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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-01-2022

    SECÇÃO: Património


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    Um Museu para Ermesinde

    As notícias versadas neste artigo distam entre si mais de quarenta anos e, mais curiosas se tornam, quando compreendemos que as duas debatem o mesmo problema sem que este tenha sido resolvido ou se tenha concretizado. O mote do nosso estudo foram três publicações realizadas no Jornal “A Voz de Ermesinde”: a primeira inserida na rubrica Aguarelas & Mazelas (1979, n.º 224), por Fernando Alvarenga e as duas restantes intituladas de Para quando um Museu em Ermesinde (2019, n.º 982 e 983), de Manuel Dias.

    Podíamos ter começado este artigo com as mesmas interrogações que lançam os dois autores no início dos seus textos, salientamos a pergunta que nos é feita logo na primeira linha do texto de 1979: «Tem Ermesinde um Museu?». A resposta, no início de 2022, continua a ser: Não!

    Estes dois textos têm um eixo em comum: os dois lançam propostas urgentes e que continuam atuais com mais de quatro décadas de distância. É a partir deles que daremos conhecimento de alguns projetos museológicos para a cidade de Ermesinde que têm vindo a ser propostos no nosso Jornal.

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    Começamos assim por aquele que nos é mais distante, o texto de Fernando Alvarenga, elaborado em 1979. Neste artigo de opinião, o autor refere desde logo que Ermesinde ainda não tem um museu e que faria todo o sentido que este existisse. Acrescenta, ainda, que quando se ama um local, se procura saber mais sobre ele e que, para procurar e encontrar a história de Ermesinde, não existe um espaço adequado. Lança ainda um olhar atual, no seu tempo, sobre que formas e linhas temáticas se poderiam inserir no espaço. Diz-nos que para esta construção se deveriam reunir arqueólogos, historiadores e conhecedores da história da cidade e dos seus antepassados, que pudessem compor as linhas gerais de interesse para um museu. Recorda ainda, que no momento em que escreve o seu artigo, se encontrava a ser construída a nova Igreja Matriz. Como sabemos, a Igreja Matriz correspondeu a um novo e moderno programa, o que levou o autor a questionar-se se os elementos (pinturas, retábulos, azulejos…) que não seriam utilizados no novo templo, não poderiam ser utilizados neste museu, como forma de não se perderem de forma permanente e também como forma de os ermesindenses poderem recordar aquele que foi o antigo templo. Apesar das dúvidas e propostas de Fernando Alvarenga se apresentarem de uma forma bastante relevante, torna-se certo que, atualmente, Ermesinde não possui um Museu e também não sabemos o destino que terão tido as peças que decoravam a Antiga Igreja Matriz, dado que parte do seu espólio, como os azulejos que decoravam alguns espaços não foram incorporados ou reaproveitados na construção mais recente.

    Quarenta anos volvidos desde as preocupações manifestadas por Fernando Alvarenga, encontramos duas publicações realizadas por Manuel Dias que nos expõe a mesma problemática. Recordamos, ainda, neste ponto que estes dois artigos de Manuel Dias não são solitários porque o autor já se dedicou a escrever sobre este tema por várias vezes, identificando e demonstrando a necessidade real que é para a cidade a de possuir um museu.

    No primeiro artigo realizado, em 2019, Manuel Dias dá-nos conhecimento, tal como Fernando Alvarenga, que um Museu concentra em si a memória do local e da cidade que representa. O espaço museológico é aquele que dialoga entre o passado e o presente dos sítios, salientando ainda que qualquer turista, em qualquer local, procura o Museu como o grande repositório do espaço que está a visitar/conhecer.

    Este artigo dá-nos também conhecimento de que o tema de construir um espaço museológico permanente em Ermesinde tem sido debatido e proposto em termos partidários. Aliás, recorda, que o atual executivo camarário, que permanece o mesmo entre 2019 e 2022, teria como bandeira e promessa eleitoral a criação de um museu para Ermesinde. Até aos dias de hoje continuamos sem ver este plano em marcha.

    Contudo, lança novas pistas sobre os temas que poderiam figurar num futuro museu. Desde logo, salienta que há doadores que estão disponíveis para ceder artefactos e elementos sobre a história da cidade. Doadores estes que, enquanto não se concretizar a ideia de realizar um museu, planeiam oferecer o seu espólio a freguesias e cidades vizinhas, para que este não seja perdido de forma permanente.

    Recorda-nos, ainda, o papel pioneiro que Ermesinde assumiu no fabrico de brinquedos e o papel preponderante que o brinquedo assumiu na indústria local, fornecendo os seus produtos para todo o país. A ideia de criar um museu temático sobre o brinquedo em Ermesinde perderia e perdeu a sua relevância enquanto um espaço exclusivo, porque este foi criado numa cidade vizinha do município, a cidade de Alfena. Apesar disso quando se idealizar um espaço museológico para cidade, este terá de incluir, de forma incontornável, o brinquedo que aqui foi desenvolvido.

    É também salientado o papel dos jovens, em primeiro lugar, no debate que foi realizado, em abril de 2013, na Assembleia Municipal de Jovens, onde foi mencionado que Ermesinde não possui um Museu da cidade. E é no campo educativo e educacional que, no seu segundo artigo, Manuel Dias nos recorda que na Escola Secundária de Ermesinde, no âmbito da disciplina da Área-Escola, também surgiu a necessidade por parte dos alunos, devido à falta de um equipamento cultural adequado, de proceder a uma recolha extensa sobre os temas, áreas e objetos que poderiam ser expostos num futuro Museu de Ermesinde. Em traços gerais, os alunos, professores, auxiliares educativos, encarregados de educação e outras figuras da cidade que se envolveram neste projeto, definiram que, no caso de se criar um museu em Ermesinde, este poderia ter vários eixos temáticos:

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Fontes:

    - A Voz de Ermesinde, janeiro de 1979, n.º 224

    - A Voz de Ermesinde, outubro de 2019, n.º 982

    - A Voz de Ermesinde, novembro de 2019, n.º 983

    Nota: Por lapso no artigo conjunto que elaborámos para a edição n.º 1009 deste jornal não incluímos na nossa bibliografia a seguinte referência: MAMEDE, Arnaldo (2014). Senhores e escravos de Alfena nos séculos XVII e XVIII in A Voz de Ermesinde, maio de 2014

    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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