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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 20-10-2017

    SECÇÃO: Destaque


    ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2017 - MAIORIA ABSOLUTA PARA JOSÉ MANUEL RIBEIRO

    Partido Socialista conquista vitória histórica!

    À semelhança do que aconteceu a nível nacional também o PS obteve um resultado histórico no concelho de Valongo. Aliás, se compararmos com a média nacional, o PS em Valongo alcançou um resultado bem melhor do que no cômputo geral do país - nas votações para a Câmara e Assembleia Municipal de Valongo superou a fasquia dos 50 por cento, enquanto que na votação para as freguesias só por 18 décimas não o conseguiu.

    JOSÉ MANUEL RIBEIRO (PS) FOI REELEITO COM UMA HISTÓRICA MAIORIA ABSOLUTA
    JOSÉ MANUEL RIBEIRO (PS) FOI REELEITO COM UMA HISTÓRICA MAIORIA ABSOLUTA
    Na verdade, esta foi a melhor votação que os socialistas alcançaram em termos concelhios em toda a história da democracia, conforme frisou no rescaldo deste ato eleitoral, aliás, um dos grandes vencedores da noite de 1 de outubro, José Manuel Ribeiro (nota: ver declarações na página 9). Na corrida à liderança da Câmara de Valongo, o PS alcançou uma maioria absoluta, com 57,31 por cento (o correspondente a 25.336 votos), uma percentagem que suplantou de longe a média nacional do partido (37,82 por cento). Longe, na corrida à autarquia, ficou também a Coligação Unidos Por Todos (PSD/CDS-PP), que não foi além dos 26,39 por cento (11.667 votos).

    Esta foi igualmente uma derrota com contornos históricos para a direita no concelho de Valongo, sobretudo para o PSD, que nunca havia tido uma derrota tão pesada na história democrática. Estes resultados podem ter várias leituras, desde logo se olharmos para o plano nacional, e de o facto de o PS gozar por esta altura de elevados índices de popularidade entre o eleitorado, mas a folgada vitória de José Manuel Ribeiro poderá igualmente ficar-se a dever à sua apregoada "política de transparência", que acabou por ser a sua imagem de marca no mandato anterior, a imagem do presidente que presta contas aos seus munícipes; bem como pelo facto de ter colocado a autarquia a navegar em águas tranquilas no que ao campo financeiro diz respeito (a dívida do Município tem vindo a ser reduzida); ou ainda pelo seu esforço permanente em divulgar e promover a marca "Valongo" (concelho). É apenas uma possível leitura, mas o que é certo é que José Manuel Ribeiro vai ter agora a maioria que não teve há quatro anos, passando o Executivo camarário após estas eleições a ser composto por seis vereadores socialistas e três da coligação PSD/CDS-PP (desde o tempo de Fernando Melo no mandato de 2001-2005 que não se via um Executivo com esta composição), contrariamente ao que aconteceu no mandato passado, onde o Executivo foi composto por quatro socialistas, quatro social-democratas e um comunista.

    LUÍS RAMALHO NO EXERCÍCIO DE VOTO. O CANDIDATO DA COLIGAÇÃO UNIDOS POR TODOS (PSD/CDS-PP) FOI UM DOS GRANDES DERROTADOS DESTAS ELEIÇÕES
    LUÍS RAMALHO NO EXERCÍCIO DE VOTO. O CANDIDATO DA COLIGAÇÃO UNIDOS POR TODOS (PSD/CDS-PP) FOI UM DOS GRANDES DERROTADOS DESTAS ELEIÇÕES
    Como já vimos, esta foi igualmente uma derrota histórica para a direita, com contornos nunca dantes vistos, sobretudo quando essa direita aparece coligada, isto é, diz-nos a tradição que quando PSD e CDS surgem juntos no concelho dificilmente a vitória lhes escapa, foi assim em 2001, 2005 e 2009, a título de exemplo. Em 2013 tal não se passou, os dois partidos foram a votos separadamente e a vitória foi então pela "margem mínima" para o PS. Bem diferente do que aconteceu agora. O PS ganhou com conforto em todas as freguesias, numas com mais expressão do que outras, é certo, como foi o caso de Valongo, onde os socialistas arrebataram 66,03 por cento dos votos, seguido da união de freguesias de Campo e Sobrado com 59,35 por cento. Votações que acabam por não causar estranheza, atendendo a que estamos perante freguesias com tradição socialista, tirando, claro está, Sobrado, onde a ideologia de direita (e o apoio ao PSD) sempre imperou, mas que desde que se agregou com Campo tem visto o PS ganhar com uma margem significativa (se atendermos ao resultado de 2013).

    COMO VOTARAM AS FREGUESIAS PARA OS DIVERSOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS
    COMO VOTARAM AS FREGUESIAS PARA OS DIVERSOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS
    Em Alfena, atendendo à onda de crispação de alguns nomes notáveis desta freguesia - como o presidente da Junta local, Arnaldo Soares, por exemplo - para com José Manuel Ribeiro no período pré-eleitoral, era com algum interesse que se esperavam os resultados da noite de 1 de outubro. Pressupunha-se um apoio expressivo à coligação PSD/CDS-PP, até porque a Coligação Unidos Por Todos (UPT) não se apresentou a votos nesta freguesia, optando por apoiar a candidatura independente Unidos Por Alfena. Mas tal não se veio a verificar. O PS ganhou confortavelmente com 54,31 por cento dos votos, contra os 28,49 por cento da coligação UPT. A menor percentagem obtida pelos socialistas foi alcançada precisamente em Ermesinde, onde somaram 51,89 dos votos, ainda assim longe dos 31,28 por cento obtidos pela coligação PSD/CDS-PP. Uma possível leitura para esta votação (ainda assim com vincada maioria) do PS na nossa freguesia pode ser o facto de o principal rival de José Manuel Ribeiro na corrida à liderança da Câmara ser ermesindense de gema, ou de ter gerido os destinos da Junta local nos últimos dois mandatos e como tal reunir apoio entre a comunidade local, argumentos que no entanto estiveram muito longe de permitir a Luís Ramalho destronar o socialista do trono.

    Ermesinde foi pois a freguesia onde Ramalho e a coligação PSD/CDS-PP obtiveram o seu melhor resultado - na corrida à Câmara, com 31,28 por cento -, sendo que nas restantes não ultrapassaram sequer a fasquia dos 30 por cento. Aliás, na freguesia de Valongo a coligação nem aos 20 por cento chegou!

    CDU PERDE LUGAR

    NO EXECUTIVO

    Para além da maioria absoluta obtida por José Manuel Ribeiro e da consequente derrota da coligação PSD/CDS-PP, a grande surpresa destas Autárquicas 2017, no que diz respeito ao Concelho de Valongo, vai para a perda do mandato da CDU na Câmara. Tal como no plano nacional, também em Valongo os comunistas ficaram desiludidos com os resultados obtidos. Poucos, à partida para estas eleições, pensariam que a CDU pudesse perder o seu vereador, tal a popularidade que este granjeou no mandato anterior entre o eleitorado, conforme foi comprovado ao longo dos últimos quatro anos, onde Adriano Ribeiro foi solicitado vezes sem conta pelos munícipes para testemunhar in loco problemas e deles dar conta em sede de Executivo no sentido de serem solucionados. A própria CDU partia para estas eleições confiante de que iria manter Adriano Ribeiro na vereação camarária, como até com possibilidades de reforçar a sua presença na autarquia, fruto dessa popularidade. Tal não se verificou. Os comunistas não foram além dos 5,22 por cento, valor aquém dos 8,32 por cento obtidos em 2013. Na prática, e na corrida à Câmara, tiveram menos 1118 votos do que há quatro anos, o que constituiu um dos piores resultados de sempre em eleições autárquicas.

    Se olharmos para a votação freguesia a freguesia, os comunistas não alcançaram sequer a fasquia dos 5 por cento da votação nem em Ermesinde, nem em Alfena, nem em Valongo. O melhor resultado foi obtido na união de freguesias de Campo/Sobrado, com 7,60 por cento, e para isso muito deverá ter contribuído o fiel eleitorado comunista de Campo.

    NUNO MONTEIRO NÃO ALCANÇOU UM LUGAR NO EXECUTIVO CAMARÁRIO, MAS O BLOCO DE ESQUERDA REGISTOU UMA SUBIDA EM TERMOS DE NÚMEROS DE VOTOS PARA A CÂMARA E PARA A AMV
    NUNO MONTEIRO NÃO ALCANÇOU UM LUGAR NO EXECUTIVO CAMARÁRIO, MAS O BLOCO DE ESQUERDA REGISTOU UMA SUBIDA EM TERMOS DE NÚMEROS DE VOTOS PARA A CÂMARA E PARA A AMV
    Quem voltou a falhar o "assalto" à Câmara, na conquista de um lugar na vereação para sermos mais precisos, foi o Bloco de Esquerda. Nuno Monteiro, o candidato bloquista, reteve na prática o eleitorado, isto é, obteve 4,21 por cento face aos 4,36 por cento que o partido conquistou há quatro anos, obteve inclusive mais votos do que em 2013 (1861 nesta eleição em contraste com os 1797 votos da eleição anterior), mas ainda assim insuficientes para fazer parte do elenco camarário. Apesar de este objetivo não ter sido alcançado é um facto que o Bloco registou uma subida nestas eleições. No plano das freguesias, a melhor votação dos bloquistas - para a Câmara - aconteceu em Ermesinde, onde conseguiram 5,09 por cento.

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    Uma novidade nesta corrida autárquica em Valongo foi o Movimento Partido da Terra (MPT). Liderada por António Machado, esta candidatura não causou grande mossa na concorrência, se olharmos à votação alcançada (1,58 por cento). Foi em Sobrado, onde também apresentavam uma lista candidata à assembleia de freguesia, que registaram o melhor resultado à Câmara, com 1,75 por cento dos votos. Para uma estreia, não se pode dizer que tenha sido muito mau, até pelo contrário.

    MAIORIA TAMBÉM

    NA ASSEMBLEIA

    Analisando agora os resultados para a Assembleia Municipal de Valongo, verificamos que o panorama não será muito distinto do que acontece na Câmara. Por outras palavras, o PS ganhou por maioria, ainda que com menos percentagem do que para a Câmara - 51,40 para a assembleia contra os 57,31 para a Câmara. Já a coligação PSD/CDS-PP somou 29,45 por cento (superior à votação para a Câmara), um valor que ainda assim ficou abaixo do obtido há quatro anos quando o PSD apareceu coligado com o PPM. Se quisermos levar estes resultados para o plano individual bem se pode dizer que Abílio Vilas Boas (o cabeça de lista do PS a este órgão) venceu sem grande dificuldade o centrista Alexandre da Silva Teixeira (cabeça de lista pela coligação PSD/CDS-PP).

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    Também na AMV a CDU perde um mandato, passado de três para dois, fruto dos 6,79 por cento conseguidos, quase menos quatro pontos do que em 2013 (onde alcançou 10,13 pontos percentuais). Em sentido inverso aparece o Bloco de Esquerda, que em comparação com há quatro anos subiu no que concerne a votos para a AMV - há aqui a salientar o regresso do bloquista Fernando Monteiro à assembleia. Traduzindo em números esta subida do Bloco na votação para a AMV, o partido obteve 6,37 por cento (em 2013 tinha alcançado 5,59 por centos dos votos), tendo sido por muito pouco (uma diferença de 184 votos) que não superou a CDU e dessa forma conquistasse mais um lugar naquele órgão autárquico.

    E continuado a falar de números, o PS conquista assim 15 mandatos para a AMV (mais três do que em 2013), ao passo que o PSD, agora coligado com o CDS-PP, passa a ter nove (perde um relativamente às últimas autárquicas), enquanto que a CDU passa para dois e o Bloco de Esquerda mantém-se com um representante.

    A TAXA DE ABSTENÇÃO NO CONCELHO FOI DE 46,31 POR CENTO
    A TAXA DE ABSTENÇÃO NO CONCELHO FOI DE 46,31 POR CENTO
    O PS reforça ainda a sua força no xadrez político da assembleia se olharmos para os membros/cargos por inerência, isto é, os presidentes de Junta. Por outras palavras, o PS tem agora três juntas de freguesia: às autarquias de Campo/Sobrado e de Valongo os socialistas somam agora a Junta de Ermesinde. Por último, a taxa de abstenção, que no concelho foi de 46,31 por cento, um ponto mais alta do que em relação à média nacional, mas ainda assim significativamente mais baixa do que há quatro anos trás (que foi de 49,12 por cento).

    Por: MB

     

     

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