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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-07-2017

    SECÇÃO: Destaque


    24ª FEIRA DO LIVRO E DAS ARTES DO CONCELHO DE VALONGO

    Uma feira cada vez mais multicultural em que o livro se passeia timidamente aos olhos dos visitantes

    Fotos CMV
    Fotos CMV
    Durante quatro dias - 13, 14, 15 e 16 de julho - o Parque Urbano de Ermesinde acolheu mais uma edição da Feira do Livro e das Artes do Concelho de Valongo. Certame que à semelhança do que aconteceu nos últimos três anos foi muito para lá da exposição e venda de livros, já que a estes se voltaram a juntar o artesanato, a gastronomia e um vasto programa de variedades musicais.

    Na verdade, e antecipando já uma espécie de balanço daquilo o que foi a edição de 2017 do evento, arriscamos a dizer que a adesão massiva da comunidade à feira se fica a dever à animação cultural do que propriamente aos livros, que há mais de duas décadas a esta parte estiveram na génese da criação do certame. Pouco interesse pela leitura? Preços (de livros) demasiado elevados? Pouca oferta? Um pouco de tudo, respondem quase em unanimidade os livreiros presentes no cair do pano de uma feira que contou mais uma vez com a presença d' A Voz de Ermesinde - com um stand próprio. E com isto já lá vão 14 presenças consecutivas do nosso jornal na feira, ali levando livros - pelo segundo ano seguido representamos a Companhia das Artes - e jornais, atuais e antigos, que suscitam sempre a curiosidade dos transeuntes em recordar as notícias (de outrora) que escreveram a história da cidade e do concelho.

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    Bom, mas voltando à feira, e ao espaço dedicado ao livro, em concreto, e onde assentamos arraiais durante os quatro dias, pudemos testemunhar o pouco interesse dos visitantes no "produto" exposto. Passavam, olhavam, folheavam um outro livro, mas… nada de compras. Há a dizer no entanto que este ano foram notadas as ausências de muitos livreiros que habitualmente têm marcado presença em edições anteriores, ficando o espaço livro circunscrito a meia dúzia de expositores, sendo uma parte deles instituições que ali estavam mais para dar a conhecer o seu trabalho do que propriamente para vender livros, casos do Centro de Acolhimento Mãe d' Água (Valongo), da Casa do Gaiato, e da própria A Voz de Ermesinde. Editoras ou empresas dedicadas exclusivamente ao comércio de livros foram somente três - Rota do Livro (que ocupou mais de metade do espaço livro), a editora Lema d' Origem, e a editora Mosaico de Palavras. Podemos ainda incluir neste leque o stand ocupado pelos escritores de Valongo, que reunia um conjunto de obras de homens das letras do nosso concelho e que foi responsável pela animação de vários momentos da feira, com sessões de poesia (sendo neste ponto de destacar o papel dinamizador da Associação Cuca Macuca, de Valongo, que ali trouxe vários diseurs).

    Como é também hábito, o evento recebeu alguns escritores, este ano menos, é certo, que ali deram a conhecer as suas obras, sendo aqui de destacar a apresentação de "Valongo, 180 Anos de Memórias", uma coletânea que reúne trabalhos de escritores oriundos do nosso concelho, editada no âmbito das comemorações dos 180 anos da criação do Município valonguense. Este ano é aliás de realçar a forte aposta na "prata da casa", isto é, não só em escritores como também em coletividades que preencheram o programa de animação. Os Filhos da Pauta (de Alfena), a Banda Musical de S. Martinho de Campo, o Rancho Folclórico Padeirinhas de Valongo, os Canários de Balselhas, a Associação Recreativa Vallis Longus (Valongo), o Grupo Musical da Academia Sénior da Câmara de Valongo, e os grupos Ermesinde a Bombar e TocAtocar - ambos da Associação Académica e Cultural de Ermesinde, preencheram o "cardápio musical" dos quatro dias (maioritariamente composto por apontamentos alusivos à música popular portuguesa), o qual registou uma adesão massiva, sendo que numa ou noutra noite o anfiteatro do parque foi pequeno para acolher um número tão elevado de espectadores. Uma nota também para a vincada presença da Associação de Coletividades do Concelho de Valongo, que nos jardins do recinto divertiu pequenos e graúdos com os jogos tradicionais de antigamente.

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    Os mais novos tiveram ao seu dispor uma oferta variada, desde apresentações e leituras de contos infantis (destacando-se aqui a obra "Ri o Joaquim com cócegas assim", da autoria de Rui Guedes, que no dia 15 marcou presença no evento), passando por jogos e outras atividades lúdicas. Na parte superior do recinto - no espaço artes e gastronomia - concentraram-se os stands dos artesãos, também eles com algumas razões de queixa no que diz respeito ao negócio, que foi, segundo um ou outro nos disseram, fraquinho.

    Um pouco melhor correram as vendas dos "comes e bebes", por outras palavras, os expositores gastronómicos, mas também, e diga-se em abono da verdade, tal balanço (positivo) foi merecido, já que muitos deles apresentavam iguarias verdadeiramente irresistíveis aos olhos e à carteira de qualquer um.

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    Abra-se aqui um parêntese que a cerimónia de inauguração desta 24ª edição da Feira do Livro e das Artes contou com a presença da Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, que acompanhou o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, no preâmbulo pelos expositores.

    Em jeito de remate, podemos olhar para este como um evento cultural cada vez mais multifacetado, com uma maior inclinação para a vertente da animação e com menor foco no livro, pelo menos em nosso entender. Se isto é bom ou mau? A resposta fica ao critério de quem por lá passou.

    Por: MB

     

     

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