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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2017

    SECÇÃO: Educação


    PÁGINA DAS ESCOLAS

    Textos vencedores do Concurso de Escrita Criativa da Escola D. António Ferreira Gomes

    A HISTÓRIA DE DOIS AMIGOS

    Era uma vez um menino que amava uma rapariga que morava na mesma rua que ele, só que ele vivia no início da rua e ela no fim.

    Todos os dias de manhã, quando ele ia para a escola, cruzava-se com ela e olhava-a discretamente. Um dia encheu-se de coragem e foi falar com ela. Chegou à casa dela, bateu à porta e convidou-a para sair.

    Estiveram uma tarde a conhecerem-se melhor, a fazer jogos e a atirar pedrinhas para um lago que havia no parque. No fim, ele acompanhou-a até casa e seguiu para a sua.

    Nessa noite, ele estava a pensar levá-la a um sítio romântico e então pensou e pensou e lembrou-se de um jardim que tinha as flores mais bonitas que já tinha visto e um banco em frente das mesmas.

    Mas ainda não a ia levar no dia seguinte, pois tinham acabado de se conhecer. Desta vez, optaram por ficar em casa dela a ver um filme de que ambos gostavam muito. No fim do filme, estiveram a jogar computador e, novamente, uma tarde passada. Depois, ele foi para casa ansioso que a noite passasse.

    Por isso, na tarde seguinte, ele foi bater-lhe à porta e convidá-la de novo para sair.

    Sendo assim, foram para a rua paralela àquela em que eles habitavam, para aquele belo jardim.

    Já se sabe que a intenção do rapaz era pedi-la em namoro. Mas não foi assim tão fácil! Falaram de novo a tarde inteira e só depois disto o rapaz teve coragem de fazer a grande pergunta.

    E assim, a história destes dois amigos terminou numa história de amor.

    De: Gonçalo Laranjo, nº 8, 7º B

    UM MOMENTO

    Todos nós temos aquele lugar para onde sempre vamos quando precisamos de falar connosco, quando percebemos que certo assunto que nos incomoda só pode ter uma solução se formos nós próprios a encontrá-la.

    No meu caso, esse lugar era aquele banco de jardim. Era o lugar ideal para pôr os pensamentos em ordem. Lá não havia julgamento. Era ao ar livre e estava rodeado de flores que na Primavera se apoderavam do jardim. Eram diversas as cores com que eram pintadas, mas o mais belo nelas era o delicioso perfume que libertavam no ar. Em suma, não havia lugar como aquele. Aquele era o meu lugar. O lugar que guardava todos os meus segredos, as minhas inseguranças e os meus medos.

    Numa certa tarde, recebi a infeliz notícia do falecimento do meu avô. Ele já tinha uma certa idade, mas lembro-me de que os anos nunca o impediram de brincar comigo em criança. O avô esteve sempre lá… mas agora já não estava…

    Saí de casa a correr e só depois de um tempo é que dei conta de que estava imersa em lágrimas. Ao passar por um rio e ver o meu reflexo quase não me reconheci. Toda aquela felicidade que me pertencia tinha desaparecido. Os meus olhos estavam vermelhos e inchados, mas todo o resto da minha face permanecia branca como cal.

    Estava já muito próxima do banco quando ouvi um barulho. Queria ver o que se passava, mas um enorme arbusto impedia a minha visão para o banco. Dei uns passos silenciosos e paralisei…

    No banco estava sentado um rapaz que devia ser um pouco mais velho do que eu. Para ser honesta, até aquele momento nunca tinha visto um rapaz da minha idade a chorar daquela forma. Talvez todos chorem escondidos para manter a dignidade e satisfazer o seu ego. Mas naquele rapaz vi apenas a pura e inocente tristeza. Nem pensei sobre o facto de ele estar a invadir o meu lugar ou eu o dele. Até hoje não sei o que me deu na cabeça, mas, sem mais nem menos, eu limpei as lágrimas e avancei na direção dele.

    Num ato de solidariedade ou até mesmo loucura, sentei-me junto a ele e abracei-o por muito tempo.

    Ainda hoje, nem ele nem eu somos capazes de entender, muito menos explicar o que aconteceu, mas a nossa ligação com o lugar, de certa forma, uniu-nos. Apenas temos a certeza de que aquele lugar e aquele momento mudaram as nossas vidas para sempre.

    De: Carolina Catarina de Moura Pinho, nº 6, 8º C.

     

     

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