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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 28-02-2017

    SECÇÃO: História


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    60º ANIVERSÁRIO DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE (26)

    Festa da Entrega e Bênção da Bandeira da Sopa dos Pobres de Ermesinde (parte 1)

    No domingo, dia 12 de abril de 1959, há quase 58 anos, a então vila de Ermesinde encheu-se de gente que se quis associar à "Festa da Entrega e Bênção da Bandeira da Sopa dos Pobres de Ermesinde". Foi uma festa imponente, a que aderiu em massa a população de Ermesinde e as suas instituições e coletividades mais representativas, o que evidencia bem o carinho com que a "Sopa dos Pobres" era brindada nesta terra.

    O jornal "Sopa dos Pobres de Ermesinde", antepassado de "A Voz de Ermesinde", na sua edição de abril/maio de 1959, publicou vários artigos e uma desenvolvida reportagem sobre o evento, que, pela sua importância histórica, passamos a transcrever.

    Os artigos sobre esta Festa começam logo na primeira página, sendo o primeiro da autoria do diretor do jornal, Manuel Ribeiro, a que atribui o título "Ermesinde… Desperta".

    "(…) Milhares, muitos milhares de pessoas encheram totalmente o largo lateral da Igreja e aí com uma compostura e aprumo dignos de registo assistiram interessados e alegres ao movimentado espectáculo que a Direcção da Sopa dos Pobres, com o fim de publicamente agradecer a entrega que gentilmente lhe fôra feita, de uma Bandeira, pelo Grupo Excursionista e Beneficente, "NISTO HÁ SINCERIDADE", lhes proporcionou. Havia gente por toda a parte e "o rapazio na ância de nada perder daquele colorido e movimentado espectáculo, cometeu proesas de equilíbrio, encarrapitando-se nos muros, nos portais nas árvores e até na torre sineira da Igreja.

    12 DE ABRIL DE 1959. SOLENEMENTE E PERANTE INTERESSADA MULTIDÃO, O REVº PÁROCO DE ERMESINDE PROCEDE À BÊNÇÃO DA BANDEIRA DA SOPA DOS POBRES
    12 DE ABRIL DE 1959. SOLENEMENTE E PERANTE INTERESSADA MULTIDÃO, O REVº PÁROCO DE ERMESINDE PROCEDE À BÊNÇÃO DA BANDEIRA DA SOPA DOS POBRES
    Dos pormenores, reportagem desse dia memorável, várias opiniões se apresentam neste número do Jornal da Sopa dos Pobres de Ermesinde, em circunstanciados relatos, através de comentários, informações e reprodução de discursos, porém o que mais profundamente impressionou e que para sempre ficará a marcar o ressurgimento de Ermesinde, é a lembrança de que pelos Pobres de Ermesinde, ou por amor deles, se realizou sem alardes dispendiosos reclames, uma concentração popular tão numerosa e afectiva, como pelo menos em 28 anos, outra não nos foi dado aqui contemplar. Com o esforço próprio, com o produto do trabalho e da economia dos seus naturais Ermesinde é hoje sem sombra de dúvida a mais progressiva freguesia do concelho de Valongo. Favorecida pela sua posição geográfica, com uma densidade de população apreciável, servida por diversos meios de transporte, os quais em boa verdade, mercê do desenvolvimento populacional se vão tornando dia a dia, hora a hora insuficientes para a enorme massa de pessoas que deles se utilizam, Ermesinde, entra na marcha de valorisação nacional, ocupando finalmente o lugar a que tem Direito incontestável entre as Vilas de Portugal. Á medida porém que industrial, comercial e urbanisticamente esta terra se desenvolve, é necessário crear-se um ambiente de consideração e carinho entre os seus habitantes, é necessário desenvolver-se no mais alto sentido o hábito do respeito mútuo, é necessário corrigirem-se desmandos de linguagem, é necessário atrofiar-se a maledicência, é necessário expandir a verdade e é também pela realização de espectáculos públicos á luz forte do dia que se deve proporcionar à boa gente desta terra a ocasião de conhecer em número e qualidade o real valor deste aglomerado populacional em crescente e impressionante desenvolvimento. Não basta dizer-se que Ermesinde progride, é essencial que todos o verifiquem e tomem disso inteira consciência, e é em concentrações como a de 12 de Abril a que a grata presença do Ex.mo Senhor Presidente da Câmara tanto valorizou e a que compareceram também as mais representativas figuras do concelho, que se podem expor superiormente as necessidades locais. Mais eloquentemente que os mais cuidados Relatórios, melhor que todas as Exposições directa e documentadamente são apresentados os problemas a quem tem sobre os ombros a honrosa missão de os resolver. Festas como a da Benção da Bandeira da Sopa dos Pobres de Ermesinde ajudarão a convencer os incrédulos desta verdade magnifica... Ermesinde, desperta./ M.R."

    A reportagem, propriamente dita, começa na 2.ª página, é da autoria de Alberto Delgado, e tem por título, "Ermesinde em Festa".

    Aí vai o início da reportagem:

    "A instituição beneficente "Sopa dos Pobres de Ermesinde" realizou a sua FESTA DA BANDEIRA, interessante iniciativa que fez juntar no Largo da Igreja e ruas de S. Lourenço e D. António Meireles avultado número de pessoas, a maior aglomeração que nesta Vila se tem verificado, e em cujo recinto se efectuou uma sessão solene e seguidamente um sarau musical que atingiu desusado brilhantismo.

    Antes, no Largo da Estação, concentraram-se os organismos e colectividades que em grandioso cortejo se dirigiram ao local da festa pela seguinte ordem: Banda de Música de S. Vicente de Alfena, piquete dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, Grupo Nacional de Escutas, - 7.° Grupo de Ermesinde, Rancho das Andorinhas de Alfena, Grupo Columbófilo Vencedores de Ermesinde, Clube de Propaganda de Natação, Ermesinde Sporte Clube, Recreativo "Bendados da Palmilheira", Rancho Folclórico Fontineiros da Maia, Grupo Familiar de Ermesinde, Grupo Excursionista Bairristas da Costa, Grupo Dramático Flor de S. Paio, Rancho Folclórico Padeirinhas de Valongo, todos com as suas bandeiras, seguindo-se a nova bandeira da "Sopa dos Pobres" e a encerrar um piquete com farda de gala e pronto socorro dos Bombeiros Voluntários de Valongo. Este cortejo seguiu o itinerário: Largo da Estação, ruas de Rodrigues de Freitas, 5 de Outubro, de Miguel Bombarda, de S. Lourenço e Largo da Igreja, onde teve lugar a sessão solene, e onde foram aguardados pelos organismos católicos com os seus estandartes." (continua)

    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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