidades

O Traje de Festa, também conhecido por Traje de Lavradeira Rico, de Viana do Castelo, caracteriza-se pela sua exuberância. Nascido na segunda metade do século XIX a partir de um traje de trabalho garrido, usado pelas jovens mulheres lavradeiras, evolui ao longo dos anos. Os grupos folclóricos, de que o concelho de Viana do Castelo é rico, ajudaram a fixar as características identitárias das diferentes tipologias.

Falando exclusivamente deste traje, o concelho de Viana do Castelo tem várias tipologias. Por ordem alfabética das mais importantes, Afife, Areosa, Geraz do Lima e Ribeira Lima, também conhecido por tipologia de Santa Marta de Portuzelo. Cada um tem características próprias. Normalmente as freguesias em torno destas quatro seguem o mesmo padrão de traje, com algumas diferenças mais subtis. Noutros artigos deste tema estas tipologias serão mais bem referenciadas. O autor não seria honesto em relação a este magnífico traje se não enumerasse, pelo menos, outras tipologias, embora estas de utilização mais localizada: Freixieiro de Soutelo e Serra de Arga.

E em todo o concelho existem outros Trajes Ricos, esses mais parecidos uns com os outros, sem a distinção daqueles quatro: Traje Azul, (ou de Dó), Traje de Mordoma e Traje de Noiva, para falar só dos mais importantes.

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Para além deste Traje Rico, só usado em festas e romarias, existiam outros trajes mais do dia-a-dia: o Traje de Trabalho e o Traje de Domingar. Este Traje de Domingar podia ser usado por qualquer mulher e estava a meio caminho entre o Traje de Trabalho e o Traje Rico. O seu nome veio-lhe do facto de que era utilizado pelas raparigas solteiras já com autorização de seus pais para saírem sozinhas. Faziam-no em grupos de amigas e iam “domingar”. “Domingar” significa o que se fazia ao domingo, porque nos outros dias não havia tempo para “domingar”. Depois da missa, as raparigas sentavam-se nas imediações da igreja em alegres convívios. E “muito discretamente” (ou nem tanto…) piscavam aos rapazes, que “as escolhiam” para conviver (as mulheres sempre escolheram os rapazes que queriam que as escolhessem a elas…). Era isso o “domingar”.

As mulheres atualmente podem escolher livremente entre o traje da cor típica do lugar, que é quase sempre vermelho (exceto em Geraz do Lima que é verde), e o traje azul. Este traje azul era usado pelas senhoras viúvas ou as casadas em que os maridos estavam ausentes. Emigrantes, por exemplo. Não era bonito estas senhoras trajarem de vermelho. Mas esta distinção desapareceu.

O Traje Rico é composto por várias peças, todas feitas à mão: a camisa, em linho ou misto de linho e algodão, bordada num tom monocromático (sendo o azul forte o tom predominante), de manga tufada e comprida; o colete, bordado, formado por duas partes, o corpo em cima e a barra (ou rigor) em baixo. Como nota curiosa, o colete é pouco decorado à frente, pois fica coberto pelo lenço do peito; a saia, dividida em duas partes, superior e inferior. A parte superior é tecida em lã fina, decorada com linhas verticais de cores variadas. A parte inferior, também chamada de forro ou barra, é feita em fazenda ou flanela e pode ou não ser decorada. O avental, igualmente dividido em parte superior e inferior; a algibeira em flanela da cor predominante do traje, bordada; o lenço de mão, contido na algibeira, bordado; os lenços, da cabeça e do peito, em lã fina, com franjas do mesmo fio e estampados; as meias, em algodão tipo croché; e as chinelas ou “socas”, lisas ou bordadas. O que principalmente distingue as várias tipologias é a saia e o avental. A saia é sempre composta por duas partes. Não por nenhuma razão estética, mas por

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José Campos Garcia*

*Médico

 

 

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