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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-12-2017

    SECÇÃO: Destaque


    Curiosidades de um Natal com sotaque estrangeiro em Ermesinde

    Com o Natal à porta e aproveitando a presença de três jovens voluntários estrangeiros que o Centro Social de Ermesinde acolhe ao abrigo do Programa Europeu “Erasmus+” (que está a ser desenvolvido nesta instituição), quisemos conhecer um pouco das tradições natalícias dos países de origem destes jovens, fazendo a ponte para as primeiras impressões da realidade que encontraram em Ermesinde (onde irão viver durante um ano), muito em particular para esta altura tão especial do ano. Têm pois a palavra a Katalin, o Alex e a Kateryna.

    Fotos ALBERTO BLANQUETT
    Fotos ALBERTO BLANQUETT
    Chegados a Ermesinde no âmbito do programa europeu "Erasmus +", programa de intercâmbio europeu que visa a troca de experiências e partilhas de âmbito profissional e valoriza a aprendizagem de competências transversais obtidas através da multiculturalidade europeia, para posterior inserção no mercado de trabalho, Alex, Katalin e Kateryna - ausente esteve o quarto elemento do grupo, a italiana Sara Pensa, que por esta altura já tinha viajado para o seu país no sentido de passar a quadra natalícia - estiveram este mês na redação do nosso jornal para, numa curta e animada conversa, falar do Natal e das impressões sobre a realidade do nosso país e mais em concreto da nossa comunidade.

    Pudemos então viajar e contemplar diversas realidades dos vários "cantos" do nosso continente. Abordamos a Kateryna PaKhuta, que, nascida na Ucrânia, viveu a maior parte dos seus 25 anos de vida na Polónia; o Alex Brotons Sanz, espanhol de 21 anos, oriundo de Alicante, e por último o elemento mais jovem do grupo, Katalin Dittrich, de 18 anos, nascida e criada na Hungria.

    Chegados em setembro passado a Ermesinde, começam por referir que adoraram o nosso país, já visitaram a grande maioria da região norte de Portugal, mas salientaram que ficaram um pouco surpresos com as condições climatéricas, pois esperavam mais sol do que aquele que realmente encontraram, mostrando-se ansiosos que chegue o Verão para usufruírem do famoso sol português.

    Olhando para a época natalícia, dizem-nos que sentem que em Portugal o Natal começa mais cedo, «bem mais cedo que no meu país», afirmou Katia, que nos ajudou a entender a representação desta época no seu país. Falou-nos que na Polónia, um dos países mais religiosos da Europa, no dia de Natal os nativos daquela nação têm por hábito reunir a família e, independentemente do número de membros que a compõem, têm de ter 12 pratos na mesa, fazendo alusão aos 12 discípulos de Jesus Cristo. No início da refeição, dão as "graças", partilham um pão polaco especial que simula a "hóstia" e jantam diversas sopas de cogumelos e beterraba, mas que «definitivamente não será carne», realçou. Referiu também a valorização que dão ao dia 6 de Janeiro, dia dos Reis, altura em que são abertos os presentes!

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    Já Alex, fala de que o dia de Natal em Alicante é apenas mais um dia, comum a tantos outros do ano, em que tentam reunir a família, mas «é um dia que não tem grande importância». No que à gastronomia tradicional concerne neste dia, o jovem valenciano referiu as "peladillas", como sendo uma espécie de amêndoas em formas natalícias, com uma cobertura branca. Acrescentou ainda que, relativamente aos "regalos" (presentes), só no dia 6 de janeiro é que estes são abertos, sendo que nesse dia (de Reis) é dada a devida importância a esta época específica do ano, assumindo um pouco como o verdadeiro dia de Natal na região e no resto do país.

    Por último, Kata, que nos explicou que em Budapeste, na Hungria, o dia 25 de dezembro é muito semelhante ao de Portugal, mas mais «dedicado à barriga». Têm por hábito ter a mesa cheia dos mais variados doces e a tradição é oferecer chocolates e guloseimas entre todos. Fazem uma contagem regressiva com calendários próprios, sobretudo para quem tem crianças em casa, onde os "anjinhos" trazem um docinho todos os dias. Também é uma tradição húngara, no dia 1 de dezembro, colocar um centro de mesa com quatro velas, acendendo uma por cada semana do mês. A «única diferença para o vosso Natal é que o Pai Natal não chega dia 25, mas sim dia 6 de janeiro e, por norma, traz "szalonkucor", um bombom típico, recheado de gelatina dos mais diversos sabores», explica Kata.

    Numa altura em que assistimos a uma evolução tecnológica de tal forma que as pessoas tendem a isolar-se, são iniciativas como o programa "Erasmus+" que conseguem que na mesma mesa consigamos ter diversas partes do mundo reunidas numa única conversa com diversos idiomas e um só propósito, a partilha de experiências.

    Esta pequena entrevista, conduzida entre o português e o espanhol, terminou com duas palavras em português e numa só voz: «FELIZ NATAL».

    Por: Tiago Figueiredo

     

     

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