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    Arquivo: Edição de 31-12-2022

    SECÇÃO: Local


    NOTICIAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR DE ERMESINDE

    Visita de estudo à Oficina da Regueifa e do Biscoito, em Valongo

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    A regueifa e o biscoito são iguarias que fazem parte da identidade gastronómica e cultural do município de Valongo. A ORBV conta a história secular da indústria da panificação através do roteiro do grão ao pão que liga moinhos de água e de vento antigos e atuais, padarias e biscoitarias na zona histórica. Homenageia os padeiros e biscoiteiros e preserva o património cultural dos Valonguenses.

    No âmbito da disciplina de Sociedade e Cidadania, os alunos da USE e a Prof. Ilda Pinheiro, acompanhados pelo presidente da direção da Agorárte/USE, visitaram a ORB de Valongo, para conhecerem com mais pormenor esta atividade, de tempos remotos que se desenvolveu no nosso concelho, e que perdura até aos dias de hoje, com a inerente evolução tecnológica, mas mantendo e aplicando os “saberes dos artífices” desses tempos idos. A origem conhecida do pão data aproximadamente de há 12 mil anos, na época da Mesopotâmia, juntamente com o início do cultivo do trigo. No tempo das invasões francesas (1809) um general chamado Moulet, vendo a escassez de cereais, ordenou que fizessem pães pequenos para os soldados; o “pão do general Moulet”, agora conhecido por “molete” na zona Norte do país.

    Esta Oficina da Regueifa e do Biscoito recebe os visitantes no seu edifício (antigo quartel dos BVV), desde 2021, mostrando o que foi esta atividade no concelho desde o séc. XVI, e se desenvolveu até ao início do séc. XX, dada a necessidade deste alimento, devido ao aumento da população da cidade do Porto, e à proximidade de Valongo, tendo por isso os seus artífices, constatado vantagens em incrementar esta atividade, tendo em Valongo boas condições climatéricas (humidade) e hídricas (Rio Ferreira) com bons caudais de água para os seus moinhos, e obtendo dos campos agrícolas o milho e o centeio. O trigo, também necessário para o fabrico de pão, vinha das terras transmontanas, por barco até ao porto de Gramido, em Valbom, onde os almocreves o transportavam para os moinhos de Valongo, obtendo por moagem as farinhas. Nessa época chegaram a existir 123 padeiros e 100 padarias em Valongo. As padeiras tinham a função da venda e distribuição com deslocações à cidade do Porto, levando os burros com as cestas de regueifas, para vender.

    Os visitantes, através de um documentário 3D sobre a história do Pão e do Biscoito de Valongo, e dos vários espaços de exposição percorridos, de um “moinho de rodízio” presente e da explanação do seu funcionamento pela guia que nos recebeu, de objetos usados, bem como de balcões interativos digitais de informação e localização dos moinhos no concelho, do relato do dia a dia, da padeira Teresa Duque, recentemente falecida, em imagem holográfica, ficaram com uma ideia mais completa do conhecimento desta arte da panificação, que a ORBV nos proporciona.

    Por fim os visitantes foram convidados a “pôr a mão na massa” numa experiência de confeção, moldando a massa, pré-preparada, “bem sovada” para ficar fofa, brilhante e elástica, criando as formas de regueifas e biscoitos em miniatura, cozidos e entregues para a sua degustação, no fim da visita.

    A Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo, que vela pela preservação destes produtos endógenos, existe desde 2015.

    Joaquim Almeida

     

     

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