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    Arquivo: Edição de 31-01-2018

    SECÇÃO: História


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    60.º ANIVERSÁRIO DE "A VOZ DE ERMESINDE"

    60 anos ao serviço da informação

    Interrompendo a rubrica que vínhamos tratando há três anos, sobre os 60 anos da obra assistencial que, primeiro, se chamou "Sopa dos Pobres", mais tarde, "Centro de Assistência Social de Ermesinde" e, ainda mais próximo de nós, "Centro Social de Ermesinde", vamos hoje, e provavelmente ao longo deste ano de 2018, virar as nossas atenções para uma das valências mais visíveis do Centro Social, na cidade, que é precisamente o seu jornal "A Voz de Ermesinde".

    A primeira página da edição de hoje de "A Voz de Ermesinde" e uma boa parte do conteúdo desta edição especial é dedicada ao jornal que neste mês se torna sexagenário. Ao contrário das pessoas, cremos que o jornal não acusa a idade que tem e há de continuar a jorrar vida nova nos tempos que hão de vir. São disso sobeja prova os vários depoimentos/testemunhos que se publicam e que nos dão força para continuar.

    RECORDEMOS A SUA HISTÓRIA

    Não sendo Ermesinde uma terra com um grande património literário, a comunicação social escrita sempre foi escassa, e os jornais só apareceram no século XX. A maioria deles foi de duração muito efémera, apenas "A Voz de Ermesinde" tem uma existência que já pode ser considerada bastante razoável, pois serão muito poucos no país os jornais regionais que se publicaram ao longo de 60 anos.

    Em janeiro de 1958, data em que surgiu a "Sopa dos Pobres de Ermesinde", o Presidente da República Portuguesa era Francisco Higino Craveiro Lopes e o Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar. A Junta de Freguesia de Ermesinde tinha, desde a festa de S. Lourenço (10 de agosto) de 1957, como Presidente, Manuel Feliciano Vieira da Silva Cruz, uma vez que José Ribeiro Pereira, anterior presidente, havia passado naquela data a Vice-Presidente da Câmara de Valongo e era também Presidente da Assembleia Geral da Sopa dos Pobres de Ermesinde. O Presidente da Câmara era o Eng.º Armando Magalhães e o Presidente da Direção da Sopa dos Pobres, António Moreira da Silva. À frente da paróquia de Ermesinde estava o Padre Luís Vieira dos Santos. A composição e impressão dos primeiros números foram na Empresa de Publicidade do Norte, no Porto.

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    "A SOPA DOS POBRES DE ERMESINDE"

    O jornal com o título "A Sopa dos Pobres de Ermesinde", que se publicou entre janeiro de 1958 e janeiro de 1960 (inclusive), teve como primeiro diretor, Manuel Ferreira Ribeiro, e Editor, António Reis Júnior.

    Logo no primeiro número, com apenas 4 páginas e redação na Casa do Povo de Ermesinde, o diretor explicou a razão de ser do jornal.

    «Ao iniciar os seus vacilantes passos no caminho da vida, este jornalzinho, modesto trabalho que é mais uma realização da obra Sopa dos Pobres de Ermesinde, de quem herdou o nome, a todos estende as suas mãos (…) Confiadamente espera retribuir esse bondoso acolhimento, quando fortalecido pela idade e valorizado pela experiência, puder demonstrar o seu préstimo e desinteressado auxílio no sentido de engrandecimento e valorização da Obra assistencial que o criou e na defesa e prestígio de Ermesinde. (…) Vamos contudo em síntese dizer qual a sua finalidade. Servir o melhor que puder os pobres e os justos interesses desta terra. (…)

    O jornalzinho "Sopa dos Pobres de Ermesinde", vai procurar leitor amigo, ser quanto possível aquilo que gostarias que ele fosse, vai dirigir os seus incertos passos no sentido de que com a tua boa vontade, o teu amor a Ermesinde, ele seja também o teu jornal, vai procurar que colabores, que tornes grande um dia a sua actual pequenez, vai mensalmente por-te ao corrente do que é e como actua a obra. "Sopa dos Pobres de Ermesinde", vai mostrar-te até que ponto essa recente obra vem enxugando lágrimas, confortando a desgraça, ajudando a resolver a triste situação daqueles a quem a miséria impiedosamente atingiu. Verás leitor amigo como te vais sentir feliz e orgulhoso de contribuir para uma obra que te não dispensa, uma obra que também será tua (…). Como será agradável se todos considerarem "nosso" este pequenino jornal, se o tomarem por companheiro e amigo cujo mensal aparecimento se aguarde com interesse. Não existe qualquer outra publicação periódica nesta risonha e populosa terra. Ermesinde merece mais e melhor, mas quem dá o que tem... e nós estamos certos de haver contribuído com a nossa boa vontade, para que este jornalzinho da "Sopa dos Pobres de Ermesinde" possa ser o ponto de partida para empreendimentos futuros de maior vulto.

    Acabado de nascer este jornalzinho nunca esquecerá aqueles que na sua primeira hora lhe prestaram o seu carinhoso amparo, aqueles que lhe segredam, sêde Bemvindo... seremos sempre os teus Leitores Amigos».

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    "A VOZ DE ERMESINDE"

    Dois anos mais tarde, mais concretamente em fevereiro de 1960, quando a instituição passou a denominar-se "Centro de Assistência Social de Ermesinde" também o seu jornal aprece com o título "A Voz de Ermesinde". O diretor e o editor mantêm-se, mas no cabeçalho aparece o nome de Manuel da Conceição Pereira, como redator. A redação continua a ser na Casa do Povo de Ermesinde e o primeiro número é o 26, na continuidade da numeração anterior de "Sopa dos Pobres de Ermesinde". A composição e impressão do jornal já eram há algum tempo, e continuaram, na Sociedade de Papelaria, Lda., no Porto.

    Justificando a mudança do título deste periódico, o seu diretor escreveu algumas palavras, onde faz igualmente alusão ao impacto que o jornal já tem na comunidade ermesindense.

    «Precisamente, ao iniciar o terceiro ano de existência o nosso jornalzinho mudou de nome. Orgulhoso da sua ascendência e sobretudo do carinho que nos seus primeiros anos recebeu da boa gente de Ermesinde, e o que é mais para apreciar, de muitos que nem aqui nasceram nem residem, sente-se capaz de erguer a sua voz ainda débil mas já confiante e segura de que com o amparo de todos se fará ouvir cada vez mais longe e mais alto na defesa persistente dos interesses da Obra que o criou, a qual, hoje também alicerçada em ponderados estatutos, superiormente aprovados, se passou a designar: Centro de Assistência Social de Ermesinde. Assim, de mãos dadas, continuaremos a pugnar pelo engrandecimento dessa Obra admirável que encontrou nos corações bem formados tal afecto, que lhe tem sido possível secar muita lágrima, minorar muita dor, socorrendo por todas as formas nossos pobres e infelizes irmãos. (…) Fiel ao programa traçado, o jornalzinho "Sopa dos Pobres de Ermesinde" que a partir do presente número passa a chamar-se "A Voz de Ermesinde", continuará, e agora com mais amplitude e propriedade a defender também tudo quanto a esta terra diz respeito, apontando erros, fazendo sugestões, aglutinando todas as boas vontades e propósitos de colaboração. (…) Durante o tempo de existência do nosso jornalzinho, foram tais as demonstrações de simpatia e incitamento, de ajuda real e efectiva, que não seria justo deixar de lhe fazer, aqui, a devida referência e protestar o nosso maior agradecimento. Leitores, assinantes, anunciantes, articulistas, todos, enfim, porfiaram em contribuir, em colaborar, e dessa ajuda, dessa marcação de presença nasceu a certeza de que em Ermesinde existe, no mais elevado grau, a compreensão das responsabilidades e o amor pela terra em que nascemos ou vivemos (…)».

    E "A Voz de Ermesinde", apesar do seu aparecimento tímido e incipiente, aí está com 60 anos de publicação quase ininterrupta.

    Foi crescendo, perdendo timidez, ganhando notoriedade e projeção sendo hoje o mais antigo periódico do Concelho de Valongo. Mensário até dezembro de 1990, "A Voz de Ermesinde" passou a quinzenário a partir dessa data, tendo, mais recentemente, passado novamente a mensal, mas com várias edições online, no seguinte sítio da internet: http://www.avozdeermesinde.com/

    Nasceu com o prioritário fim de divulgar a Instituição a que pertencia: "Sopa dos Pobres". O seu primeiro Diretor-Fundador foi, como já acima se viu, Manuel Ferreira Ribeiro, um homem bom e prestigiado da nossa terra, que durante cinco anos - 1958-1963 - orientou este jornal, o qual, dois anos após vir a público, passou a ter o nome que hoje conserva.

    Mais tarde, em janeiro de 1963, tomou a sua Direção, José Ribeiro Pereira, que se manteve no cargo até 1966, quando era Presidente do Centro Social, Domingos Moutinho, e que vinha, nos últimos anos a orientar o jornal interinamente.

    Depois, em fevereiro de 1966, voltou novamente a ter como Diretor, Manuel Ribeiro, que desempenhou estas funções até novembro de 1971.

    Após pequeno interregno de cerca de um ano, torna-se seu Diretor, em dezembro de 1972, Eduardo da Costa Gaspar que se manterá no cargo até 1977.

    Em 1978, publica-se apenas o número do mês de outubro, e em janeiro de 1979 assumiu a Direção de "A Voz de Ermesinde", Manuel da Conceição Pereira, jornalista ligado a este periódico desde praticamente o seu nascimento até hoje, mantendo-se no desempenho do cargo até 30 de maio de 1990.

    Em junho desse mesmo ano, a Direção do Centro Social nomeia diretor de "A Voz de Ermesinde", Jacinto Soares, que se conservará no exercício dessas funções até maio de 1997. O jornal conheceu então uma grande expansão.

    A partir de 15 de junho de 1997, fui eu seu diretor interino. Ligado ao jornal desde 1986, primeiro, como elemento do seu Corpo de Redação e Administração, depois de 15 de julho de 1991, como seu Chefe de Redação, cargo que acumulei com o de diretor interino entre junho de 1997 e 30 de julho de 1998.

    Desde agosto de 1998, o Diretor de "A Voz de Ermesinde" passou a ser Carlos Faria até março de 2003. Seguiu-se Fernanda Lage que se manteve na direção do jornal até julho de 2014, altura em que o Presidente da Direção do Centro Social de Ermesinde, Henrique Rodrigues, assumiu, interinamente a sua Direção.

    Em janeiro de 2016 passou a Diretor Casimiro de Sousa até julho de 2016, altura em que Henrique Rodrigues voltou a assumir interinamente a sua Direção até dezembro de 2017.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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