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III Semana Académica da Universidade Sénior de Ermesinde

Universidade Sénior de Ermesinde iniciou novo ano letivo com a III edição da sua Semana Académica

Fotos JFE

Coube a Carlos Faria, presidente da Ágorarte e Coordenador da USE, dar as boas vindas aos presentes e formular votos de uma agradável e proveitosa semana.

A importância do «envelhecimento ativo» de que a USE é um paradigma, foi parte substancial da sua alocução. Evocou o criador das UTI’s (Universidade de Terceira Idade), Pierre Véllas, para desafiar os seniores a continuarem a participar na vida social, económica, cultural, espiritual e cívica, com vista à manutenção da sua qualidade de vida. Em sequência, realçou o êxito das diversas disciplinas da USE, nas iniciativas que levou a efeito (convívios, passeios, visitas de estudo, conferências, etc.) ou para as quais foi convidada (por associações, centros de dia, universidades congéneres, etc.). A finalizar a sua intervenção e sem deixar de enaltecer a colaboração da Comissão de Alunos, apelou ao empenho de todos em prol de uma USE cada vez melhor.

Dada a ausência dos grupos convidados, a primeira tarde foi preenchida com a “prata da casa”. Exibiu-se em primeiro lugar e com a alegria habitual, o Grupo de Danças Tradicionais da USE, dirigido pelos professores Adélia Guedes e António Peixoto.

Seguiu-se um momento de acalmia, com a poesia dita pelos alunos de teatro, cuja prestação, deixou a sala em silêncio e embevecida a professora Benvinda Vieiro.

O rebuliço, voltou com as Adufeiras de Ermesinde, sob o comando do professor Manuel Friães. Saíram as mulheres, entraram os homens, permaneceu o Maestro: foi a vez de mais uma disciplina da USE, o Cante Norte, mostrar o seu valor.

Antes da passagem ao “Porto de Honra”, servido nos três dias da semana, nota para as breves palavras de Manuel Augusto Dias, vice-presidente da Ágorarte, que se congratulou com a animação dentro e fora do palco e registou a propósito, a feliz coincidência de o primeiro dia desta Semana Académica ser também o Dia Mundial da Saúde Mental.

O SEGUNDO DIA...

O segundo dia começa, ainda, com a “prata da casa”: a prestação do Grupo de Cantigas d’Ouvido levou a assistência ao rubro, para júbilo do professor Manuel Friães.

O programa prosseguiu com a apresentação do primeiro grupo exterior à USE. Vindos da Universidade da Grande Idade de Rio Tinto (UGIRT), os alunos da disciplina de Comunicação, Literatura e Poesia, lecionada pela professora Maria José Magalhães, também Diretora desta Universidade, trajados a rigor, proporcionaram mais um interessante momento de poesia.

A encerrar mais um dia de emoções fortes, apresentaram-se os “Amigos das Quartas” de Santo Tirso, constituídos maioritariamente por alunos da Universidade Sénior Tirsense, que depois de uma agradável passagem pela música popular portuguesa, remataram a sua presença declamando, para surpresa e agrado de todos, poemas de Torga, Régio, Saramago e outros.

TERCEIRO

E ÚLTIMO DIA...

Primeiramente, o professor Carlos Faria, com o intuito de «acrescentar mais uns pozinhos na cultura dos nossos alunos», fez uma breve resenha do “Movimento Neo Realista na Literatura Portuguesa do Século XX”, lembrando a mordaça que a censura constituía para tudo e todos que não se sujeitassem ao lema “Deus, Pátria, Família”.

A seguir, fez a apresentação do escritor José Cardoso Pires (que nunca se identificou com qualquer corrente literária) e da sua obra “Dinossauro Excelentíssimo”, precisamente com Salazar, como pano de fundo. Realçou o modo engenhoso como este livro contornou os censores, que dele só tiveram conhecimento quando já estava nos escaparates.

Subordinada ao tema “A Queda de Salazar há 50 anos”, a segunda lição foi proferida pelo professor Manuel Augusto Dias, acompanhada quase religiosamente pela assistência. A este facto não será alheia a circunstância da maior parte dos presentes terem memória dos acontecimentos relatados, em particular a farsa montada pelos sequazes do ditador, agindo como se ele continuasse a ser o centro do poder do Estado Novo, isto já depois de se encontrar hospitalizado e afastado das funções de presidente do Conselho na sequência da célebre queda da cadeira.

Seguiram-se os Jograis do Leça, com uma apresentação de nível, particularmente enriquecida com um monólogo, a cargo do Professor Carlos Faria, que deixou a plateia suspensa, entre a estupefação e a gargalhada.

As “Cordas Mágicas”, encerraram com “chave de ouro” as atuações em palco. Constituído por algumas caras bem conhecidas da USE, interpretaram diversos temas da música popular portuguesa (e brasileira – como aquele “Luar do sertão” cantado por toda a sala a plenos pulmões), que causaram enorme alarido e entusiasmo.

Tornou-se difícil ouvir as palavras de encerramento por parte de Manuel Augusto Dias, pois as atenções já estavam viradas para o último “Porto de Honra”, com que se encerrou esta III Semana Académica.

Por: Alfredo Silva

(Comissão da Alunos da USE)