CDU apresenta candidatos à Câmara e à Assembleia Municipal de Valongo
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Fotos MIGUEL BARROS |
A CDU apresentou publicamente no passado dia 21 de junho a sua candidatura aos órgãos municipais do Concelho de Valongo com vista às próximas Eleições Autárquicas. Adriano Ribeiro volta a ser o cabeça de lista candidato à Câmara Municipal de Valongo (CMV), enquanto Sónia Sousa será, e também de novo, a cabeça de lista candidata à Assembleia Municipal de Valongo (AMV).
A apresentação pública aconteceu na Praça Machado dos Santos, em Valongo, à qual compareceram muitos militantes/apoiantes comunistas, bem como Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.
Adriano Ribeiro, de 76 anos, candidata-se à CMV pela quarta vez consecutiva com a intenção de recuperar o lugar de vereador que ocupou no mandato de 2013-2017. Isso mesmo ficou patente nas palavras do candidato ao longo da sua intervenção. Manifestando a honra e o orgulho com que aceitou o convite da Comissão Concelhia do PCP para encabeçar a lista de candidatura à Câmara, Adriano Ribeiro recordaria mais adiante o facto de que «contra todas as previsões» a CDU ao não reeleger o vereador nas Eleições Autárquicas de 2017 passou a estar dependente de uma presença «bastante limitada» na AMV através de Sónia Sousa, «que se diga em abono da verdade, apesar de ser a única deputada da CDU, se tem destacado como um dos melhores (para não dizer o melhor) deputados daquela Assembleia. E quando digo dos melhores para não dizer o melhor, não me refiro apenas à clareza das suas intervenções, mas a par dessa condição, pela pertinência e oportunidade dos assuntos levados à AMV, dentro dos breves minutos que regimentalmente como deputada única, ela dispõe para o fazer».
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Sublinharia a grande missão que tem pela frente nestas próximas eleições: «fazer a CDU regressar à vereação na CMV, preenchendo a lacuna da nossa ausência durante os oito anos passados». Recordaria, precisamente, a performance da CDU na última vez que esteve na vereação camarária, onde «tivemos uma intervenção constante sobre os problemas mais prementes de todo o Concelho». Elencou algumas soluções então apresentadas pela CDU para diversos problemas que conviviam com as freguesias do nosso concelho. Desde logo, a solução para o problema do Estádio de Sonhos, a solução para o problema do campo de treinos do Alfenense, a proposta para a inscrição de uma rubrica com uma verba de 100.000 euros para se dar início ao compromisso de se construir uma nova sede para a Junta de Freguesia de Alfena, soluções para os problemas de habitação social, a luta contra a agregação das freguesias de Campo e Sobrado, entre outros assuntos. Lembrou também que foi por influência da CDU que então as reuniões camarárias passaram a ser semanais, no sentido de permitir uma maior proximidade dos cidadãos às respostas necessárias aos problemas que em todas as reuniões eram colocados, algo que com a saída da coligação da vereação terminou, voltando-se ao antigo regulamento das reuniões quinzenais (uma pública e outra privada).
Posteriormente, apontou ao futuro, elencando uma série de medidas que a CDU pretende ver concretizadas caso volte a fazer parte do executivo camarário no próximo mandato. Entre outras, acabar com as ruas de terra batida existentes no concelho, eliminar as portagens entre Ermesinde e Valongo «para pôr fim ao flagelo que é aquele engarrafamento em Ermesinde nas horas de ponta», recuperar espaços na área do equipamento museológico «completamente desprezado e ao abandono», acompanhar o desenvolvimento do processo do aterro de Sobrado, «na defesa de melhor ambiente para aquela população», e corrigir a «desorganização» que os transportes públicos efetuados pela UNIR trouxeram consigo, bem como repor a redução dos 50 por cento em cada viagem que os reformados do Concelho usufruíam e com a vinda da UNIR, deixaram de usufruir.
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Por seu turno, Sónia Sousa, de 44 anos, concorre pela segunda vez consecutiva como cabeça de lista à AMV, ela que neste momento é, e como já vimos, a única deputada que representa a coligação neste órgão autárquico. Sónia Sousa começaria por salientar que a luta da CDU é «uma luta feita de coerência, de persistência, de trabalho contínuo. A nossa intervenção não se limita ao tempo das campanhas. Estamos sempre presentes — nas assembleias, nas ruas, nas instituições, junto das populações, em cada lugar onde a nossa comunidade precisa de ser ouvida e defendida. E é essa presença firme e consequente que nos distingue».
Em jeito de balanço destes últimos oito anos, diria que o concelho de Valongo «foi governado por uma maioria absoluta do PS com uma oposição praticamente ausente. O PSD acomodou-se, esperando que chegue a sua vez de governar. Também o Chega, com o seu populismo sonoro fora das instituições, mostrou o que realmente vale dentro delas: silêncio e ausência. Berra muito cá fora perante as televisões, mas quando está dentro da Assembleia Municipal, comporta-se como um cordeirinho». Referiu ainda que a CDU não faz «política para os holofotes e mantemos uma trajetória de coerência e luta que incomoda quem prefere o espetáculo e não convém a quem quer desviar as atenções do que realmente importa ser discutido», e que por isso é frequentemente ignorada, e que as perdas eleitorais que a coligação tem tido não refletem a «seriedade do nosso trabalho».
Sónia Sousa analisou depois o trabalho que a CDU tem realizado na AMV, onde com um só eleito «fomos a força com mais intervenções, mais propostas e mais trabalho concreto». Elencou posteriormente algumas dessas propostas, como, por exemplo, a redução do IMI; a melhoria das instalações das escolas e pela qualidade das refeições escolares; a denúncia dos «problemas que a privatização de serviços essenciais, como o lixo, as águas e as refeições, trouxerem ao concelho, e propusemos alternativas»; a apresentação de «caminhos claros e realistas para enfrentar o flagelo da habitação. (…) Defendemos aquilo que é urgente e possível de fazer pelo poder autárquico: a construção de nova habitação pública, com recurso aos fundos comunitários disponíveis, para garantir o direito a uma casa digna a quem aqui vive»; a sinalização da «ausência de políticas de mobilidade eficazes — continuamos a lutar pelo fim das portagens em Valongo e nas SCUT´s, pela abertura da linha ferroviária de Leixões em Ermesinde e pela criação de uma rede UNIR que sirva verdadeiramente todo o concelho»; a chamada de atenção para a questão da segurança, «que não passa pela criação da polícia municipal — que trará custos acrescidos para a Câmara, pagos por todos nós — quando a exigência deveria ser o reforço dos meios humanos e materiais da PSP e da GNR», entre outras propostas.
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Mais adiante, e a terminar a sua intervenção, Sónia Sousa sublinharia que é por tudo isto que a CDU se volta a apresentar aos habitantes do concelho «com a cabeça erguida e a consciência tranquila. Temos trabalho feito, temos propostas, temos projeto. Somos necessários. A CDU é indispensável, pela sua coerência, pela sua ligação às populações, pelo seu compromisso com quem trabalha e com quem mais precisa. Mas nada disto se faz sozinho. É convosco que queremos continuar. Com cada militante, cada simpatizante, cada homem e cada mulher que acredita que é possível mudar a vida das pessoas com justiça, dignidade e verdade. Contamos convosco para continuar a lutar. Por Valongo. Pelas freguesias. Por um concelho para todos», concluiu.
Por:
MB
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