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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 20-10-2021

    SECÇÃO: Destaque


    ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2021

    Os protagonistas das eleições autárquicas na primeira pessoa

    Terminadas as eleições e conhecidos os resultados contactámos as várias candidaturas - mais concretamente os cabeças de lista - à Câmara e à Assembleia de Freguesia de Ermesinde (AFE) no sentido de obter deles uma reação ao que se passou no dia 26 de setembro. O PS e José Manuel Ribeiro foram porventura os grandes vencedores destas autárquicas 2021 a nível local, sendo que na página oficial de facebook da candidatura (nota: contactámos a candidatura do PS à Câmara, mas até ao fecho da presente edição não obtivemos qualquer resposta) o presidente reeleito começou por dizer que o seu partido fez história. «Pela primeira vez um partido político em Valongo, conquistou todas as Juntas de Freguesia, a maioria na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal. Também vencemos e expressivamente em todas as mesas de voto do concelho! Conquistámos a Junta de Freguesia de Alfena, que há 28 anos não estava sob a presidência do PS, com o Luís Miguel Caetano! E também se fez história com a eleição da Cláudia Lima, em Valongo, a primeira mulher a ser eleita presidente de Junta de Freguesia em Valongo», destacou José Manuel Ribeiro, que não esqueceu as vitórias em Ermesinde e Campo/Sobrado.

    Ângela Ferraz, cabeça de lista da CDU à AFE, foi uma das derrotadas do passado dia 26 de setembro
    Ângela Ferraz, cabeça de lista da CDU à AFE, foi uma das derrotadas do passado dia 26 de setembro
    Um dos grandes derrotados destas eleições foi Miguel Santos e a coligação Unidos por Todos (PSD/CDS-PP/MAIS), sendo que ao nosso jornal a comissão política do PSD/Valongo começou por saudar a forma serena com que decorreram as eleições no concelho, registando ainda com preocupação a elevada abstenção verificada, «facto que deve merecer a atenção de todas as forças partidárias no sentido de se encontrarem soluções que conduzam a um maior envolvimento e participação dos eleitores, sob pena de degradação e distorção da democracia». O PSD/Valongo admitiu «que os resultados ficaram aquém das nossa expectativas, tanto mais que, ao longo da campanha tivemos a oportunidade de contactar milhares de munícipes que duma forma generalizada nos manifestaram o desagrado quanto à gestão municipal nos últimos 4 anos, evidenciando as diversas lacunas e deficiências do concelho bem como a recetividade aos projetos e propostas apresentadas no nosso programa. Porque continuamos a acreditar que as nossa propostas e projetos seriam um fator de desenvolvimento do concelho e da melhoria das condições de vida dos munícipes, lutaremos por elas e exerceremos com responsabilidade e de uma forma construtiva e intransigente a oposição com a representatividade que população nos conferiu».

    Por sua vez, o Bloco de Esquerda (BE) e o seu cabeça de lista, Nuno Monteiro, lembraram que o partido «envolveu-se ativamente nestas eleições. Apresentámos propostas exequíveis, desde habitação, transportes, ambiente, bens e serviços públicos, visando a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos. Ora, os resultados obtidos não foram condizentes com as nossas expectativas e propostas apresentadas, a que se junta o facto de haver sete candidaturas à Câmara Municipal de Valongo que obviamente fez dispersar os votos».

    Quem partiu para estas eleições com elevadas expectativas num bom resultado foi a candidatura do Nós Cidadãos Valongo e o seu cabeça de lista Armindo Ramalho. No entanto, a lista acabaria por ficar em último lugar nas intenções de voto à Câmara e à Assembleia Municipal. Sobre este resultado, Armindo Ramalho teceu uma breve consideração, ressalvando em primeiro lugar a elevada taxa de abstenção, de 52,21%, «o valor mais alto desde 1997, que é um claro sinal de que cada vez mais o eleitorado está cansado dos políticos. No entanto, este mesmo eleitorado deixa que outros decidam por si. Portanto, temos o que merecemos. Parece ser rude, mas é um facto, infelizmente não conseguimos obter melhor resultado, mas tendo em conta os resultados dos partidos com assento parlamentar, podemos dizer que obtivemos um bom resultado. Tenho pena de que a maioria das pessoas da nossa terra não tenha visto que o presente rumo é o errado e quando se derem conta, já é tarde», disse.

    Florentino Silva, candidato do BE à AFE, exercendo o seu dever cívico. Os bloquistas reforçaram a sua presença neste órgão autárquico
    Florentino Silva, candidato do BE à AFE, exercendo o seu dever cívico. Os bloquistas reforçaram a sua presença neste órgão autárquico
    Também o PAN, à semelhança dos Nós Cidadãos, fez a sua estreia em eleições autárquicas no concelho. O cabeça de lista do partido, Vítor Paratí, começou por destacar essa estreia, acrescentando que «com poucos recursos humanos e financeiros, conseguimos alcançar o nosso objetivo, que era um lugar na Assembleia Municipal, sem nunca pôr de parte a possibilidade de eleger mais deputado(a)s e uma vereação. Estamos convencidos que, com um lugar na Assembleia Municipal o PAN vai crescer em Valongo, iremos apostar em políticas que sirvam a população em geral, os animais e o ambiente em Valongo».

    Outro estreante nestas andanças foi o Chega, que também não nos fez chegar qualquer reação aos resultados eleitorais. No entanto, nas redes sociais, o partido emitiu um pequeno comunicado sobre estas eleições, ressalvando que o Chega «obteve excelentes resultados nas eleições autárquicas, tendo em consideração tratar-se de um partido com cerca de dois anos e meio de existência. Conseguimos eleger um candidato à Assembleia Municipal de Valongo, um candidato à AFE e um candidato à Assembleia de Freguesia de Valongo. A implantação autárquica do partido, quer a nível nacional, quer a nível do concelho, tem que continuar».

    Por sua vez, a CDU optou por emitir uma opinião conjunta da sua candidatura quer à Câmara, quer à AFE, nas pessoas, respetivamente, de Adriano Ribeiro e Ângela Ferraz. Para os comunistas este foi um resultado «que sem prejuízo da sua expressão nacional fica aquém dos objetivos colocados. A CDU no concelho de Valongo tinha por objetivo a eleição de um vereador e o aumento do número de eleitos dos diferentes órgãos. Também era objetivo da CDU impedir a maioria absoluta do PS, que tanto malefício teve para a população do concelho. A presença de, pelo menos, um vereador da CDU seria a melhor garantia da existência de uma voz combativa e séria na Câmara. Foi perdida esta oportunidade, mas apesar disso em cada freguesia e no concelho, as populações contarão com os eleitos da CDU para prosseguir o trabalho e a intervenção por melhores condições de vida».

    Estreante nas eleições autárquicas Agostinho Nunes e o Chega obtiveram um resultado positivo em Ermesinde
    Estreante nas eleições autárquicas Agostinho Nunes e o Chega obtiveram um resultado positivo em Ermesinde
    E já que falamos em AFE, o grande vencedor foi naturalmente João Morgado e o PS, que assim continuam por mais 4 anos à frente deste órgão. Ao nosso jornal, o vencedor começou por dizer que este resultado significou uma renovada maioria para o atual projeto político e que «importa perceber os sinais que nos são dados pela população, com a certeza que os resultados nos permitem continuar a colocar os interesses da nossa cidade de Ermesinde em primeiro. No entanto não nos podemos focar apenas em simples vitórias ou derrotas eleitorais, é preciso uma análise mais profunda aos resultados autárquicos, e aqui a elevada abstenção é um claro sinal que nos deve preocupar a todos - a democracia sem eleitores é um conceito vazio de significado – e assim devemos, todos os agentes políticos, refletir sobre o caminho que temos seguido em comunidade».

    Um dos grandes vencedores da noite eleitoral em Ermesinde foi sem dúvida o BE, que viu reforçada a sua presença na AFE, passando de 1 para 2 mandatos. Para o cabeça de lista do partido, Florentino Silva, «o BE partiu para estas eleições num quadro de grande exigência. Pelo compromisso das propostas apresentadas com a comunidade, como pelo desafio de dar continuidade e manter o nosso deputado na AFE. Ora, se ao desafio dos compromissos, iniciaremos e retomaremos a luta, o objetivo da nossa representatividade saiu reforçada com a eleição do segundo deputado. Faltou ainda ganhar à abstenção. Somos agora a terceira força política em Ermesinde».

    E para uns ganharem outros têm de perder, e à semelhança do que aconteceu a nível concelhio também na freguesia o grande derrotado foi a coligação Unidos por Todos. Para o cabeça de lista da coligação, Hugo Peixoto, os Unidos por Todos «obtiveram um resultado aquém das expectativas nas eleições. Durante a campanha nas ruas de Ermesinde ouvimos muitas queixas por parte da população, contudo a maioria dos votantes optou pela continuidade da gestão do PS. Temos também consciência que a elevada abstenção foi um fator determinante no resultado das eleições. Ainda assim, poderão contar, da nossa parte nos próximos quatro anos, com uma oposição firme, responsável e leal, de forma a garantir o melhor para a população de Ermesinde».

    Por fim, o Chega também obteve um resultado digno de registo em Ermesinde, já que conquistou uma mandato na assembleia. Agostinho Nunes foi o rosto dessa conquista, ele que ao nosso jornal começaria por dizer que a «campanha eleitoral decorreu de forma geral com a elevação que se quer e se espera neste tipo de escrutínio. No caso particular do Chega, não tendo disponíveis os meios logísticos e financeiros de outras forças políticas implantadas na região, logo partindo de uma posição com largos pontos atrás dos nossos adversários, achamos que os resultados finais suplantaram largamente as nossas melhores expectativas. No geral, demonstramos que existe um cansaço generalizado da população, na governança alternada entre as duas forças políticas dominantes na região. Quando digo alternada, não quero de forma nenhuma dizer, que tenha havido alternativa de uma ou de outra força, às políticas implantadas pelo partido dominante, na gestão da freguesia em cada um dos períodos. Com a eleição do um representante para a AFE, temos a certeza que vai haver uma voz que faça chegar às instituições os anseios/preocupações dos que confiaram em nós nesta eleição, assim como da generalidade da população da nossa cidade. Tudo faremos, em benefício da nossa terra e das nossas boas gentes».

     

     

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