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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2022

    SECÇÃO: Destaque


    Magia do Brinquedo Tradicional Português encantou pequenos e graúdos durante cinco dias em Alfena

    Foto MIGUEL BARROS
    Foto MIGUEL BARROS
    Decorreu entre os dias 21 e 25 de setembro, em Alfena, a edição deste ano da Festa do Brinquedo, um evento organizado pela Câmara Municipal de Valongo em parceria com a Junta de Freguesia de Alfena, e que na sua essência visa preservar, valorizar e divulgar o brinquedo tradicional enquanto património identitário do nosso concelho.

    A festa repartiu-se entre o Parque Vale do Leça e o Centro Cultural de Alfena.

    A Parada Luminosa da Criança e do Brinquedo, que contou com a participação de largas dezenas de crianças das escolas do concelho, marcou a abertura oficial de um evento que se desenrolou sempre com muita e variada animação, para todos os gostos, feitios e idades. Além dos stands e das exposições alusivas à temática do Brinquedo Tradicional Português, os visitantes tiveram a oportunidade de usufruir de demonstrações de trabalho ao vivo, jogos tradicionais, teatro, dança, atividades desportivas, magia, gastronomia e espetáculos musicais. Neste último campo destacam-se as atuações de Bárbara Bandeira (no dia 22), de Bispo (no dia 23), de David Carreira (no dia 24) e de Mão Verde (no dia 25), espetáculos musicais, que decorreram no palco principal do certame, e aos quais acorreram verdadeiras multidões.

    O stand da PE-PE onde se pode ver o fabrico de brinquedos ao vivo
    O stand da PE-PE onde se pode ver o fabrico de brinquedos ao vivo
    O nosso jornal acompanhou a inauguração da festa, na noite de 21 de setembro, tendo visitado alguns dos stands dos expositores presentes, stands onde pudemos reavivar memórias de outros tempos através do brinquedo tradicional. Vislumbramos autênticas obras de arte, feitas de chapa de folha flandres, de madeira, ou de plástico. E muito deste espólio/património tem o carimbo da nossa terra, Ermesinde, como é o caso do stand da PE-PE, empresa centenária outrora conhecida por JAJ e JATO, e em cujas paredes estão expostas fotografias da antiga fábrica da empresa - hoje em dia denominada de Bruplast - então localizada na Rua 5 de Outubro da nossa cidade, na época denominada “A Indústria de Quinquilharias de Ermesinde”. Em paralelo com estas imagens históricas do passado, encontrava-se uma banca de artesão onde se mostrou o fabrico, do principio ao fim, de um brinquedo tradicional.

    Era uma espécie de oficina ao vivo, conforme nos disse Paulo Penela, um artesão, ou artista, melhor dizendo, oriundo de uma das famílias com maior tradição na arte de fabricar brinquedos tradicionais. Neste stand, Paulo Penela ensinou como se faz um brinquedo tradicional, desde as chamadas carrinhas “pão de forma” até aos aviões, exemplificando o processo de fabrico desde a colagem até à pintura. E depois, havia ainda a hipótese de cada pessoa poder até experimentar e tentar fazer ali o seu próprio brinquedo!

    O stand da Oficina do César
    O stand da Oficina do César
    Noutro ponto do recinto (do exterior) do Centro Cultural de Alfena encontrava-se outro nome lendário ligado ao fabrico do brinquedo tradicional e com sede em Ermesinde, mais precisamente a Oficina de Artesanato César. Trocámos algumas palavras com o elemento mais novo desta geração de artistas/artesões, também ele de nome próprio César, tal como o seu bisavó, César Ferreira. Neste stand pudemos ver algumas das peças em madeira pelas quais esta empresa é conhecida, entre outros exemplos, os tambores, as pandeiretas, com figuras/desenhos que ainda vêm do tempo do fundador da empresa, no início dos anos 40 do século passado, e que se constitui como uma marca desta casa. Ou seja, o papel decorado usado para ilustrar, digamos assim, os tambores, ou as pandeiretas atuais feitos com figuras com 50 e 60 anos que vêm do tempo de César Ferreira. Mas vislumbrámos também as famosas pombinhas, o ciclista, a camioneta, entre outros brinquedos de encantar - graúdos e pequenos - que mantêm o traço tradicional, a base de construção, mas ao mesmo tempo têm um toque inovador, conforme percebemos.

    José Moreira, da empresa AML
    José Moreira, da empresa AML
    Mais ao lado conversámos com José Moreira, cujo stand mais se assemelha a um pequeno museu do brinquedo tradicional. Ele que herdou todo o espólio do seu tio, outro artesão/artista lendário na nossa praça, no caso Armindo Moreira Lopes, de Alfena. A AML, precisamente as iniciais do atrás citado artesão, dedicou-se ao fabrico de brinquedos em folha flandres. José Moreira, que trabalhou como serralheiro, na criação de moldes, na fábrica - que esteve de portas abertas no que toca ao fabrico de brinquedos entre 1938 e 1975 - do seu tio, contou que o que ali está exposto é apenas uma pequena mostra do que Armindo Moreira Lopes fez, porque na realidade o artesão que faleceu em 2000 fez 365 modelos diferentes, fazia um por cada dia do ano, segundo nos contou. «Uma coleção completa que ninguém tem, embora uma grande parte desta coleção esteja no Museu do Brinquedo de Ponte de Lima», explica José Moreira, que tem cerca de 60 exemplares desta vasta coleção da AML na sua posse, sendo que muitos deles puderam ser vistos nesta Festa do Brinquedo. Apaixonado pelo brinquedo, José Moreira contou ainda que foi um dos primeiros a defender a criação de um museu do brinquedo em Alfena, algo que para seu contentamento se irá concretizar num futuro breve.

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