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    Arquivo: Edição de 31-05-2017

    SECÇÃO: Local


    NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

    Família síria acolhida pelo Centro Social assinalou um ano de residência em Ermesinde

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    Chegaram à nossa cidade há precisamente um ano, procurando a paz, a segurança, e um futuro mais sorridente do que aquele que sua pátria lhes oferecia naquele preciso período das suas vidas. Falamos da família de refugiados sírios que o Centro Social de Ermesinde (CSE) acolheu há um ano ao abrigo do programa Plataforma de Apoio a Refugiados para Famílias, e que neste mês de maio foram brindados pela instituição de acolhimento com uma simbólica comemoração que assinalou então o primeiro aniversário da sua chegada a Ermesinde. Presentes nesta pequena festividade estiveram alguns membros da Direção do CSE, desde logo o seu presidente, Henrique Rodrigues, responsáveis técnicas de algumas valências que trabalham no dia a dia com este agregado familiar, bem como alguns amigos que os três elementos desta simpática família síria já foram conquistando neste ano de residência na nossa freguesia.

    No decurso do convívio, adornado com algumas iguarias sírias, estivemos à conversa com o Mona e Nasser, o jovem casal sírio que o Centro acolheu - há ainda a pequena Gosoun de dois anos, que durante a nossa conversa brincava livre e alegremente num ambiente, por certo, bem diferente do que é vivido na sua pátria - e que nos falou um pouco deste primeiro ano de acolhimento. «Portugal is good», foi desta forma que, num inglês percetível, Nasser iniciou a conversa, ainda que com a ajuda de um tradutor, uma vez que este cidadão sírio ainda não domina o idioma português, contrariamente a Mona, que já fala e percebe a nossa língua. Recordaram o momento em que entraram em território português, em que finalmente puderam esquecer o sofrimento vivido nos campos de refugiados na Grécia, após a saída da Síria. Chegar a Portugal foi como chegar a porto seguro, foi alcançar a paz e a segurança, conforme frisam. A adaptação ao nosso país e à realidade de Ermesinde, em concreto, foi positiva, segundo nos dizem, gostam da cidade e dizem-se adaptados a esta e à sua comunidade. O elemento mais novo do agregado familiar, Gosoun, frequenta a creche do CSE, e também ela se adaptou com relativa facilidade à sua nova realidade de vida. Confessam que gostam da cultura portuguesa, e já têm muitos amigos por cá. Repetem algumas vezes que se sentem bem no seio da nossa comunidade, mas quando a palavra futuro é equacionada, as saudades de casa vêm ao de cima, e lá vão dizendo que têm a esperança de que um dia a situação da Síria possa melhorar, que a segurança e a paz voltem a imperar naquele país, e se assim for confessam que nessa altura gostariam de voltar a casa.

    Tivemos ainda a oportunidade de trocar algumas palavras com Albertina Alves, a responsável dentro do CSE pelo acolhimento e integração desta família ao abrigo da Plataforma de Apoio a Refugiados (PAR) Famílias, projeto apoiado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Albertina Alves começaria por frisar que este primeiro ano de acolhimento e integração teve os seus altos e baixos para a jovem família síria. No sentido de explicar melhor esta sua observação, a técnica superior da instituição recorda que os primeiros tempos foram de deslumbramento para a família acolhida. Desde a casa que o CSE lhes disponibiliza, o país, a cidade, foram aspetos que deixaram os três cidadãos sírios encantados, ou deslumbrados, mas acima de tudo felizes. Com o passar do tempo, esse encantamento abrandou e deu lugar a alguma ansiedade. Sobretudo pelos impasses burocráticos no que concerne ao processo de legalização no nosso país, com determinados documentos a demorarem a chegar às suas mãos mais tempo do que aquilo que imaginariam. Outra dificuldade tem a ver com a comunicação, e embora Mona e a sua filha já percebam o português e consigam exprimir-se na língua de Camões, existem sempre ainda algumas barreiras a este nível, o que causa sempre algum transtorno na interação com outros elementos da comunidade. Albertina Alves explica ainda que neste primeiro ano o objetivo, digamos assim, da instituição de acolhimento foi trabalhar a integração, ensinar a língua e dar-lhes a conhecer e perceber a cultura nacional. Missão que, com os tais altos e baixos, foi cumprida, só para dar um exemplo, Albertina Alves refere que, em termos de mobilidade a família síria já se movimento sozinha e muito bem, não só na nossa cidade como também no Porto e outros locais em volta. O segundo ano - e recorde-se que este projeto de acolhimento a famílias de refugiados é desenvolvido em dois anos - será para promover a integração do casal no mundo profissional, algo que, segundo nos foi dito, eles anseiam muito, querendo de facto arranjar um trabalho para que se possam auto-sustentar. Relembre-se que o PAR Famílias atribuiu um subsídio mensal às famílias de refugiados a viver no nosso país, sendo que as instituições de acolhimento, como é o caso do CSE, disponibilizam a casa e suportam as contas inerentes à mesma, no caso, água e eletricidade.

    Por: MB

     

     

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