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    Arquivo: Edição de 30-04-2018

    SECÇÃO: Editorial


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    Abril...

    Após 48 anos de ditadura (primeiro, "Militar" até 1933, e, depois desta data, "Estado Novo") a Revolução, levada a efeito pelo Movimento das Forças Armadas, onde predominavam os oficiais milicianos, significou uma verdadeira "primavera" política. Se a "Primavera Marcelista", meia dúzia de anos antes, havia ficado apenas pela esperança de mudanças que não aconteceram, agora, isto é, a partir do dia 25 de Abril de 1974, houve, efetivamente, transformações estruturais na vida política, económica e social de todos os portugueses.

    A liberdade, em todas as aceções da palavra, tornou-se uma realidade. Liberdade de expressão, de reunião, de constituição de partidos, de sindicatos, de credo, de voto e de expressão. Os povos colonizados viram, finalmente, reconhecido também o direito a serem senhores do seu próprio destino, pese embora, algumas críticas perfeitamente justificadas, da parte daqueles, e foram muitos, que sofreram mais diretamente o efeito de uma descolonização que as circunstâncias obrigaram a que fosse célere.

    Mas, neste Abril de 2018, evocou-se também a ocorrência de uma terrível Batalha para as forças expedicionárias portuguesas na Flandres, aquela que os nossos "heróis" da Grande Guerra enfrentaram a partir das 4h15m do dia 9 de abril de 1918 - a Batalha de La Lys. Será importante termos presente, a este respeito, que Portugal esteve nesta Guerra em três frentes: Angola e Moçambique, desde agosto de 1914 (sem qualquer prévia declaração de guerra, a Alemanha atacou e invadiu os territórios coloniais portugueses: Angola pelo sul e Moçambique pelo norte); e norte de França (Frente Ocidental) desde fevereiro de 1917, após a declaração de guerra por parte da Alemanha a Portugal, em 9 de março de 1916. As principais razões que levaram as autoridades republicanas a envolverem Portugal neste primeiro conflito mundial foram a convicção que, no final da Guerra, só conseguiríamos manter as colónias em África se participássemos na Guerra e fôssemos vencedores, a secular aliança com o Reino Unido e a necessidade de prestigiar internacionalmente o regime republicano que tinha meia dúzia de anos em Portugal. Tendo em consideração as razões que levaram Portugal à Guerra, podemos considerar que saiu vitorioso, manteve as colónias, honrou a aliança com os britânicos, e o seu regime saiu prestigiado externamente.

    Por cá, Abril de 2018, serviu para comemorar o 44.º aniversário da Revolução dos Cravos, com o executivo da Junta de Freguesia a repor o figurino habitual das cerimónias, mas também a inovar ao promover um debate-memória sobre o tema, que proporcionou uma enchente do seu auditório, envolvendo professores de História e a colaboração de antigos militares que em Abril de 1974 se encontravam nas fileiras das forças armadas portuguesas e quiseram dar o seu testemunho. Este mês proporcionou, também a celebração de mais um aniversário de uma importante coletividade ermesindense - a Associação Académica e Cultural de Ermesinde e a exibição de grupos de teatro, integrantes de associações da cidade.

    A intensificação da atividade associativa, em termos gerais, é também uma conquista de Abril e a melhoria das condições de vida da população proporcionou, que entre as novas coletividades, surgissem algumas que têm uma clara vocação cultural, como é o caso da Associação Académica e da Ágorarte - Associação Cultural e Artística.

    Vale, pois, a pena continuar a evocar Abril de 1974 e a lembrar, sempre, os seus propósitos revolucionários em favor de TODOS os portugueses.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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